segunda-feira, 14 de maio de 2012

O Uso das Drogas da Cannabis na América do Século XIX! [OnJack Ed. 168#]

Embora em 1839 os produtos de cânhamo-de-cannabis para confecção de fibra, papel, artigos náuticos, óleo de iluminação, alimentos, etc, fossem possivelmente as principais atividades agrícolas e industriais na América e, evidentemente, através do mundo, as centenas de usos médicos da cannabis (milenarmente conhecidos no Oriente e Médio Oriente) eram ainda quase inteiramente ignoradas na maior parte da Europa Ocidental e da América, devido à sua supressão anteriormente decretada pela Igreja Católica medieval.

 

Porém, o século XIX assistiu a uma dramática redescoberta dos benefícios das drogas extraídas da cannabis, que antes de 1863 eram o principal medicamento usado na América. A cannabis foi substituída pela morfina quando a nova agulha de injeção se tornou moda, mas não antes de ter originado saudáveis elixires e fármacos, e luxuriantes Fumatórios Turcos que foram responsáveis por um jorro de criatividade literária. A cannabis continuou a ser o segundo remédio mais usado até 1901, quando foi substituída pela aspirina.

 

A MEDICINA DA MARIJUANA NA AMÉRICA DO SÉCULO XIX

Desde 1850 até 1937, a cannabis foi refe­rida na farmacopeia dos EUA como o principal medicamento para mais de 100 doenças diferentes.

 

Durante todo este tempo (até aos anos 40), a ciência, os médicos e as farmacêu­ticas (Lilly, Parke-Davis, Squibb, etc.) ignoraram por completo a identidade dos seus ingredientes ativos.

 

E todavia, a partir de 1842 e até ao final do século XIX, a marijuana, geralmente chamada Cannabis Indica ou Cânhamo-da-índia, era um dos três artigos (de­pois do álcool e do ópio) mais usados em medicamentos (em doses maciças,* ge­ralmente por ingestão oral).

* Durante o século XIX, as doses tomadas num dia por bebês, crianças, jovens, adultos, parturientes, pessoas de idade equivaliam, em muitos casos, ao consumo estimado de um atual fumador médio-elevado de marijuana durante um mês ou dois (parâmetros de 1983 fornecidos pelo governo dos EUA usados para comparação).

 

A violência era equacionada com o uso do álcool; a dependência, com a morfina, que era conhecida como "doença dos sol­dados".

 

E assim, durante essa era, a cannabis ganhou favor e foi mesmo recomendada como meio de ajudar à recuperação de alcoólicos e toxicodependentes.

 

Em grande medida, porém, o Ocidente perdera as medicinas da cannabis desde os tempos da Inquisição. (Ver capítulo 10,"Um Olhar Sobre a Sociologia...")

 

Isto durou até W. B. O'Shaughnessy, um médico britânico de 30 anos em comissão de serviço na província indiana de Ben­gala,* observar que os médicos nativos usavam diferentes extratos de cânhamo no tratamento bem sucedido de todo o tipo de maleitas e doenças até então intratáveis no Ocidente, incluindo o tétano.

* "Bengala" significa "Terra do Bhang", literal­mente Terra da Cannabis.

 

Procedeu então a um enorme estudo (o primeiro conhecido no Ocidente),* e em 1839 publicou uma monografia de 40 páginas sobre o uso de medicamentos de cannabis. Na mesma altura, um médico francês chamado Roche procedia a idên­tica redescoberta da cannabis nas medi­cinas do Médio Oriente.

* O'Shaughnessy usou pessoas enfermas, animais e a si próprio nas suas investigações e experiências. A propósito, O'Shaughnessy acabou por tornar-se milionário, tendo sido armado cavaleiro pela Rai­nha Victoria por ter construído o primeiro sistema telegráfico da índia em meados do século XIX.

 

A monografia clínica e as descobertas de O'Shaughnessy sobre os extratos de cânhamo espantaram o mundo médico ocidental, disseminando-se celeremente; em apenas três anos, a marijuana tor­nou-se uma "superestrela" na América e na Europa.

 

Monografias escritas por utilizadores neófitos e médicos americanos que usa­vam, tratavam ou experimentavam com cannabis, referiam corretamente as suas propriedades eufóricas, e por vezes disfóricas, a expansão mental e temporal ve­rificada tanto em crianças como adultos, assim como a hilariedade e o aumento de apetite provocados pela cannabis, em especial das primeiras vezes que era experimentada.

 

É interessante constatar que, durante todo este período de tempo (c. 1840 a c. 1930), a Lilly, a Squibb, a Pa rke-Davis, a Smith Brothers, a Tildens, etc, não dis­punham de qualquer modo eficaz de prolongar a vida activa da cannabis, que era muito curta, e sentiam grande difi­culdade em padronizar as dosagens.

 

Como referimos antes, durante o sécu­lo passado a medicina da marijuana era de tal modo estimada pelos americanos (incluindo alguns teólogos protestantes) que em i860, por exemplo, o Comité so­bre a Cannabis Indica da Sociedade Médica do Estado de Ohio divulgou a con­clusão de que "exegetas especializados na Bíblia" acreditam "que o fel e vinagre, ou vinho mirrado, oferecido ao nosso Sal­vador imediatamente antes da sua cruci­fixão era com toda a probabilidade uma preparação de cânhamo-da-índia [mari­juana], e falam mesmo do seu uso ante­rior na obstetrícia".*

*Citado das transcrições do 15o encontro anual da Sociedade .Médica do Ohio, realizada em White Sulphur Springs, Ohio, 12-14 de Junho de i860, pp. 75-100.

 

A principal razão por que os remédios de cannabis caíram em desuso na Amé­rica foi a dificuldade em identificar e pa­dronizar as dosagens; p. e., foi só em 1964,27 anos após a América ter proibido a marijuana, que o dr. Raphael Mechou-lam da Universidade de Tel Aviv desco­briu que os ingredientes ativos da can­nabis eram as moléculas delta de THC. Os médicos do final do século XIX tam­bém não lograram injetar cannabis em seres humanos com as suas agulhas hipodérmicas novas em folha... e até hoje ainda não lograram fazê-lo.

 

Pelo final do século XIX, alguns dos mais populares guias matrimoniais ame­ricanos recomendavam a cannabis como afrodisíaco de poderes extraordinários — sem que nunca ninguém tivesse sugerido uma lei para a sua proibição. E enquanto se falava de uma lei de proibição do álcool, uma série de organizações femini­nas de temperança chegaram a sugerir o haxixe como substituto do "demónio" álcool, que segundo elas conduzia à vio­lência conjugal.

6 comentários:

  1. FIRST BARREIRA ANTI PAU NO CU ..........
    Cold Gold

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  2. http://www.dgabc.com.br/News/5956821/grupo-vai-a-casa-de-lula-pedir-apoio-a-marcha-da-maconha.aspx

    Pessoal do ABC Atenção:
    Acabei de ler essa noticia e com certeza vou copartilhar com vcs e estarei trabalhando e não poderei comparecer, então to fazendo minha parte divulgando.
    Ajuda LULA

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  3. Tem gente divulgando esses mesmos argumentos ainda de apologia, não entenderam que essa lei assim como seculo passado se foi.
    http://observatoriodaimprensa.com.br/news/view

    /_ed694_a_apologia_ao_uso_da_maconha
    (nem é bom acessar esse pra não dar IBOPE aos proibicionisazinhos) nem acessem esse fala que maconha mata e fazemos apologia, e bla bla bla...

    http://observatoriodaimprensa.com.br/contacts/contact

    Eu já acesei esse de contato registrando a minha reclamação, pois marcha é uma vez ao ano, nosso direito de protesto e de não acessar certas materias pra não dar ibope, ou boi a kojak como diria o saudoso bezerra,permanece durante todo ano

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  4. DILMA, TENHA CORAGEM DE MANIFESTAR AQUILO QUE NÓS JÁ SABEMOS...DEFENDA A LIBERDADE....DEFENDA A HUMANIDADE...SEJA HUMANISTA! DEFENDA ABERTAMENTE A LIBERAÇÃO DA MACONHA! TENHA CORAGEM E ENCARRE DE PEITO ABERTO AQUELES VELHACOS! VC NÃO É SOMENTE A CHEFE DO EXECUTIVO DESTA NAÇÃO, MAS SIM, A LIDER DESTE POVO! SEM RECEIO, A VIDA É BELA...COM EFEITO, QUEREMOS VIVÊ-LA!

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  5. CADE? CADE A AJUDA DOS ANONIMOUS??????????

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  6. Não compre, tente plantar. As que plantamos são realmente medicinais, fresquinhas, com sabor maravilhoso. Gostaria muito poder plantar aqui no Brasil e acabar com o tráfico. É uma pena a lei nos obrigar a lidar com traficantes!

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