Ano passado a Marcha foi uma novela. Mas das boas, quer dizer, não existe novela boa. Então a Marcha foi um filme, dos bons. Dramático por demais, cheios de emoções e torcidas. Sem final feliz, o que certamente vai encorajar novas edições, já com datas marcadas em várias cidades. Para quem não lembra, ano passado a Marcha foi proibida num total de nove estados, teve gente presa por distribuir panfletos de divulgação do ato, teve pronunciamento a favor e participação de diversas personalidades públicas, além de ter conseguido expandir legitimamente o número de apoios, presenciais ou online.
E é claro que não dá pra esquecer a história do advogado Gustavo Castro Alves, que foi preso por pendurar a plaquinha no cachorro. Quem lembra o que estava escrito?
"A estupidez é a essência do preconceito! Legalize Cannabis"
A placa que não podia ser vista pelos transeuntes da praia, virou vídeo em qualquer youtube, capa de jornal impresso e ganhou fama no jornal nacional. Enfim, qualquer previsão só pode ser voltada ao otimismo. De forma limpa e organizada, com sempre, a marcha tende a ser mais expressiva. A menos, é claro, que os chefes de estado ouçam opiniões como as descritas no texto A Marcha da Maconha, supostamente de Ipojuca Pontes, publicado no Blog Sem Máscara, dias depois da Marcha do ano passado. Leia na íntegra, se puder.
No texto o autor faz indicações interessantes e mostra números relevantes sobre combate às drogas. Mas é uma pena que se trate de uma mentalidade já calejada por idéias conservadoras demais. Conseguiu observar o caos instalado na segurança pública, mas mesmo assim critica a Marcha, preferindo reafirmar o modelo convencional de poder, manutenção da ilegalidade e política de enfrentamento.
O Hempadão não podia deixar por menos. Foi ao blog e comentou! Lá eu não sei se vai sair o comentário, mas aqui já está feito o registro:
Fico muito triste de ver um texto destinado a ser informativo e, no entanto, ser um mero opinatório, disfarçado com números que mostram enquanto cegam. Ora, você resolveu falar de Maconha, mas em nenhum momento demonstrou perícia no assunto.Nenhuma vez, por exemplo, você tocou no nome de Bob Marley. Digo isso não por mera promoção ao nome do Rei, mas sim exclusivamente por ele ser o único ídolo do terceiro mundo, no sentido massivo, segundo conceito de Edgar Morin, no Cultura de Massa do Século XX. Ou seja, é ele responsável por disseminar, como ninguém, a cultura Rastafari a o uso da cannabis. Pela habilidade de navegação entre teóricos da comunicação, você deve saber disso. Ou talvez nunca tenha parado para pensar. Repare, falta isso no seu texto.Você nunca mesmo deve ter tido sequer um amigo que já tenha fumado. Porque todo mundo sabe que a larica é o aumento da fome e não diminuição. Errou no histórico, nos sintomas, mas também - e por muito - no seu pensamento. Primeiro porque quis dar números de 50 anos atrás sem levar em conta que a Maconha existe no mundo há aproximadamente 50 mil anos. E depois porque, mesmo sabendo tantas pseudo-informações, não conseguiu perceber que a política de repressão só consegue enxugar o gelo. Principalmente pelo uso da máquina estatal, como você mesmo menciona. Dão murros em ponta de faca, enquanto ninguém tem dificuldade pra usar a droga que for.Proibir a Marcha retarda o tempo da legalidade. Mas ninguém pode segurar o óbvio. A maconha é proibida não faz nem 100 anos. Tem muita gente saindo da caverna e vendo que isso é fiasco de tempo, burrice do homem.Assim como meia dúzia tem poder de calar a Marcha, alguém terá o poder e opção de calar meu comentário. Vocês são covardes com a sabedoria. Querem o silêncio mais do que conservador. Estático.Paradinhos. Parabéns!
Ipojuca Pontes é jornalista, cineasta e escritor paraibano. Ex-secretário de cultura do mandato de Fernando Collor. Nascido em 1942. Hoje com 66 anos de idade, não deve mudar mais de opinião, mas se machucou feio com esse texto tendencioso e muito mal camuflado de sério. Vá até lá, leia o texto e opine! Vamos fazer cair a máscara da ignorância. E é pra já.
ISSO MERMO VÉI,É TUDO NOSSO,JÁ TÁ LEGALIZADO PELA GERAL,SÓ FALTA OS GRAVATA ASSSINAR UMA PORRA DE UMA LEI...
ResponderExcluirExtremamente triste, é a morte da liberdade de expressão. A contestaçao de uma lei é direito nosso. É o mesmo que prender as mulheres que protestam pelo aborto.
ResponderExcluirMandando ver!
ResponderExcluirPois é...o cara é um merda mesmo!
ResponderExcluirMaconha diminui a fome, agora?!
Vamos lá no blog dele comentar...eu fui!
Mas duvido que saia alguma coisa.
Importante é debater sem ofender tb...jogar a opinão, mesmo sabendo que vão vetar...
a menos de duzentos anos trás a escravidão era uma certeza defendida pela maior parte do mundo (levando em conta apenas aqueles q realmente se consideravam como mundo e partir de sua lógica imperialista controlavam todo resto, impondo-lhes sua "civilização"). inclusive, mts cientistas, em sua arrogância tentavam provar que o negro (assim como as mulheres) eram inferiores aos brancos (importantes cientistas da época afirmavam q negros adultos eram semelhantes a crianças brancas em questões de inteligência por exemplo). hj, a escravidão é uma burrice, uma afronta ao humanismo e ao lema iluminista de igualdade e fraternidade.
ResponderExcluirDigo isso pq daqui a 200 anos podemos pensar em quão irracional era a pribição da erva, e que esse tempo irrisório de cinquenta anos foi uma perda mt significativa quanto ao desenvolvimento que poderíamos dar ao uso da maconha, principalmente considerando o rápido desenvolvimento tecnológico e a entrada da humanidade na era do conhecimento.