[Ed. #15] Hemportagem: Hemp e Song Tá Junto e Misturado!

por Pietro

A hemportagem de hoje vai abordar o tema até a onde a maconha vai na música.

Todos nós conhecemos o passado da nossa Santa Maria, e a influencia que ela teve na criação e desenvolvimento das canções. Desde longos tempos que a maconha e a música andam lado a lado. Na decada de 60 a Motta, citada nas músicas de blues, frutos da época, era utilizada pela mídia para promover racismo. Era gerada a ideia de que os usuários de motta eram apenas os negros, uma fisgada numa época onde a segregação racial estava infelizmente no auge. O tempo passou e a motta, cannabis, marijuana, beck, weed, pot ou seja, Maconha, continuou acompanhando o desenvolvimento musical. Na decada de 80, no Brasil, tivemos o mestre Bezerra da Silva dizendo para quem quisesse ouvir que ia apertar, mas nao ia acender agora. Em 90 fomos gratificados com o grupo Planet Hemp que com força de vontade e muita coisa a dizer mostrou que a liberdade de expressão no Brasil não se aplica a todos.

Cá estamos em pleno seculo 21 e há quem diga que a cultura canabica foi esquecida na música, mas eu dou olhos para quem quiser enxergar. Na verdade a Santa Diamba sempre esteve e sempre estará presente nas músicas. Ocultas ou fáceis de serem encontradas. Muitos artistas e celebridades chegam a abusar do que a sociedade chama de Liberdade de Expressão. A Liberdade de Expressão nao deveria se restringir somente ao que esta na lei, a lei pode ser falha ou contestável e a liberdade de expressão uma forma de se gerar pensamentos que geram aperfeiçoamentos.

Ao tratar de música e maconha, nós temos que também tratar do assunto coragem. Tem que ter coragem para dar a sua cara a tapa e erguer uma bandeira de legalize já. O Hempadão foi além e vai premiar 3 performances que

ocorreram nos ultimos 2 anos. A medalha de bronze vai para Silvia Machete uma performer do Rio de Janeiro, com uma belissima voz diga-se de passagem, que para conquistar a atençao do seu publico dança bambolê enquanto bola um baseado em seu show de música popular brasileira:

A performance é um tanto quanto exótica, mas é preciso coragem para fazer isso além de muita concentração. A medalha de prata de atitudes de celebridades em relação à musica vai para Leers, prefeito da cidade de Maastricht na Holanda, que junto com uma banda de Punk Rock criou uma música pedindo pela legalizaçao do plantio da maconha. Veja aqui a notícia! 

E o primeiro lugar vai para um ativista muito famoso no nosso país, sua cara é conhecida por todos, suas letras repetidas por muitos e sua fama vai alem do seu nome. No VMB de 2008, o ex integrante da banda Planet Hemp, Marcelo D2, mostrou que ainda era possível. Que nem a mídia e nem limitações na liberdade de expressão iriam censurar e, ao vivo, acendeu um baseado (aos 2 minutos e 47 segundos do video) e dirigiu algumas palavras, não muito compreensíveis, mas o que vale é a atitude. Por isso a medalha de ouro vai para ele, por não esquecer que o seu passado é o futuro presente agora.

Legalização ainda que tardia.

Até semana que vem!