por Dr. Moura Veridni
No post anterior discutimos como o uso de maconha pode influenciar no funcionamento das estruturas oculares. Apresentamos alguns casos onde a superdosagem de canabinóides causou danos irreversíveis e outros em que causou danos reversíveis sem sequelas após a metabolização dos canabinóides no organismo. Porém, com exceção destes casos extremos e incomuns, a maconha pode ter um forte potencial terapêutico no tratamento de alguns desequilíbrios no estado natural ocular. Este potencial se dá principalmente na redução da pressão ocular acusada após o uso de maconha.
Foi observado em alguns casos que, após o uso de maconha, a pressão intraocular pode decair até a metade da pressão normal de um indivíduo que é cerca de 15 mm hg. Em casos de usuários inexperientes que se utilizaram de doses moderadas de maconha a pressão ocular caiu para 7 mm hg. A força da influência da maconha sobre a pressão ocular mostra ser dependente da experiência do usuário, onde indivíduos que fumam raramente ou que fumam todo dia têm uma menor redução na pressão ocular ou não apresentam nenhuma redução (excluindo-se algumas exceções como o caso citado acima), enquanto usuários que fumam cerca de uma vez por semana ou a cada duas semanas têm uma maior diminuição da pressão ocular.
Esta diminuição porém, não se mostra dependente da dose. Desde que se utilize de uma dose suficiente para causar efeito, o aumento desta dose não provoca uma maior diminuição da pressão. Em testes de laboratório, a concentração sanguínea de THC não se mostrou diretamente relacionada com a diminuição da pressão. Alguns destes fatos mostram que talvez a relação da diminuição da pressão não seja um fator que esteja diretamente relacionado com a queda de pressão e sim produto de algum efeito secundário ou um epifenômeno (fenômeno que está relacionado com outro fenômeno primário). Acredita-se que a queda da pressão ocorra por um maior relaxamento provocado pelo uso de maconha e não devido a algum efeito direto que os canabinóides possam ter sobre a pressão dos olhos. Alguns dados que corroboram esta hipótese são a não-relação da queda da pressão com a dose utilizada além de, em alguns estudos, os indivíduos que apresentaram queda de pressão ocular foram aqueles que, ao responderem um questionário de sensações subjetivas após o uso de maconha relataram um maior relaxamento do que antes do uso.
Alguns outros métodos de relaxamento também provocam uma diminuição da pressão ocular como banhos ricos em minerais, exercícios de relaxamento mental e até mesmo um simples descanso. Estes fatos também corroboram a hipótese falada acima. Interessante é que todos esses métodos são utilizados no tratamento de glaucoma. A tentativa de se controlar glaucoma a partir do uso de maconha foi, a princípio, efetiva. Um indivíduo com 29 mm hg de pressão, teve uma redução para 18 mm hg. O uso de maconha no tratamento de glaucoma será abordado num próximo post com maior profundidade.
O fato é que, mesmo a partir de um efeito direto, ou a partir de um efeito indireto provocado pelo relaxamento, a maconha se configura um potencial remédio para o controle da pressão ocular e no tratamento de doenças como o Glaucoma.
Embaixo da foto tem um errinho no texto, não diz pra quanto baixou a pressão.
ResponderExcluirMas muito bom o post, não sabia que o relaxamento simples poderia fazer isso.
Parabéns aí galera. Ver a abordagem dos mais variados aspectos e assuntos que envolvem a nossa erva é sempre de grande valia, ainda mais com o gabarito e a constante atualização do do Hempadão.
ResponderExcluirPorém, no caso do Discovery Hemp, extremamente interessante diga-se de passagem, senti falta da fonte dessas informações. Não tenham isso como uma desconfiaça na veracidade dos fatos, mas pra termos a total certeza e talvez, posteriormente, utilizarmos essas informações para explanarmos para o pessoal que não acredita nos benefícios da Ganja e creditarmos as constatações dos estudos a alguém.
E, mais uma vez, parabéns aos idealizadores do blog que mais relaxa e abastece a nossa mente.
Sempre apavorando.
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