O dia da nossa estréia pode não ser dos melhores para aqueles que estão com pé na folia de carnaval. Mas hoje mais uma vez a Hempada dá início a uma nova seção. Trata-se de um mergulho profundo na biografia dos mais célebres apreciadores da erva. Estamos falando de verdadeiro gênios que fizeram e fazem história, assim como Adão, ao lado da Erva!
Toda sexta às 22hrs entra no ar o THCélebre! Marola forte de cultura canábica na cabeça de quem gosta mesmo é disso, informação! Aqui é o lugar de contar aquela parte da história que o professor se esqueceu, ou simplesmente não aprendeu, porque até das caravelas de Cabral a história esqueceu de dar créditos ao cânhamo. Literatura, cinema, artes plásticas, teatro, música e ciência e muitos outros segmentos tal como política, esporte, sociologia. THCélebre não é pra qualquer um, só pra quem pode.
E começamos já rendendo homenagens a nada mais nada menos que Anton Pavlovitch Tchékhov, alguém que fez com a estética do conto moderno o que a hempada faz todos os dias com o jornalismo canábico, uma revolução. Escritor e também dramaturgo, nascido na Rússia em janeiro de 1860. Mesmo tendo falecido aos 44 anos, vítima de tuberculose, Chekhov vive no universo das intelectualidades há recém completados 150 anos.
Enquanto estudava medicina em Moscou, Anton começou a escrever histórias como forma de arrumar algum dinheiro. Depois de formado, já sustentando sua família com a profissão, Chekhov se tornou o contador de histórias mais amado da Rússia, juntamente com Tolstói. Além do empenho médico e literário, o personagem atuou em importantes lutas a favor de reformas no tratamento dos prisioneiros, além de organizar assistência à vítimas de fome e explosões e também ter fundado três escolas, um quartel de bombeiros e uma clínica.
Suas principais peças são dramas sérios como "A Gaivota", "O Jardim dos Cerejais" e "Três Irmãs". Mas somente em 1895, na obra "O Reino de Uma Mulher" é que o haxixe aparece de forma surpreendente numa conversa de jantar. Aqui o autor exala grande teor do seu modernismo em relação a sexo e liberdade pessoal. O fim do século a que ele se refere é anterior ao que somos nascidos, época em que a inteligência européia não passava imune a experiências alucinógenas como parte da formação intelectual.
Depois do terceiro curso, Lysevitch disse, virando-se para Anna Akimova: “As mulheres de fin de siècle – quero dizer quando uma mulher é jovem e, é claro, rica – devem ser independentes, inteligentes, elegantes, intelectuais, arrojadas e um pouco depravadas. Depravadas dentro dos limites, um pouco; pois o excesso, você sabe, é cansativo. Você não deve vegetar, minha querida; você não deve viver como todo mundo, mas saborear a vida, e um leve sabor de depravação é o tempero da vida. Festeje entre as flores de fragrância inebriante, respire o perfume do almíscar,coma haxixe e, melhor de tudo, ame, ame, ame.”
Esse lance de festejar entre as flores de fragrância inebriante os leitores do Hempadão já conhecem bem, e a palavra almíscar significa um cheiro forte que outros autores contemporâneos de Chekhov, como Leon Tolstói e Ivan Tugenev, haviam descrito em suas histórias como campos "cheirosos" de maconha. Mas não para por aqui, já que a obra e vasta e as significações psicodélicas não se esgotam. É preciso no entanto desvendar por baixo do óbvio os sinais claros de explanação, como por exemplo o uso de personagens como o Sábio do Oriente, uma imagem frequentemente usada para se referir ao haxixe.
Esse personagem seria o Black Monk [monge negro], produto de alucinação de Kovrin, causada pelo centeio, matéria prima cujo determinado mofo gera o fungo que faz o LSD. O monge fala ao outro personagem: "exaltação, entusiasmo e êxtase – tudo isso distingue profetas, poetas e mártires pela ideia, pelas pessoas comuns – é repelente do lado animal do homem – isto é, sua saúde física. Eu repito, se você quiser ser saudável e normal, vá para o rebanho comum".
E mais tarde na trama quando Kovrin é mandado para um médico por sua esposa e sogro, ele lamenta, deixando claro o pesar da genialidade que externa através da obra, o artista: "Quão sortudos foram Buddha Mahomed e Shakespeare que seus relacionamentos e médicos não os curaram de seu êxtase e inspiração". Tchékhov é um clássico obrigatório na estante dos tops da literatura mundial e quem negaria sua genialidade com os assuntos da alma por causa de um hábito como fumar ou comer haxixe? Talvez somente alguém destinado a viver e morrer sem o prazer da sabedoria.
Entra na roda e deixe sua opinião sobre a nova editoria da Hempada. Até sexta que vem, com um pouco mais de THCélebre!
Parabéns a galera da Hempada!! Sempre inovando, informando, mobilizando e entretendo! Tudo na maior qualidade e categoria!!
ResponderExcluirVocês são nota 10!! Gênios da comunidade canábica!!
Legalize já!!!
bela editoria
ResponderExcluirpelo visto, parece que ira se tornar uma das minhas preferidas
legalize canabis sativa
medicinal e recreativa
taooo desoçando nos post
ResponderExcluirparabenss!
Nossaaaa, concertezaa um dos melhores editoriais..
ResponderExcluirParabééins a galeera do hempadãão, por todas essas brisas e informaçõões..
editoriaal do VERDIINHOO ! 8)
nada como uma bela literatura , falando sobre belas literaturas, parabéns hempadão como sempre mostrando como se faz,e porque se faz.
ResponderExcluirchapei!
ResponderExcluirgostaria de saber mais sobre haxixe!!
ResponderExcluirgalera do hempada, façam um post explicando sobre haxixe? tipo mais ou menos igual ao que foi feito sobre o skunk?
abraço!
Mais uma bela editoria!
ResponderExcluirviva a hempada e ao carnaval verde claroo ! hehehe
iraaados !!
porra... do caralho essa editoria, vai ser uma das melhores, com certeza!! da pra escrever muita coisa dahora sobre pessoas interessantes num espaço assim! parabéns hempadão!! resitência na hora de defender o canhâmo
ResponderExcluirGostei bastante da matéria e da nova Editoria.
ResponderExcluirAlgumas sugestões:
Carl Sagan, Eminente cientista e divulgador científico americano, grande maconheiro reconhecido e convicto.
Aldous Huxley, gostou tanto, que além de outras genialidades como Admirável Mundo Novo, escreveu Portas da Percepção, que, aliás, inspirou o nome da Banda The Doors.
Sem falar em João Ubaldo Ribeiro, que em Viva o Povo Brasileiro deixa bem claro que "A erva de cheiro forte" influenciava bastante os cultos afro-brasileiros ante século XX.
Valeu, galera,
Salvador, 12-02-10, em pleno carnaval, terra da Ananda!! :P
Primeira vez que eu leio o Hempadão e posso garantir que foi uma boa estréia. Além de adorar clássicos da literatura, como Proust, sempre tive curiosidade sobre o tema loucura dentro desses contos. Imagino os salões de festa,regados a muito vinho e bolinhos alucinógenos!!
ResponderExcluirCrisvalery1 (no twuiter). Beijos, valeu.
curti *--*. e será q Ainstein vai aperece por aque? ae hempáda cada vez co post's informativos de melhor qualidade ;]
ResponderExcluirabrasso
Que texto maravilhoso e interessante, a cultura canábica brasileira precisa disso!
ResponderExcluirPadrao hempadao de qualidade
ResponderExcluirDIANTE DE Tchékhov SEM PALAVRAS LINDO EDITORIAL ACHO QUE O MELHOR NO MEU PONTO DE VISTA PORQUE FALA DE COISA SUAVES E LEVES , DE PESSOAS QUE MOSTRAM QUE NÃO PRECISA SE SENTIR CULPADO POR USAR APENAS UMA PLANTA!
ResponderExcluirLEGALIZE IT!
USUARIO NÃO É BANDIDO!
comer merda isso sim
ResponderExcluiralmíscar! não sabia dessa :DDD
ResponderExcluirBoa hempadao como sempre com ótima informação!
Abraço pra Galera que faz do Hempadao o Melhor Blog que ja Vi!
By:AmoN
ótimo!!
ResponderExcluirmiguel
Ta aí, não sabia que o Tchekov era dos nossos, muito boa a nova editoria!
ResponderExcluirNossa, é exatamente isso que faltava pra deixa perfeito, Parabens!
ResponderExcluirtwitter/guikudo
ai hempadao acredito que a traduçao de "black monk" esteja errada ao invés de "macaco preto" o certo seria "monge preto" Monk = Monge espero ter ajudado abraços
ResponderExcluirAnônimo, você tem toda razão!
ResponderExcluirAté porque fez muito mais sentido o Monge fazer o papel do sábio do oriente. Se fosse um macaco, a alucinação teria que ser mil vezes maior... hahahaha
Valeu o toque!
Grande abraço...
Não esqueçam de relatar alguma onda do tim maia!
ResponderExcluirAlexandre Dumas escreveu um capítulo inteiro d'O Conde de Monte Cristo sobre o haxixe. simplesmente maravilhoso, fiquei totalmente surpreso. Ele e Baudelaire eram membros do Clube dos Comedores de Haxixe hahaha essa editoria podia ser diária de tanta história que tem pra contar...
ResponderExcluirCaralho, hempadao surpreendendo! Exelente matéria pessoal, recomendo-o sempre!
ResponderExcluirMuito esse espaço, viajei de montão aqui, a primeira vez que veno a esse territorio, sentir-me avontade, bem!!! muito bem...
ResponderExcluirJah olais por nós e por aquele que um dia vai lutar e promover a educação moral e civica de um povo que entende que é proibido mas não compreende.
Legaliza Já !!!
Muito bom trabalho, não só pelo conteúdo informativo, mas pela dignidade que acrescenta à maconha, que, quando menos, é associada a coisa de retardado, doidão, etc. Não que não sejamos doidões, mas ser doidão, é também ser Tchekov.
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