[Ed. 62#] WeedNews: Rio de Janeiro Marcha em Defesa da Maconha!

por Marco Hollanda

A polícia diz que foram mil e quinhentos. Os organizadores falam em quatro mil. Mas na verdade pouco importa. Foi bonito ver a multidão marchando sem vergonha de dizer que fuma maconha, e ainda com muito orgulho e muito amor. E foi mais do que isso: A multidão cobrava por mudanças na estúpida política de repressão a erva, impossível de ser justificada.

Após uma sexta-feira de chuva foi bonito acordar e ver o céu com um azul radiante. Mas antes que Marcha da Maconha partisse em direção ao Arpoador surge um pequeno contratempo. O carro de som que conduziria o movimento estava sendo impedido por fiscais da Prefeitura de seguir com a passeata. Depois de um pouco de conversa e pressão dos advogados da Marcha e do organizador do movimento, Renato Cinco, tudo foi resolvido. Às 15h20 a Marcha da Maconha carioca dava seus primeiros passos.

Com máscara ou sem máscara, a integração de um público de idade diversificada  deixava o clima ainda mais animador. E lá estava Maria, candidata do Miss Marijuana 2010 que enche a redação do Hempadão de orgulho. Com 58 anos, ela participava pela primeira vez do evento.

Lá no meio da galera também estava o deputado estadual Carlos Minc. Assim como no ano passado ele era o único representante da classe política. Minc marchou, dançou e discursou. Assista:  

No Arpoador, famoso pelo belíssimo por do sol, a Marcha chegava ao seu final com uma novidade. O movimento terminou com velas acesas e um minuto de silêncio em homenagem as vítimas da violência na guerra às drogas.

Já passava das 19h quando a Marcha da Maconha 2010 foi oficialmente encerrada. O corpo de quem militava desde as 13h e caminhou por mais de 3 km era só cansaço. O merecido descanso se deu nas pedras do Arpoador com um visual que fica até difícil explicar com palavras. 

Mas não podíamos encerrar o texto sem registrar o único incidente ocorrido na Marcha carioca. Um jovem, que não possui nenhuma ligação com a organização do movimento, foi preso por pichar um poste, um banco e uma lixeira. O fato infelizmente fez com que a mídia usasse as imagens da prisão para ilustrar e compor uma realidade mentirosa. A Marcha aconteceu em paz.