[Ed. 64#] WeedNews: O custo político da legalização!

por Marco Hollanda

É neste período pré-eleitoral que os candidatos começam a definir o plano de campanha. E desde que o mundo é mundo a coisa funciona assim: a situação fala dos maravilhosos avanços do seu governo e a oposição ataca nos fracassos do adversário.

Mas na hora de se posicionar sobre temas que ainda causam polêmica, os dois lados adotam a postura de manter a maior distância possível do assunto. E isso acontece quando se fala em política de drogas.

Já foi notícia aqui no Hempadão que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não vai falar do seu plano de descriminalização da maconha até o final das eleições. Tudo para proteger o candidato José Serra (PSDB).

Também já falamos aqui da teimosa associação do plano de legalização da maconha com os riscos causados pelo uso do crack feita pela candidata Dilma Rousseff (PT).

Diante do fracasso da guerra às drogas o debate sobre a legalização tornou-se inevitável. Mas em época de eleições, tudo indica que haverá uma pausa no debate feito pela classe política.

A defesa dos candidatos diz que falar de temas ainda tão polêmicos acaba servindo de munição para o ataque de adversários. Mas ao mesmo tempo o fato mostra uma mudança de comportamento questionável para alguém que busca ocupar um cargo tão importante.

Fugir de polêmicas pode até ser uma boa estratégia de campanha. Mas o que se pode esperar de alguém que não apresenta aquilo que realmente pensa.

Posso citar o caso do Governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, que ao defender a legalização da maconha não foi tão reprimido. Mas se a cultura norte-americana é bem diferente da brasileira, a explicação está em apenas uma palavra: informação.

A ideia de Big Arnold só teve aprovação popular, pois a mesma já sabe do fracasso da política repressiva e dos eventuais beneficio$ da legalização. Aposto minhas pontas que se bem informado, o povo brasileiro pensaria do mesmo jeito que os californianos.