por Marco Hollanda
O relato que chegou à caixa de e-mail do Hempadão é tão bom que vale a publicação em primeira pessoa. A história deste bONG carioca promete prender a atenção do leitor em cada linha de texto.
Esta noite eu entrei em um carro de polícia pela primeira vez, e foi uma experiência interessante. Entretanto, ficou bem claro que esta história poderia terminar de forma trágica. Antes de falar sobre o desenrolo com a guarda, vale uma breve apresentação do protagonista.
Sou um jovem adulto de 26 anos, que foi apresentado à Santa Maria 2 anos atrás. No decorrer de uma madrugada ótima, com o visual do Cais do Porto e a Ponte Rio - Niterói ao fundo, na metáfora perfeita do beck que mudaria meu futuro para toda a eternidade. O beck de boa qualidade só pode ter sido um presente de Jah. E assim, gastei muito tempo pesquisando e tentando formar uma opinião sobre uma erva que era consumida por muitas pessoas que são inteligentes, trabalham normalmente e cuidam de seus filhos.
Esse primeiro beck marcante trouxe muitos outros e muitas ondas ótimas. Entretanto, o acesso às conhecidas "fontes" ficou mais difícil. Mas os motoboys do pé do morro estavam sempre no mesmo lugar, no alcance de um "bonde" e ao custo da bagatela de dez reais. A tranquilidade do esquema seguia proporcional à qualidade do "boldinho" que o cara da moto me trazia. O encontro com a Guarda era iminente, e deixou de ser quando aconteceu.
A abordagem, tranquila e educada, limitou-se a uma pergunta:
- O que o cara da moto vermelha te entregou? - disse o motorista da viatura branca e azul.
Optei por dizer a verdade, admitindo a posse da erva misturada, entre outras coisas, a folhas de louro. Como recompensa, fui privado da vergonha de uma revista em plena praça e convidado a embarcar no famoso "Gol Bolinha". O carro deu meia volta e entrou na mesma favela a qual havia onde comprei a erva. O terror invadiu todo o corpo, fazendo a mente trabalhar alucinadamente quando a viatura parou no beco. Dois papelotes "de dez" no bolso e dinheiro algum na carteira completavam os detalhes do cenário catastrófico.
O clima era muito pesado, ao ponto de transformar silêncio em objeto de tortura. Alguém precisava falar, e eu tomei a iniciativa. Falei que fumo por que gosto, que preferiria comprar algo de qualidade em uma tabacaria à palha com um traficante. Contei que sou a favor da legalização, que fui à Marcha da Maconha, que acesso sites especializados e leio bastante.
Pelo empenho na retórica, Jah me enviou outro presente: um carro cujo motorista não portava os documentos. Enquanto um dos homens de azul se encarregou de enquadrar o veículo, o outro tira me convidou a desembarcar para uma revista desinteressada. Metade da compra foi apreendida, mas a outra, discretamente escondida, sobreviveu para enfumaçar o restante da noite.
O que aconteceu hoje rendeu uma boa história, mas poderia ter sido um desastre. Para que isso não aconteça, vou construir meu armário, com informações do GrowRoom. Tenho certeza de que a Hempada foi fator principal no bom decorrer da minha primeira "dura". Se não fosse pelas laricas de informação, em vez da fome, o morto poderia ter sido eu.
melhor que isso só dois disso !
ResponderExcluirmuito bom mesmo irmão;
ResponderExcluirbem melhor plantar do que ficar correndo atras de trafica no morro.
paz.
A minha atitude seria a mesma! Parabéns
ResponderExcluirdeu sorte, negão.
ResponderExcluirParabéns cara, muita gente fica nervosa e acaba mentindo e só piora, vc teve a idéia certa...e com certeza teve sorte tbm!
ResponderExcluirEsta certo em plantar, como vc to cultivando meus primeiros pézinhos com ajuda do GrowRoom e algus amigos que já cultivam a um certo tempo, como eu disse vc foi certo em dizer a verdade e teve sorte, não são todos guardas que fariam isso!
Muita sorte mesmo!!!
ResponderExcluirpresciso do imail do hempadao para mandar a minha historia q nao acabou em final feliz!
ResponderExcluirsempre que eu tomo enquadro eu apresento o que tenho em cima...é a melhor maneira e não dá nd..os guardas gostam de gente fmz, que admite o que faz independente se é certo ou naum....pior seria vc falar que não pegou nada do fulano da moto e a esta hora estaria todo dolorido do cacete que teria levado...é isso ae irmão, parabéns
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirFoi inteligente mas tambem teve muuuita sorte.
ResponderExcluira unica sorte foi ter conseguido esconder a metade da paranga, mas mesmo assim, parabéns pelo texto ou pela edição do texto. :)
ResponderExcluirCertíssimo,conheça seus direitos,não seja moleque,vamos plantar,cada vez mais...
ResponderExcluirSanto motorista imprudente sem os documentos, cara esse é iluminado... pode aposta q eles n te "dispensaram" pela proza q vcs tiveram, eles só qrem saber de qm vc eh filho
ResponderExcluirmas e o que os policiais falaram? O texto não diz..
ResponderExcluir"mas e o que os policiais falaram? O texto não diz.."
ResponderExcluirfiquei com a msm curiosidade...
É o que costumo dizer pros confrades nas biqueiras. Se a polícia me pegar com esta "paia brava" que vocês estão servindo, vai ter é pena de mim. Capaz até de rolar, com eles, um prensadão currupira.
ResponderExcluirMas é isso, afora cabeças gordas truculentos, antes de polícia o sujeito é gente. Em geral, conversando chega-se ao entendimento.
Mas humilhação, sujeição são inconcebíveis visto não se estar cometendo crime, desordem social ou moral.
A proibição da maconha é um crime de conspiração. Legalizar é urgente.
Aeaheuah o massa é que ele não foi egoísta como
ResponderExcluiro de costume e te deixou com metadinha...
Tenho medo nenhum de ser presa. Nessa altura do campeonato, tudo é experiência válida. Porém quero nem pensar se pegam meu filho. Viro bicho!
ResponderExcluirO diálogo é a melhor forma de socializar e obter paz!....
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