sábado, 5 de junho de 2010

[Ed. 66#] ErvaMundi: Cultura da Maconha no Egito!

Hoje o ErvaMundi vai desvelar a profundidade da cultura milenar escondida na história. Na verdade vamos chegar no Egito com a vontade forte de descobrir que resquícios a ganja tem na cultura desse país. Abordagem histórica e empírica começam desde já. Hoje em dia a maconha é proibida, porém a fiscalização não é muito forte e o consumo existe desde os tempos mais primórdios.

A erva chegou no Egito entre os séculos IX e XII, com as invasões árabes, que introduziram a cannabis em todo Norte da África, chegando ao leste da Tunísia, Argélia e ao Marrocos. A maconha foi primeiro enaltecida pelos poetas e somente depois foi aceita popularmente. A época de maior consumo, no entanto, também é a mesma de maior declínio, já que o Egito passou de potência mundial para estado agrário escravocrata.

A primeira proibição veio então em 1800, quando Napoleão dominou o Egito. Nessa mesma época, apesar do aumento do consumo, houve penalidade de extração dentária, sem anestesia, aos usuários da droga. A proibição de Napoleão Bonaparte é documentada e formal, datada de 8 outubro, veja só:

Art.I: Fica proibido em todo Egito fazer uso da bebida fabricada por certos muçulmanos com a cannabis (haxixe), bem como fumar as sementes da cannabis, os bebedores e fumantes habituais desta planta perdem a razão e são acometidos de violentos delírios que lhes proporciona cometer abusos de todos tipos;

Art.II: A preparação da bebida de haxixe fica proibida em todo Egito. As portas de todos os bares ou albergues onde é servida serão fechadas com um muro e seus proprietários colocados na cadeia por uma duração de três meses;

Art.III: Todos os pacotes de haxixe que chegarão a alfândega serão confiscados e queimados publicamente.

Qualquer bom aluno vai lembrar que o real motivo dessa proibição não é bem esse. O general francês tinham sim a gana de acabar com a fabricação e exportação sobretudo de fibras de cânhamo para a principal rival, mãe da revolução industrial, a Inglaterra.

Tanto o plantio quanto o consumo seguiram, mesmo com a proibição. O hábito egípcio de fumar haxixe é consagrado. Esse hábito foi assimilado sobretudo entre os intelectuais europeus, mais tarde. Do Egito saiu também alguns genes utilizados na criação do Skunk. No Oriente Médio o consumo foi tão grande que fábulas como "As Mil e Uma Noites", escritas no auge da fumício, são culpadas por referências à maconha como, por exemplo, o "tapete voador".

E se a história é de resistência... a atualidade é bem parecida. O tempo de cadeia é grande para pessoas que sejam pegas portando ou consumindo maconha no Egito, no entanto as leis não são nada explícitas, o que deixa ao encargo do juiz a sentença. Na prática a coisa funciona mais livremente. Ou seja, em Cairo, capital do país, é muito difícil ser pego tanto com hempa quanto hash, mas é claro que não pode dar mole, principalmente em território estrangeiro.

Até sábado que vem, quando estaremos viajando às profundezas da cultura canábica de El Salvador!

5 comentários:

  1. Onde tem cannabis tem cultura!!

    queria ta na hora da queima, e cheirinho baum!

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  2. Já pensou se essa lei de arrancar o dente dos maconheiros pega aqui no Brasil....Acho que eu ia ficar banguela.kkkkk

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  3. caraca, massa! Dezembro to indo pro Cairo, vamos ver se essas verdes do Nilo são boas mesmo hehehehe

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