terça-feira, 1 de junho de 2010

[Ed.66#] Chapa2: Fidel Castro - O Império e a Droga!

O velho ditador Fidel Castro já está com 83 anos. Admiração pela história política dele não falta, nem a sapiência de saber que o velhinho é uma das pessoas mais populares do mundo. E se ele resolveu falar sobre drogas a nossa missão é reportar. Trata-se de uma carta escrita pelo bom e velho Fidel, questionando o que o Tio Sam vai fazer em relação a repressão das drogas. Leia a carta na íntegra:

O Império e a Droga

"Quando fui preso no México pela Polícia Federal de Segurança, que por azar considerou suspeitos alguns movimentos nossos, apesar de serem feitos com muito cuidado para evitar o golpe da mão assassina de Baptista –  mesmo com fez Machado no México quando no dia 10 de Janeiro de 1929 seus agentes assassinaram Julio Antonio Mella na capital desse país – , ela imaginou que se tratava de uma das organizações de contrabandistas que atuavam ilegalmente na fronteira desse país pobre em suas trocas comerciais com a poderosa potência vizinha, industrializada e rica.

No México praticamente nem existia o problema da droga que se desatou mais tarde de forma esmagadora com sua enorme carga de danos não só nesse país, mas também no resto do continente.

Os países da América Central e do Sul investem muita energia na luta contra a invasão da cultura da folha da coca, dedicada à produção de cocaína, uma substância que é obtida através de componentes químicos muito agressivos e resulta tão daninha quanto para a saúde como para a mente humana.

Os governos revolucionários como os da República Bolivariana da Venezuela e da Bolívia põem especialmente todo seu empenho em travar seu avanço, como o fez oportunamente Cuba.

Evo Morales já tinha proclamado o direito de seu povo a consumir chá de coca, um excelente cozimento tradicional da cultura milenar aimara-quíchua. Proibir-lhes isso é como dizer aos ingleses que não consumam chá, costume sadio importado pelo Reino Unido da Ásia, conquistada e colonizada por ele durante centenas de anos.

"Coca não é cocaína", foi o lema de Evo.

Chama a atenção que o ópio substância que é extraída da papoula o mesmo que a morfina, fruto da conquista e do colonialismo estrangeiro em países como o Afeganistão, e que faz muitíssimo dano se é consumido de maneira direta, fosse utilizado pelos colonialistas ingleses como moeda que outro país de cultura milenar, como a China, devia aceitar obrigatoriamente em forma de pagamento pelos sofisticados produtos que a Europa recebia da China e que até essa altura pagava com moedas de prata. Costuma colocar-se como exemplo daquela injustiça nas primeiras décadas do século XIX que "um operário chinês que virava dependente gastava dois terços de seu salário em ópio e deixava sua família na miséria".

Em 1839 o ópio já estava ao alcance dos operários e camponeses chineses. A Reina Vitória I, do Reino Unido, impôs nesse mesmo ano a Primeira Guerra do Ópio.

Comerciantes ingleses e norte-americanos apoiados fortemente pela Coroa inglesa, viram a possibilidade de importantes intercâmbios e a obtenção de lucros. Nessa altura muitas das grandes fortunas dos Estados Unidos da América foram o fruto daquele narcotráfico.

É necessário pedir à grande potência que conta com o apoio de mil bases militares e sete frotas acompanhadas de porta-aviões nucleares e milhares de aviões de combate com as quais oprime o mundo, que nos explique como conseguirá resolver o problema das drogas.

Fidel Castro Ruz
30 de maio de 2010 15h36."

11 comentários:

  1. Se os EUA não explicarem, deixa que eu explico... o único caminho para resolver o problemas das drogas é a legalização.

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  2. Acho que os EUA bem como os governantes da grande frota de países que sofrem com tráfico não tem interesse em acabar com o "problema" das "drogas", bem pq quem mais sofre são as classes baixas enquanto eles só lucram.
    Eu acho que é por isso que eles não são adeptos da legalização, que gerou um preconceito enorme pelas gerações que viveram tal período.

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  3. Como todo ditador,é um grande mentiroso!E os EUA não tem o menor interesse em acabar com o "problema" das drogas,pois é o maior consumidor delas...

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  4. Fidel tá apontando pra Iole!!

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  5. Os EUA só precisa ter um jeitinho de ganhar (e muuuuito) com a legalização, a lei seca e Al Capone que o diga o quanto sofreram com a repressão, só depois a hipocrisia venceu e hoje o álcool é o poder em $ e em destruição que é. Penso que com a maconha não será diferente ou eles ganham com isso ou nada feito, simples assim.
    E outra coisa que pouco se fala é como o governo chinês erradicou de seu país os imprestáveis usuários de ópio... rs

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  6. Viva la revolucion.

    tipo um tapa de luva na cara.

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  7. Logo pra mim, Anônimo?
    Fidel sabe dos meus posicionamentos...
    Só não largo a Inglaterra por causa do chá...
    Mas se ele permitir o uso do meu chá lá em Cuba...
    Vamos que vamos!!

    Brincando!

    Mas agora falando sério...
    Primeiramente falar da doce ironia com que Fidel fala dos EUA no último parágrafo.
    A grande potência que oprime é a mesma que diz ser a salvadora!
    E mesmo com o começo do seu declínio, ainda é quem dá as cartas na economia mundial.
    E no que implicaria os EUA promovendo uma campanha de legalização da maconha?
    Pode parecer viagem minha, e pode até ser, mas com a guerrilha do narcotráfico ocorrendo nos países das américas central e do sul, os EUA têm um trunfo nas mãos para poder colocar de bode-expiatório. Quando o petróleo passar a não ser mais o eixo mundial, os olhos vão sair daquela parte do mapa, e não acho difícil que se volte para cá. Não vão ser mais os armamentos nucleares como desculpa para dominação.
    Consigo até visualizar um círculo vermelho bem ali na Colombia, Brazil, Amazônia...

    Até quando vamos ser o bichinho de estimação dos norte-americanos?

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  8. Só uma explosão cósmica do nosso Planeta para acabar com os interesses. O mundo anda na contra mão da avenida que deveria andar, e não precisa ser profeta para prever que estaremos destruidos em pouco tempo. Tudo isso pela necessidade humana de ser algo maior que ela própria.

    Abraços

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  9. Acho uma tremenda bobagem discutir política com essa visão "esquerda x direita" ou "mundo x EUA". Fidel Castro é um safado tirano e acho uma pena o Hempadão dar destaque para esse porcalhão. Acho ruim mas é democrático, tudo bem, mas péssimo para o nosso movimento. Quem fuma maconha não precisa ser taxado de anti-USA ou de esquerda. Eu me defino como liberal, tenho grande admiração pelos EUA, mas sei que eles tem defeitos sim e não vejo como essas polarizações nos ajudam.

    Se EUA definir pela liberação da maconha, como estão aos poucos, acho que o movimento ganhará uma força mundial gigante.

    Acho que o Hempadão tem que se mirar em criar um clima de "maconha é para todos". As vezes acho que o site é muito centrado em uma tipificação que até colabora para estereótipos.

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  10. Não sou anti-EUA. Pelo contrário, na questão da legalização vejo uma dicotomia ideológica muito grande nos EUA. De um lado os liberais, laicos filhos legitimos dos "Founding Fathers" que põem as liberdades individuais acima das outras. E o grupo que tem por frente os cristãos protestantes, altamente moralistas e religiosos, os famosos WASP, que veem a maconha como vício das classes negra e latina. Esses são os lobbys que debatem a legalização nos EUA. Porém ainda acho que a legalização virá como uma solução econômica, justamente o que o estado da California pretende. Legalizar e taxar a maconha para ganhar DINHEIRO.

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