[18] Hempovão: Leitor da Hempada em Conexão Brasil-Holanda! Diário de Viagem...

O texto abaixo foi enviado por um leitor do Hempadão que por motivos profissionais não pode ser identificado. O relato é um diário de bordo com roteiro pra lá de invejável... veja:

"Depois de um cansativo vôo de aproximadamente 13 horas, finalmente a aeronave pousa de forma poética e suave no gélido solo do Velho Mundo. Um pouso tão tranqüilo como a cidade que resume meu desiderato de viagem: Amsterdam!

Nossa porta de entrada na Europa foi o aeroporto Fiumicino, nos arredores de não tão tranqüila Roma. Depois de passar pela alfândega e pelo falatório italiano (povo muito falante e um tanto 'mal educado'), fomos diretamente ao portão de embarque de nossa conexão à AmsterDAMAGE!

A ansiedade para embarcar logo somente me permitiu uma ida rápida ao banheiro e uma lariquinha ao melhor estilo italoamericano – Sanduba de Formaggio, um Snickers e uma Coca-Cola Zero (Zero para cancelar as calorias do queijo e do chocolate, claro).

O clima de um embarque a Amsterdam é diferente das demais conexões aeroportuárias. É mais feliz, mais instigante. Vimos alguns adolescentes italianos tagarelando e rindo bastante. Passaportes europeus na mão e, nas cabeças, certamente orbitando a trinca Weed – Beer – Pussy.

Confesso que só estava à procura de duas das palavras acima, pois fui acompanhado de minha noiva. Enfim embarcamos para infinitas três horas de vôo que separam Roma de Amsterdam. Consegui dormir boa parte deste trecho, pois na vinda do Brasil não dormi bem, sonhando em chegar logo à tão maravilhosa e intrigante cidade.

Acordei quando já estávamos sobrevoando a Holanda. Percebi isso olhando pela janelinha do avião. Avistei um dique, o píer de Scheveningen... Tive a certeza, Chegamos!!

Não sei ao certo qual o hormônio da felicidade, mas tenho certeza de que fui fulminado por ele naquele exato momento. Aquele velho sorrisinho malicioso que remete à Amsterdam voltou ao meu rosto... 2 anos após minha primeira visita. Toda essa emoção e vocês acharam que era a primeira visita, né? Mas é como se fosse...

- Ladies and Gentlemen, welcome to Schipol - Amsterdam.

Aquela frase soou como música aos meus ouvidos. Peguei minha mochila e tratei de ser o primeiro a sair do avião. Peguei minhas malas na esteira e me dirigi ao saguão do moderno aeroporto Schipol, o mais importante da Holanda. Fui interpelado por uma simpática agente de imigração com um bonito sorriso de boas vindas.

Era a senha de entrada. Um grande sorriso holadês. "- Passe meu filho, e vá logo fumar seu baseado. Sei que a viagem é longa", deve ter pensado ela.

Amsterdam faz muito frio. Chegamos com cerca de 5 graus, que oscilaram pouco durante nossa estadia. Tiveram dias mais quentes, com 8 graus, e dias mais frios, beirando zero. Um início de primavera congelante, mas nada que afete meus objetivos turisto-cannábicos.

Comprei o ticket do trem que liga Schipol à Centraal Station, a Estação Central de Trem de Amsterdam. Quando o trem reduziu sua velocidade na chegada, já pude ver novamente aquela cidade linda. As casinhas coladas uma na outra, simétricas, seculares, surpreendentemente situadas acima do nível do mar, como grande parte do país.

E avistei o primeiro coffeeshop, o Dreadrock!

Esse eu fui na última vez. Bem turístico por situar-se de cara pra Central Station, uma decoração meio velha e sonzera reggae. Mas esse só serviu de colírio aos meus olhos. O melhor ainda estava por vir. Serpentamos com nossas malas por entra os corredores e, finalmente, saímos pela grande porta.

AGORA SIM, CHEGAMOS.

Aquele vento deliciosamente congelante me atingiu tão logo avistei a Damrak, rua principal que sai da Centraal Station até a Dam Square, praça e ponto nevrálgico da cidade. Eu já estava louco para fumar um beck.

Cabe incluir um adendo aqui dos integrantes da trip (eu, um amigo e nossas namoradas). Eu e ele, fumantes e amantes inveterados da cannabis. Como era a primeira viagem dele, fiz questão de ciceronear meu nobre amigo. As meninas estavam com frio e queriam ir para o hostel logo. Então ok, vamos, antes mesmo de fumar um....

Você acha? Nada... antes de tudo uma passada rápida e providencial - de boas vindas - no 420 Café - de Kuil, que fica numa rua transversal à Damrak. EU já tinha ido da ultima vez e tinha gostado bastante do ambiente, mas nessa trip este se tornou meu coffeeshop preferido. (Iso será explicado nos post posteriores).

Chegamos e aquela pergunta que sempre é feita em todos os CS’s, foi prontamente posta:

- ID’s please.

Eles sempre pedem os documentos, para confirmar se você não é menor de idade. Às vezes eles são até chatos com isso, mas se não forem, podem ter graves problemas. A presença de menores pode acarretar a perda da licença do CS.

Como havia acabado de chegar, perguntei ao vendedor o que ele me indicava.

Ele nos indicou um bom NYC Diesel, uma excelente sativa de gosto cítrico, muito perfumada e com um efeito que eles chamam de “upliffiting high”. É a chapação que te leva pra cima e que te faz viajar, e não a que te tranca no sofá babando (essas são as indicas).

Meus amigos, saí daquele lugar muito bem. Saí flutuando pelos canais até nosso hostel, que ficava à umas 4 quadras dali, bem no coração do Red Light District. Mas isso já fica para outro post. Farei listas dos Coffeeshops preferidos, bem como dos melhores strains que provei.

Também irei expor minha opiniões sobre a política de drogas holandesa; como funcionam os Coffeeshops; como os holandeses agem com essa tão maravilhosa e deliciosa cultura (ou contracultura?). E lhes digo, eles são um povo tão cativante como avançado.

Eles não se importam que você ande pelado na rua ou fume um beck, desde que não prejudique a coletividade e não invada o espaço alheio. É aquela velha história, “ O Direito de um vai até onde começa o do outro”. É uma sociedade realmente avançada e que tem muito a ensinar o resto do mundo.

NO VICTIM, NO CRIME"