[Ed. #87] bONG: O Começo do Fim da Negligência!

por Marco Hollanda

Enquanto a Califórnia decide no voto popular a proposta de legalização da maconha, o brasileiro luta para não apanhar da polícia. E mesmo quando o problema é comparado com a realidade de países mais próximos ao Brasil, como a Argentina, nossa situação ainda é vergonhosa.

Mas de longe é possível perceber um sinal de fumaça que nos leva a dias melhores. Da cidade de Tubarão, em Santa Catarina, recebemos uma história em que a polícia se mostra menos interessada em tratar usuários de drogas como criminosos. Mas é importante deixar claro que o caso relata a história de três jovens de com aparência de classe média ou alta. Se fosse um caso de repressão ao pobre a história poderia ser bem diferente.

O beck da discórdia foi aceso na longa caminhada até a rodoviária da cidade. Mas antes de completar a primeira volta a onda foi interrompida por um barulho de freada brusca. Atrás deles havia uma viatura policial de onde saíram dois tiras com armas apontadas e gritando para que todos encostassem no muro com as mãos na cabeça. Felizmente houve tempo para se livrar do flagrante antes da aproximação dos tiras.

A tensão continuou, pois um dos amigos ainda escondia uma pequena paranga na cueca. O alívio veio após o término da revista sem que nada de ilícito fosse encontrado. Em um diálogo honesto, os três se apresentaram como usuários de maconha.

Ao perguntar detalhes da vida pessoal de cada um, dois deles se apresentaram falsamente como universitários. O fato do local da abordagem ser próximo a uma universidade contribuiu para que a Guarda acreditasse na história.

A abordagem termina com um dos tiras anotando o nome dos três jovens e liberando-os em seguida. Apesar da Guarda afirmar que eles deveriam ser conduzidos até a delegacia, a lei deixa bem claro que o porte de substância ilícita é elemento essencial para aplicação da pena. Portanto, ninguém pode ser enquadrado por estar com cheiro de maconha ou com os olhos vermelhos. Em tempos de repressão, informação é a melhor arma.

E você, alguma vez sofreu garras da Guarda Negligente? Se sim, conte sua história pra gente pelo endereço: redacao@hempadao.com