[Ed. 88#] WeedNews: Novo Presidente, Velha Política!

por Marco Hollanda

A única esperança é torcer para que tudo não passe de estratégia de campanha. Dos dois lados, a campanha dos candidatos à presidência tomou o infeliz rumo do moralismo cristão. Como sabiamente lembrou o grande Gustavo Black Alien em entrevista ao Hempadão “na condição de macaco na República das Bananas devemos tomar muito cuidado com o rumo tomado”.

O tamanho do atraso no debate sobre política de drogas nos coloca em situação vergonhosa quando comparado o momento vivido pela Califórnia, que vai decidir sobre a legalização da maconha na próxima terça-feira. Aqui passamos todo período eleitoral ouvindo o futuro Presidente falando palavras como guerra e prisão.

E mesmo quando olhamos para nossos vizinhos percebemos um imenso atraso quando o assunto é a revisão da política de drogas. A Argentina, com quem tanto rivalizamos, já descriminalizou o consumo da erva. A decisão tomada pela Suprema Corte em 2009 diz que "todo adulto é livre para tomar decisões sobre o estilo de vida sem a intervenção do Estado".

Mas a notícia desta semana chega da Colômbia, que também já descriminalizou o consumo de maconha. Em Parque Dakota, no departamento de Valle del Cauca, a polícia entrou em acordo com moradores para permitir o consumo livre da erva. Sem nenhum tipo de repressão, os colombianos agora podem fumar livremente no local.

Jogador cai no antidoping por uso de maconha

Essa é daquelas notícias que nos leva a pensar um pouco mais. Será que a maconha tem poderes não revelados que podem potencializar o físico de um atleta? Nesta semana o zagueiro Luizão, do América-RN, foi suspenso preventivamente por 30 dias após o exame que realizou acusar o uso de maconha. Se for condenado, Luizão pode ser suspenso do esporte por até dois anos.

Não custa nada lembrar que o América-RN é o último colocado da Série B do Campeonato Brasileiro. Além disso, os números revelam que mesmo dopado de maconha o zagueiro Luizão não tem sido muito eficiente. Afinal, seu time possui a defesa mais vazada do campeonato, com 57 gols sofridos em 32 jogos.

No ano passado, o Sindicato Mundial de Jogadores Profissionais de Futebol (Fifpro) emitiu uma nota criticando a decisão da Agência Mundial Antidoping (Wada) de manter a maconha na lista de substâncias dopantes. A instituição argumenta que o consumo da erva não atrapalha o rendimento dos atletas. Sendo assim, não poderia ser classificada como doping, já que as substâncias presentes nessa lista são utilizadas para potencializar o rendimento físico.