[Ed. #95] Adão e Erva: Rockeiro não é Pedreiro - Mas... pega leve!

Se um dia você entrar em um bar e tiver tocando rock de verdade, talvez entenda um pouco do espírito da coisa. Adão cansou de ouvir gospel, mas com sua banda de jazz não conseguiu ir mais longe do o blues, para cantar canções de um trabalho árduo, de resistência e muita improvisação. Foi assim no início do século 20, quando os negros de Nova Orleans elegeram a maconha como droga preferida.

 

Mas daí muita gente vai achar que o papo de hoje é jazz. Só que a Erva - sobretudo quando vai chegando perto do final do ano - prefere um pegada mais pesada mesmo. Não rejeita Bob Marley nunca, nem tampouco a poesia beatnick, mas o que embala a noite de hoje é realmente cavernoso. Distorção na caveira porque desde Hendrix o rock não conseguiu mais ser cozido sem uma pitada de fumaça.

 

Isso porque a fumaça está no ar e não - necessariamente - nos pulmões. Aliás, são esses não fumantes os verdadeiros pilares da nossa revolução. Adão ganhou de presente uns CDs de rock pauleira e aceitou ouvir e escrever sobre, tal como vai visitar a igreja ervangélica, à convite de outro amigo. Adão deu play na banda Darge.

 

E depois foi a vez de Stoned Song, do Statik Majik, e foi quando Adão viu que uma letra faz toda diferença. Antes fosse storner e o ectoplasma - sei lá - seria só marola. Quer dizer, nosso personagem é milenar e não se incomodou com a cobra por ela não ter aceitado dar um tapa, enquanto aceitava a maçã em plena larica paradisíaca. Adão não segrega, não [re]oferece. O próprio Parayba é um careta, que diz que tem "papo e história de maconheiro", mas... acho que não.

 

Um amigo de Adão no reino dos céus disse que já explicam por lá a Lei da Perdição Proporcional, um mecanismo natural dos humanos geração séc. XXI, no qual se o indivíduo exagera no rock, esquece sexo e drogas. Adão disse: "dá Pink Floyd pros cracudos"!

 

Adão descontrolado de amores carnais pela Erva ganhou de presente uns CDs pra resenhar. Mas é muito rock, meu irmão... duro igual pedra de prensado. Mas o produto tá longe de ser paraguaio. Então, com toda sinceridade, chapação e falta de tempo, resta dizer que o vocal rasgado e a guitarra em riff emocionam e despertam algo de ancestral. A porrada do metal será menos assimilada pela onda que se julga relaxante da erva?

 

É mesmo questão de gosto. Adão fala 174 línguas e é claro que se perde nas traduções e por vezes toda essa metamorfose fecunda analogias feito pérolas: rockeiro não é pedreiro. No entanto, após uma sessão de heavy metal, o nosso personagem só conseguiu sugerir algo mais leve... saca?Redução de danos.

 

O Parayba não vai entender nada desse post, mas vocês entendem. Se Adão fosse músico responderia com um solo, mas como é maluco, responde no verbo. Adão queria ter a coragem e disposição do Parayba, que tem um selo e lança bandas de rock por ae. O contato dele: paraybarecords@hotmail.com. E o link do Discolized!