[Ed. 96#] WeedNews: O Bicho de Sete Cabeças da Vida Real!

por Marco Hollanda

 

Não é de hoje que se debate sobre as mazelas das clínicas de internação para dependentes químicos. Há quase 10 anos o filme Bicho de Sete Cabeças mostrou com uma brilhante atuação de Rodrigo Santoro como a vida de um usuário pode literalmente acabar por conta de um tratamento de desintoxicação.

 

Mas desta vez a realidade imitou o cinema. O local é uma clínica de nome sugestivo (New Life) que tinha contrato com a prefeitura de São Paulo para atender usuários problemáticos. Trata-se de uma clínica contratada sem licitação para "prestação de assistência a portadores de dependência de substâncias psicoativas, que necessitem de cuidados de reabilitação em regime de internação".

 

Mas algumas denúncias de tortura e maus tratos levaram à interdição de duas unidades da New Life. “Foi a pior cena que já presenciei na minha vida: meu filho estava dopado, não conseguia nem abrir os olhos, babava, e me dizia”: “Mãe, me tira daqui! Estou sendo espancado, estou todo machucado”, relatou a mãe de um paciente.

 

Inicialmente, os pacientes que chegavam à New Life eram recebidos na Unidade I da clínica, que conta com um belo jardim e piscina. Mas a passagem pelo local era apenas temporária. Logo os pacientes eram transferidos para outra unidade, com grades e quartos 6,5 metros quadrados com oito pessoas.

 

"O dono da clínica só pensava no dinheiro. A comida era arroz com cenoura. E só. Depois de muito reclamarmos, colocaram também carne podre no almoço. O cheiro era terrível, mas comíamos assim mesmo porque a fome era desesperadora", disse um paciente que esteve internado na New Life.

 

Escola expulsa alunos que fumavam maconha em passeio

A notícia agitou o fim de ano da badalada Escola Britânica, colégio particular bilíngue no Rio de Janeiro onde as mensalidades giram em torno de R$ 3,5 mil reais. Três estudantes de 16 anos foram expulsos sob a acusação de fumarem maconha durante viagem organizada pela escola na semana passada.

 

Segundo um dos pais, que não quis se identificar, os professores mandaram que eles voltassem de táxi da cidade de Pouso Alto, em Minas Gerais, que fica a 250 quilômetros do Rio. "Eles foram interrogados e sofreram terror psicológico para confessar que tinham fumado. Logo depois foram expulsos do passeio.", conta o pai.

 

Os pais dos alunos expulsos, que vão processar a escola tanto na área cível quanto na criminal, contrataram um badalado escritório de advocacia para cuidar do caso. "A escola desrespeitou a dignidade dos alunos. Foi uma afronta aos direitos fundamentais dos menores. Os algozes (professores e diretor) foram insensíveis, desumanos, arbitrários e vão pagar por isso", afirmou o criminalista Nélio Machado.