sexta-feira, 1 de abril de 2011

[07] Miss Marijuana 2011 – Natália!

Hempadão - Miss Marijuana 2011 Natália 04
1] Diga nome, idade e estado onde mora.
Natália, tenho 19 anos e moro em Cascavel – PR.
 
2] Você trabalha ou estuda? Qual sua profissão ou que tipo de atividade social exerce?
No momento, trabalho com a minha mãe na empresa da família.
 
3] Já fumou maconha? Como se deu essa experiência e o que isso significou para você?
Na verdade tenho contato com a erva desde que tinha 9 anos de idade. Minha tia e irmã eram usuárias, e, como morávamos juntas, sempre estava junto nas ‘rodas’ da galera. A primeira vez que fumei maconha foi aos 14 anos, com essa minha tia que na época tinha 19. Senti-me realizada, pois desde pequena as via fumando e ficava só sentindo a marola, achando incrível aquele aroma e o estado ‘zen’ que elas curtiam. Pra mim, a partir do momento que comecei a fumar maconha, descobri o que me dá prazer, me relaxa, revigora e, claro, lesa de vez em quando. Hehehe. Foi amor a primeira prensada, nunca mais nos largamos!

 

 

4] Qual a sua opinião a respeito da mudança na legislação brasileira especificamente em relação à cannabis?

Minha opinião sobre a legislação é uma só: hipócrita! Como um governo se diz preocupado com a saúde pública ao proibir o cultivo e uso da maconha, mas vende livremente o cigarro? Essa sim, DROGA mortal, disponível para a compra logo ali, na padaria da esquina, no próximo posto de gasolina ou qualquer banca de revistas. Hipocrisia pura e descarada! Saúde pública que nada, eles estão preocupados com os próprios bolsos. Sim, pois a solução para combater o tráfico está nas fuças do país: legalização! Pensem comigo: legalizando o cultivo, muita gente vai plantar em casa para consumir. Se a galera planta em casa, não tem tráfico. Simples, não? Não. Por que se a galera plantar em casa, garanto que 90% dos fumantes de cigarro largariam o vício, por ter a liberdade de acenderem um baseado ao invés de tabaco. Como poderiam plantar em casa, pra que comprar o baseadinho industrializado (que certamente indústrias como a ‘Souza Cruz’ rapidinho começariam a comercializar)? Rapidamente cairiam pela metade as vendas da ‘Souza Cruz’, que mesmo vendendo morte em caixinhas de 20 unidades, é uma das maiores e mais lucrativas empresas do país. O que nos leva novamente ao X da questão: os bolsos dos poderosos. Hipocrisia é a palavra!

 

5] Você já participou da Marcha da Maconha? Conte como foi.

Infelizmente não. Na minha cidade não há nenhum grupo organizado da marcha, mas pretendo me informar pra trazer o movimento para cá. Por ser uma cidade universitária, há muitos usuários fervorosos pela legalização!

Hempadão - Miss Marijuana 2011 Natália 05

6] Quais foram os últimos três livros que leu? E qual está lendo agora?

‘Mais Pesado Que o Céu’, ‘O Diário de Anne Frank’ e ‘A Bruxa de Portobello’. No momento, dei uma folga e não estou lendo nenhum.

 

7] Porque você acha que merece ser eleita a Miss Marijuana 2011?

Porque sou usuária assumida, sem vergonha nenhuma de mostrar a cara e lutar por aquilo que acho justo. E nada mais justo que cada um curtindo a sua, sem fazer mal pra ninguém e acima de tudo, sem preconceitos. Aliás, meu primeiro passo foi começar legalizando em casa!

 

8] Diga uma música perfeita para 4e20:

Mc Eltin – País da Granja. De um jeito engraçado ou quase hilário, falas sobre a patifaria que é a proibição e sobre personalidades que usam ou já usaram a erva. Muito boa!

 

 

9] Desde quando você conhece o Hempadão? O que mais te chama atenção no blog?

Pra ser bem sincera? Há uma semana! Mas viciei totalmente. O que eu mais curto, é que além de trazer informação e dicas pra galera que curte, o blog também possibilita que as pessoas que não curtem enxerguem que, nós usuários, não somos um bando de maconheiros lesados. Somos adultos dividindo informações, experiências, conhecimentos e bases sólidas para defender nossos interesses junto a sociedade conservadora – careta- de igual pra igual.

 

10] Alguma vez você sofreu repressão policial por estar fazendo uso de substância ilícita?

Não sei se a palavra certa seria repressão digamos que foi uma repreensão. Felizmente não no Brasil, pois aqui com certeza o desfecho teria sido muito diferente. Foi na Itália, em Roma. Eu estava na Praça de San Lorenzo, famoso ponto de encontro de usuários e ‘fornecedores’ – digamos assim – de maconha na cidade. Estávamos sentados fazendo um som, fumando o último fino da noite quando um policial se aproximou, educamente pediu nossos documentos e, após checá-los, simplesmente nos pediu que apagássemos o baseado e parássemos com o barulho. Assim, na booa! País desenvolvido é outra vibe, né?

11] Acha que o usuário de maconha ainda sofre muito preconceito no Brasil? Você já passou por isso?

Com certeza. Acho que o povo brasileiro ainda tem a mente muito fechada em relação a certos assuntos. Felizmente não passei por nenhuma situação de preconceito escachado. Claro que sempre rola a galera que não curte, e fica falando mal ou olhando torto. Ou a mãe da amiga que acha que somos más influencias. Mas sempre que esse assunto é colocado em discussão, faço questão de discutir os prós e contras. O que eu mais gosto é que os prós sempre ganham!

 

 

 

12] Qual a melhor opção na hora da larica?

Receitinha rápida: Uma lata de atum, duas colheres de sopa de maionese, uma colher de chá de mostarda, uma colher de chá de ketchup picante, picles cortados em cubinhos. Passe no pão e boa larica!

 

13] Você defende a legalização de todas as drogas? Por quê?

Acho que esse é um assunto pra ser discutido com muito cuidado, analisando todos os lados. Mas com certeza sou a favor da legalização de uma erva natural, que a meu ver não merece ser classificada como droga. Droga denomina tudo que é ruim, tudo que te faz mal. Álcool ferra meu fígado, cigarro fode o meu pulmão, cocaína detona meu cérebro e o crack o meu corpo inteiro. Isso sim são drogas. Mas maconha? Ah, por favor, né...

14] Qual sua opinião sobre drogas como álcool e crack?

O álcool é a ‘droga social’ né? Aquela que provavelmente todo mundo, ou grande parte, já fez ou faz uso. Seja por gostar mesmo, seja pra curtir uma balada, pra relaxar. Ela está aí. Faz mal? Faz. Assim como tudo em quantidades exageradas. Mas também faz bem, como é o caso do vinho que, se tomado todos os dias em doses moderadas, reduz as chances de se obter N doenças. É tudo uma questão de moderação. Já o crack? Bom, sobre essa droga não tenho conhecimento, sei o que a maioria das pessoas sabe, ouve e vê nos documentários da TV. E na verdade, nem me interessa conhecer a fundo.

 

15] Em quanto tempo você acha que a maconha vai ser legalizada no Brasil?

O mesmo tempo que vai demorar para o Brasil começar a pensar e agir como um país desenvolvido, um país líder e inteligente. Espero que não muito tempo.

 

16] Se fosse legalizada, você plantaria sua própria maconha ou iria preferir comprar?

Se eu falar que estou estudando essa possibilidade mesmo antes da legalização, vocês prometem que não me deduram? Quero pelo menos um pé enfeitando a casa, dando aquele charme sabe? Hehehe. Mas no caso da legalização, com certeza vou plantar. Afinal, que usuário não gostaria de ter o gostinho de consumir sua própria erva, né?