sexta-feira, 15 de abril de 2011

[Ed. #111] THCélebre: O Jazz marolado no piano de Thelonious Monk!

Não pense você que o THCélebre parou por falta de personalidades que utilizaram a maconha em algum momento da vida. Hoje contaremos um pouco da vida de Thelonious Monk, um pianista que figura entre os mais respeitados nomes do jazz norte-americano. Filho de uma cultura marginalizada pela classe dominante Monk foi alvo fácil da repressão policial, tendo deixado uma ficha criminal marcada com uma passagem na prisão pelo porte de maconha.

 

A canção Bip Bop, ousada e inovadora até dento do jazz, fez surgir o termo Bebop para classificar a nova vertente que ele ajudou a criar e disseminar. Certa vez o pianista Al Tinney lembrou que em 1941, durante as apresentações que deram origem ao novo estilo, Monk e outros músicos "fugiam" do lendário clube Minton para fumar alguns baseados. "Eles retornavam um pouco chapados e algumas vezes não sabiam onde estavam tocando".

 

O uso de drogas e o constante estado entorpecido dos músicos de jazz era incentivado até pelos empresários da noite. O livro Thelonious Monk: The life and times of an American Original, de Robin D. G. Kelley, revela que os donos de clube incentivavam os músicos a comprar bebidas fiado, que depois eram descontadas do pagamento. A oferta de outras drogas, inclusive as ilícitas, também era comum neste meio.

 

O baixista Red Callender revelou que durante uma apresentação em Nova Iorque "os músicos aproveitavam os intervalos para sair pela porta dos fundos e se reunirem em um beco onde ficavam  bebendo, fumando maconha e mastigando ‘bennies’(um comprimido de anfetamina usado como estimulante). Tudo para aguentar as longas e cansativas maratonas de shows, que na maioria das vezes só terminava após as  4h da manhã".

 

Em 19 de maio de 1943 Thelonious foi preso pela primeira vez por posse de maconha. A história se repetiu em junho de 1948, quando ele foi levado para a delegacia e acabou sendo punido com 30 dias de prisão. O curto período no cárcere foi suficiente para que ele perdesse o emprego de músico fixo no clube Roost. Já no ano de 1951 ele tomou a culpa no lugar do também pianista Bud Powell, que jogou um saco com  heroína no seu pé quando a polícia abordou o carro onde eles estavam.

 

A esposa de Thelonious Monk, Nellie, revelou em uma entrevista no ano de 2002 que o músico era usuário rotineiro de maconha e bebidas alcoólicas. "Ele evitava o consumo de drogas mais pesadas, apesar ter utilizado em alguns momentos da carreira". Nellie também lembrou do período  Monk passou por um tratamento com terapia de choque e questionou a possibilidade dele ter algum distúrbio psicológico. "Tudo isso pode ter sido fruto de um temperamento artístico".

 

Thelonious Monk, que morreu após sofrer um AVC em 17 de fevereiro de 1982, chegou a ser capa da lendária revista Time, quando a mesma fez uma série de edições especiais em homenagem os mitos do jazz (os outros foram Louis Armstrong, Duke Ellington, Wynton Marsalis e Dave Brubeck). Em 1993, ele ganhou um premiação póstuma, o Grammy Lifetime Achievement Award e, em 2006, recebeu a homenagem-póstuma do Pulitzer Prize Special Citation.

3 comentários:

  1. Orwem eu ouvi Jazz chapado! Recomendo.

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  2. PQP finalmente
    notal mil mil mil mil pro blog
    amantes de maconha e jazz ponham o dedo aqui!
    I LOVIT

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