[Ed.110#] bONG: Guarda Arrependido pela Negligência… Você acreditaria?

por Marco Hollanda

 

Viajar com flagrante para o Estado do Rio de Janeiro é sempre uma missão complicada, e é a fama da polícia carioca que comanda o relato do bONG desta semana. A viagem de Barueri (SP) até Búzios, um balneário paradisíaco na Região dos Lagos, acabou sendo marcada pela ação da Guarda Negligente.

 

Antes de partir, os irmãos dividiram os 40 gramas de maconha compradas para a viagem em dois pedaços que foram guardados em mochilas diferentes. Antes disso, alguns baseados foram preparados para serem queimados ao longo da viagem de aproximadamente nove horas.

 

Ao passar por Cabo Frio, última cidade antes de Búzios, foi aceso o que seria o último beck da viagem. Depois de apenas três tragadas nosso amigo avistou uma blitz e um Tira acenado para que o carro parasse no acostamento. Com um movimento ninja ele conseguiu engolir o baseado que estava longe de virar uma baga.

 

Em uma atitude típica da polícia carioca, o policial pegou a carteira de sua vítima e começou a revistar. Logo, ele sentiu aquele cheiro que entrega o hábito de qualquer usuário com o costume de guardar pontas. Diante do fato, logo veio as perguntas que abrem o jogo da negligência policial: Você é usuário? Tem alguma droga ou arma aqui?

 

Um dos irmãos logo cedeu a pressão e admitiu que guardava 20 gramas da erva proibida. Não satisfeito, o Tira resolveu revistar todos os cantos do veículo, onde certamente encontraria o resto da maconha guardada na outra mochila que estava no banco traseiro.

 

Mas enquanto o homem de farda revista a parte da frente do carro nosso amigo arriscou um golpe ousado: ele puxou a mochila para o porta-malas (que já tinha sido revistado). Com o objetivo de retirar o flagrante que estava ali dentro ele pediu “autorização” para pegar um celular na bolsa. Com o ok do policial ele rapidamente pegou a maconha e jogou no matagal ao lado.

 

Sem encontrar mais nada de ilícito, o Tira avançou para a fase de negociação. Sorte que um dos irmãos era vendedor e usou um pouco de sua lábia para reduzir o valor da propina. De uma proposta inicial de 3 mil, o “acordo” acabou sendo fechado em 900 reais. Ainda foi necessário ir até um caixa eletrônico para conseguir pagar o preço da liberdade.

 

Com o dinheiro em mãos o clima entre as partes ficou estranhamente amigável. Seu Policia, que era Mengão, revelou ser morador de Búzios e apresentou um acordo para devolver a maconha apreendida no dia seguinte. Só que um dos irmãos optou por não encontrar o tira e com o medo de sofrer outro golpe, eles também optaram por não buscar a maconha que havia sido jogada no mato.

 

Para alegria da massa o homem da lei, agora sem farda, resolveu ir de moto até a pousada onde a galera estava hospedada. Embrulhado devolveu a maconha apreendia embrulhada em uma folha de revista, além de desejar uma ótima estadia e diversão em sua cidade. Conhecedor de todos os perigos, o PM também recomendou que erva fosse queimada apenas dentro do quarto, já que a rua era “sujeira total”.