quinta-feira, 2 de junho de 2011

[Ed.118#] Adão e Erva: Junho da Liberdade ainda tem Marcha da Maconha!

A Marcha da Maconha pelas ruas de Brasília é, na cabeça de Adão, como uma movimentação no espaço-tempo em que o milenar se apresenta ao concreto novo. A planta no planalto. O plano? Mostrar a erva ao conservador. Sem terno, mas tenro. Uma multidão invade o plantão e grita palavras de ordem a favor da natureza. Adão regozija o vindouro e pensa: que beleza!

 

Enquanto isso… de um passado recente repercutimos a Marcha da Liberdade, que foi registrada pelas lentes do Hempadão, mas além disso o repórter Marco Holanda tem a Hemportagem que merece o espaço deste Adão e Erva:

 

Parece contraditório falar em Marcha da Liberdade dentro de um país democrático. Mas na prática, algumas ações do Estado brasileiro ferem vergonhosamente os direitos garantidos pela Constituição de 1988. Isso porque na opinião de alguns magistrados, quem defende a mudança de uma lei – na verdade uma simples portaria da Anvisa – corre o risco de ser enquadrado no crime de apologia ao crime e as drogas. A censura também impede que palavras como maconha e legalização sejam expostas no mesmo cartaz.

 

Se existe algo de proveitoso na proibição da Marcha da Maconha é fato da mordaça oficial ter plantado uma semente que começa a render flores em nível nacional: a Marcha da Liberdade, que já agrega um grande número de segmentos sociais.

 

No último sábado cerca de cinco mil paulistanos entraram em sintonia com movimentos populares que já acontecem no Oriente Médio, Grécia e Espanha, onde o povo ocupa as ruas e praças contra a opressão do Oficial. Logo no início, os 260 policiais destacados para o evento chegaram a cercar a calçada do MASP deixando o clima um pouco tenso. Felizmente um acordo com os organizadores que se comprometeram em defender exclusivamente a liberdade de expressão garantiu que a passeata não fosse atacada com bombas e spray de pimenta.

 

Muitos ainda não compreendem quando digo que participei de um ato em defesa da liberdade de expressão. Outros ainda ficam mais confusos quando descobrem que não foi um ato só de maconheiros, gays ou ambientalistas. Mas nada que uma pequena aula sobre os direitos fundamentais do cidadão não resolva e agregue novas vozes para o nosso coro.

 

A “revolução” do MASP pode não ter sido televisionada, mas foi transmitida em streaming pela Internet e tirou da cadeira alguns ativistas que agora se articulam para repetir o ato em outros locais. Não custa lembrar que o esforço para realizar a Marcha Liberdade na sua cidade depende apenas da união de um grupo de ativistas que consiga mobilizar a população.

 

A essa altura, alguém no gabinete dos censores deve estar pensando no “monstro” que acabaram de criar. Passado o Maio Verde, as previsões apontam para a chegada de um Junho da Liberdade!

5 comentários:

  1. 03 / 06 Marcha da Maconha BSB
    Tamo lá.

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  2. Imagina a Marcha de Brasília com 15 mil pessoas, que doido.
    Marcharemos pela liberdade aqui em Vitória!

    Sds,
    Suricate.

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  3. http://www.avaaz.org/po/end_the_war_on_drugs_la/?rc=fb&pv=27

    ai hempadao fais uma materia sobre isso
    pra todos asinar e divulgar
    quem e a favor do fim da guerra as
    drogas !

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  4. Triste a essa altura do campeonato termos de fazer uma marcha para a liberdade de expressão e bonito de se ver que mesmo assim muitos estiveram lá!

    Muito bom o texto!

    Beijos

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