[Ed.#119] Chapa2: Nós tacamos Fogo, Eles tacam na Fogueira – Santa Vergonha Democrática!

Na cidade de Belém aconteceu um fato que deveria envergonhar qualquer cidadão brasileiro que se orgulha de viver em uma democracia. Uma faixa com os dizeres “1ª Marcha da Liberdade” foi apreendida pela Guarda Metropolitana durante uma manifestação pacífica e posteriormente entregue na mão de um Pastor evangélico para ser queimada na fogueira santa, purificando assim o mal das mentes libertárias.

 

A história começou quando um grupo de ativistas que se concentrava na Praça da Republica confeccionou a faixa em defesa da liberdade com 4,5 metros. No instante que a arte era finalizada chegaram à praça quatro guardas que interrogaram os manifestantes sobre o propósito do movimento.

 

A determinação era impedir o ato que não tinha autorização para ser realizado. Mas a resposta dos ativistas se deu com a leitura do Artigo 5° da Constituição Federal, que garante a liberdade de reunião, independente de autorização oficial. Diante disso, os quatro bateram e retirada e a situação parecia normalizada.

 

Ao terminar a produção de todas as faixas o coletivo em defesa da liberdade permaneceu na praça observando a passagem Marcha Para Jesus. Enquanto alguns tiravam fotos dos subversivos e gritavam "Queima eles, Jesus", o outro lado respondia com a leitura do Artigo 5°, "Liberdade de Expressão" e "plante Liberdade". Com a alegação de garantir a “segurança de todos”, um grupo de seis guardas municipais resolveu montar um pequeno cerco na praça.

 

Mas o clima ficou realmente tenso quando um carro descaracterizado, apenas com uma pequena sirene na parte de cima, chegou ao local. Um homem que saiu do veículo foi direto ao pequeno grupo de manifestantes e começou a puxar a grande faixa com a acusação de que um crime de apologia estava sendo cometido. Sem reagir as provocações, os ativistas acabaram perdendo a faixa e realizando um recuo estratégico.

 

Passado alguns dias um funcionário da assessoria da imprensa da Guarda Metropolitana informou que a faixa apreendia interessava ao Pastor Jerônimo Filho, que pretendia jogar a mesma na fogueira santa e, assim, orar pela salvação da alma dos manifestantes.

 

A conclusão desta história ocorreu na última segunda-feira quando uma coluna do jornal O Liberal garantiu que a faixa foi realmente queimada na Igreja da Pedreira. A boa notícia é que foi aberto um inquérito na corregedoria da corporação para avaliar o caso.