[Ed.#121] WeedNews: 40 Anos de Guerra às Drogas e Nenhum Motivo Para Festejar!

por Marco Hollanda

A semana marcada pela inesquecível vitória da Marcha da Maconha no STF também precisa ser lembrada por outro acontecimento histórico. Na última sexta-feira (17/06), a política de Guerra às Drogas iniciada pelo Presidente norte-americano Richard Nixon completou quarenta anos. Neste caso, as velas só podem ser utilizadas para representar o luto por um número incontável de mortes, prisões desnecessárias, violação dos direitos humanos e intervenções militares em outras nações.

 

A história desta guerra começou quando Nixon enviou uma mensagem ao congresso apontando o “uso de drogas como o inimigo público número um do país.” Apesar da gravidade alardeada pelo governo, tudo seria resolvido em apenas cinco anos de ações de repressão ao comércio e uso de drogas ilícitas.

 

Hoje, até o mais alienado dos caretas pode notar que alguma coisa deu errada. Com um orçamento que ultrapassa a marca de US$ 2,5 trilhões não é difícil perceber que a fortuna desceu pelo ralo. Após quarenta anos de guerra temos como resultado efetivo uma expansão do comércio e consumo de drogas, o surgimento do crack e outros entorpecentes, o fortalecimento financeiro e bélico das quadrilhas que comandam este negócio e um resultado que a própria ONU classificou como sendo de “consequências devastadoras para os indivíduos e sociedades de todo o mundo."

 

Mesmo assim, o governo Obama reservou somente para este ano um orçamentoUS$ 15,5 bilhões para a Guerra às Drogas. A quantia é 31 vezes maior que a utilizada por Nixon em 1971. Incansavelmente falam em ocupar, perseguir e fechar o cerco, exibindo criminosos e toneladas de drogas apreendidas como troféus. Difícil mesmo é acreditar na ingenuidade dos governantes que garantem a manutenção desta guerra.

 

STF pode analisar uso religioso de drogas ilícitas

 

A vitória da Marcha no Supremo Tribunal Federal acendeu a luz para uma importante estratégia de ação para os movimentos que defendem a legalização da maconha: a regulamentação do uso religioso. O relator da ação, Ministro Celso de Mello, lamentou a impossibilidade jurídica de debater sobre o assunto naquele momento, mas aguarda o acionamento da Corte para uma análise sobre o tema que evoca os princípios da liberdade religiosa.

 

“Hoje, a Constituição do Brasil, cuidando da liberdade religiosa, que admite múltiplas interpretações, reconhece o direito a quem pratica qualquer religião, e o Estado tem que respeitar qualquer liturgia. Se alguém pretender discutir esse tema, é evidente que isso pode ser debatido em uma ação no Supremo”, declarou Celso Mello.

 

#ficaadica para os Rastas de todo país!