quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Hidropônica do Quartel [Adão e Erva Ed.#127]

Homem milenar, Adão conheceu de perto toda evolução e concretização do caos proibicionista. O tráfico nasceu da barriga da proibição, enquanto o uso, em si, nunca deixou de existir. Hoje a paródia anunciada se vê todo dia e a proibição não se sustenta, não te sustenta – só sustenta o tráfico. De cabeça cheia, lotada, hoje Adão vai contar uma história que aconteceu há cerca de dois anos, em uma terra longe daqui.

 

Antes de poder ter seu belo jardim, Adão conheceu a companheira de sua vida através da comunicação social. Erva era fácil facul como ainda é até hoje, cada um tem a sua. Mas atravessando o universo de atravessadores ingênuos, encontramos o traço de quê? Truque literário é pouco ilustrar ou entreter. Mas a história de hoje tem cheiro de sangue, subiu o morro armado para buscar maconha, meu irmão! Não foi lá comprar, disfarçado, com medo.

 

 

Foi lá com coragem e em bonde. Tomaram a boca. Tomaram tudo. Bem verdade que, logo depois, ele vendeu por um preço bem mais em conta do que o preço antes cotado. E tinha demais. Maconha e pó. Pó. Ele póprio – como dizia cheirado -  capturou quantidade suficiente para uma revenda rápida e um levante potente de capital. Ele próprio, que a sete anos luta para se ver livre do pó, vende para os “amigos” o que tomou da bandidagem.

 

Bandido sim. Porque é assim que ele trata traficante. Ele vende droga, mas não é traficante. Traficantes eram dois, um morreu e o outro vai carregar o fardo da prisão de meia década pra lá. Adão não acreditou na história até saber dos detalhes. Foi então que a serpente soltou a verdade enquanto acendia um beck na maça. Sim, caro Adão, aprenda uma lição: essa Erva… é de apreensão.

 

Tava explicado. De fato, o vendedor da maconha não era traficante, era da policia. Talvez só motivado pela ação de ganhar dinheiro. Mas como peça fundamental da análise básica de que, se a função da polícia é somente enxugar gelo, porque vou incinerar o quilo? Aquilo que ele sabe que seus amigos se arriscam na rua para conseguir… bem ali, como troféu de sua invasão, pronto para virar prêmio no fim de mês. Todo mundo feliz, menos o traficante pobre, um morto outro preso. No meio da invasão do BOPE outras casas foram atingidas, a comunidade sofre. Sofre… porque se a própria polícia trafica, então é porque a guerra não é contra o tráfico, mas sim contra a pópria comunidade.

12 comentários:

  1. Poxa, entender os textos do Adão é bem mais fácil chapado.

    Curtir einh!! Realmente, quem está no interior não tem esse tipo de informação.

    Paz

    - IceBong -

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  2. E com a Copa do mundo vindo aew... a repressão deve aumentar... pra 'mostrarem' serviço..

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  3. A POLICIA DO RIO DE JANEIRO TEM Q ACABAR....BANDO DE LADROES....MALDITOS.

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  4. esses textos são muito bons.. Parabens Adão!!

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  5. A POLICIA DO RIO DE JANEIRO TEM Q ACABAR....BANDO DE LADROES....MALDITOS.

    não so no Rio mas em todo lugar manow.

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  6. haha... isso só tem um nome "hipocresia"... comigo mesmo já aconteceu algo do tipo... depois de uma abordagem policia, por ter dreads, eles encucaram comigo... como não tinha flagrante, mas tinha acabado de fumar, um policial me chamou num canto e começou a trcoar ideia comigo, falando que era novo e que tinha que mostrar serviço que eu só precisava dizer para eles algume que vende umas paradas na cidade... em troca, por ser um cara maneiro e trabalhadoreles me dariam uma paranga de 50g que estava na viatura, o fdp ainda disse que não era de uma qualidade muito boa, mas que ele poderia conseguir algo legal, verdinho pra mim depois... aiaiai... vai acreditar nesses malucos... prefiro fumar nada do que pegar 50g da mão deles...

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  7. /\ eu falava o lugar errado, ficava com as 50g e ainda ria da cara deles =)

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  8. Parabéns pelo texto, é assim mesmo que funciona. Infelizmente.

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  9. imaginei toda cena aqui com meu baseado na mente, tu é doido

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  10. E essa palha na foto é por que mesmo?

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  11. "Acendo um e penso na polícia: servir e proteger. Servir a quem proteger de que?"

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