(Balada francesa.)
por Eugênio Passos,
segundo a narcomancia de Jacó, o filho dos Caminhos.
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Dedicado a José Newton, com quem eu atravessava a terra entre o Tocantins e o Araguaia; e Maria, Olga, Mara e Fubá, que nos aguardavam a cada viagem.
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"O Senhor ia adiante deles: de dia, numa coluna de nuvens, para guiá-los pelo caminho; e, de noite, numa coluna de fogo, para alumiá-los; de sorte que podiam marchar de dia e de noite."
(Ex. 13, 21.)
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Num carro preto, um Ford Ka,
Dois homens, ao som de Creedance,
Deixam, álacres, Marabá
Rumo ao Norte tocantinense.
Saindo do Sul do Pará,
Por má estrada, uma infâmia,
Vão a Araguaina, que está
Junto doutra Mesopotâmia.
A alacridade, dir-se-á
(Que em tal percurso lhes pertence),
Mesmo com a estrada ao deus-dará,
A que viajem os convence.
Tal alegria se lhes dá
Por seduzi-los uma lâmia
E guiá-los uma orixá
Pela nova Mesopotâmia.
A protegê-los, oxalá!
Oxum, a deusa fluminense,
Deitada, nua, num gongá,
Livra-os de sustos e suspenses.
E a seduzi-los eis que há,
Qual uma náiade balsâmea,
A maga Música, quiçá,
Alma de tal Mesopotâmia.
Não há viagem sem que vá
Um vegetal da flora adâmea,
Cuja fumaça (ah! ah! ah!),
Cobre a feliz Mesopotâmia.
belo poema, marajá quissá fumara!
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