domingo, 23 de outubro de 2011

A Guerra às Drogas Aqui Não é a Mesma Guerra de Lá! [WeedNews Ed. #139]

por Marco Hollanda

 

O careta reaça comemora quando a polícia bate o recorde de apreensão de maconha ou acaba com uma área de cultivo. Inocente, ele acha que a guerra está sendo vencida e um dia a erva será totalmente erradicada. Mal sabe ele que a repressão só consegue mudar o endereço onde a semente vai vegetar e florir.

 

É o que está acontecendo na Califórnia, estado que por muito pouco não conseguiu a legalização plena com a Prop19. Historicamente, a cannabis californiana era cultivada nas regiões montanhosas do estado. Com a intensificação da repressão, o mercado se reorganizou e migrou para cultivos em pequenas fazendas do Vale Central. Uma estatística do Condado de Fresno aponta que neste ano o confisco de pés de maconha nas montanhas caiu de 70 para 9. Nas fazendas subiu de 37 para 121.

Essa tática de migração para novas áreas de cultivo lembra muito o que aconteceu durante o Plano Colômbia, financiado pelos Estados Unidos para erradicar o cultivo da folha de coca na terra de Pablo Escobar. No início os ianques até cantaram vitória. Mas a ficha caiu quando descobriram a migração da coca para países vizinhos como Bolívia e Peru. Isso sem falar do impacto ambiental causando pela pulverização de pesticidas que contaminaram as lavouras de alimentos do já sofrido povo colombiano.

 

A repressão nos Estados Unidos existe, mas está longe de ter o clima de guerra instituído nos países latinos e asiáticos (como Paquistão e Afeganistão). Apesar dos norte-americanos ocuparem o topo do ranking de consumo das drogas ilícitas, quem paga com o próprio sangue o preço da war on drugs são os mulatos e amarelos que sonham em ganhar um trocado com o consumismo anglo-saxão.

 

 

Genoma da Maconha é sequenciado!

 

Enquanto a periferia do planeta sofre com combate contra algumas plantas o topo da pirâmide global investe em pesquisas para buscar novas formas de utilização destas mesmas plantas. Na semana que passou um grupo de cientistas de Universidade de Saskatchewan, no Canadá, divulgou que o genoma da cannabis sativa foi sequenciado.

 

O Dr. Jon Page explicou, dentre outras coisas, a diferença genética maconha utilizada como droga daquela destinada ao cânhamo. O THCA (ácido tetrahidrocanabinólico) é provavelmente "chave genética" necessária para ativar a presença do THC na planta. "A análise do transcriptoma mostrou que o gene sintase THCA, uma enzima essencial na produção do THCA, é ligado na maconha, mas desligado no cânhamo," declarou Page.

 

Os pesquisadores ainda explicaram que ao longo dos séculos a maconha foi cultivada de modo a criar duas linhagens distintas: uma rica em propriedades alucinógenas e usada para fins medicinais e outra para produção da resistente fibra de cânhamo.

 

Apesar da importância desse tipo de pesquisa é preciso estar atento ao uso desses dados genéticos pela indústria farmacêutica que certamente sonha em patentear as propriedades medicinais da planta. Por problemas assim que a luta do movimento canábico não se encerra com uma eventual legalização.

10 comentários:

  1. esse assunto de patentes é polemico...

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  2. polemico igual a mamilos...

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  3. Eu gosto de THC, de THCA, de CBD, de ABCDefghijk e de mamilos.

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  4. Bom dia a todos amigos cannabicos!!!!
    Fumando aquele café da manhã agora, pra começar bem o dia

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  5. Mas existe uma repressão muito grande aos californianos eim, a industria do petroleo americana tem muito medo que eles começem a trabalhar com canamo.

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  6. Sobre petróleo: os gananciosos mentirosos são inseguros e incompetentes.

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  7. Legalizar now! Eu vivo aqui no Canadá e aqui é quase legalizado! 10 da manhã e já chapado! Abraços

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