segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Baseado na Lei 44ª Edição – O Brasil é a Rocinha!

 

por Cacá “King Size” Müller

 

A “ocupação” da Rocinha foi mais uma etapa na história da criminalidade patológica brasileira.


A priori, é necessário condenar o uso do termo “ocupação”. Erroneamente utilizado, a terminologia adotada pelo Governo e pela mídia leva a crer que ali havia um campo vago, desocupado. Contudo, infelizmente, o que houve foi uma incursão militar, de guerrilha urbana, em que o Estado mostrou sua mano militari, o que – frise-se bem – consiste na primeira aproximação entre Governo e esta população, em muitos anos.


A violência brasileira, metaforizada pela Rocinha, surge na ausência de dignidade. A violência não nasce do tráfico, não surge de uma planta. O tráfico é apenas um meio para se ter acesso a todos os desejos criados pela publicidade. O Estado cria e cobra impostos; confisca a produção e se torna o sócio majoritário de sua empresa, de sua vida. Para crescer, é necessário sonegar, é necessário atuar nas áreas que deem lucro. Assim, os grandes detentores do capital podem assaltar os cofres públicos, mas o traficante é condenado.


O Estado é das grandes corporações. Empresários financiam candidatura de políticos (de estimação), que representam seus exclusivos interesses. O povo, que vota, vende seu voto e com isto comercializa sua liberdade e sua dignidade.


Não adianta colocar a policia no morro. O morro está militarizado, vive um estado de exceção, vive uma guerra urbana e constante. A culpa não é do traficante, a culpa é do governo que toma o imposto e devolve tiro e exploração, no lugar de saúde, educação, oportunidade: dignidade de vida.


Já disse Durkheim que o crime é um fato social e que acontecerá normalmente em qualquer sociedade. Mas no Brasil a criminalidade atinge níveis patológicos, pois – ao lado das carreiras artísticas e atléticas (principalmente futebolística) – consiste numa opção profissional para a criança marginalizada, sem acesso a educação, sem saúde, sem emprego para si e para seus pais. E que não se fale na “opção de ser pobre”, pois o consumo e a necessidade de consumo é uma realidade, uma quimera materializada no dinheiro e no acumulo de riquezas, que faz toda criança desejar os brinquedos do “feliz Natal” e um tênis da moda, quando falta o básico.


Observe, reflita, pense, critique, evolua e mude o mundo.

11 comentários:

  1. o brasil é um guetto do mundo, todo brasileiro é morador de periferia, de uma periferia mundial.

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  2. Sugestão:
    Vamos começar a nos manisfestar enviando por exemplo, solicitando pedidos de materias sobre cultura cannabica nos Jornais e depois elogiando as materias após serem publicadas. Todo mundo pode fazer isso com um modelo de carta publicada aqui por exemplo, ou cada um faça pra si em seu jornal preferido.
    NÃO AGUENTO MAIS!!!!! Digito maconha no google e jornais para ver noticias sobre cultura cannabica ou maconha, só sai noticias sobre:
    Roçinha, USP, Aprensões, guerra do narcotrafico como se fosse uma coisa positiva pra sociendade, ignorando que metade do Brasil é maconheiro com muito orgulho e com muito amor.
    Ir as ruas é importante, mas calma, talvez a internet seja a melhor opção, para os dias de semana.
    Vejam o exemplo das #s do twitter, é só o hempadão pedir, e cada leitor passar para os amigos que não viram #s sobre a legalização dessa cultura mais que Brasileira internacional, já era, vai pro podim, marcos mion faz isso com as piadas do programa, pq não para um assunto serio e de exigencia mundial como esse
    Proibicionistas podem fingir que não enxergam, pra ter que dormir com essa, mas o mundo verá!!!!!
    Vamos usar a criatividade, se quem fuma a erva sagrada não tiver inspiração e criatividade, o resto do mundo menos ainda!!!!

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  3. Parabéns pelo texto.instigante

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  4. Muito bom o texto, situando a questão da violência na política do sistema. Por isso movimentos como o occupy wallstreet devem ganhar apoio, e mesmo que não modifiquem, serão através da rua que terá mudanças... se ñ for o occupy, qual será o próximo.

    Curte bastante.

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  5. Gosto muito dos seus textos Cacá. São muito bons. Parabens.

    Infelizmente, acho que nosso futuro é viver em eterna vigilancia. Nao vejo um "tratamento" pra essa criminalidade patológica a curto ou médio prazo, e a cada dia a populaçao pobre cresce mais e mais, enquanto a populacao media e alta economicamente aplaude "politicas de segurança" como essas "ocupações".

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  6. http://letras.terra.com.br/speed-freaks/1171340/

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  7. se manifestar é plantar... colher...

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  8. pode ser que a invasão seja a solução, mas só vai fazer o tráfico sair da favela.

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  9. Um dos melhores textos que eu ja li na minha vida, a nivel de uma descrição gramatical da atual Guerra civil "invisível" aos olhos da nação! Se alguém tiver que fazer a diferença nesse mundo seremos NÓS! Antes morrer em pé, do que viver ajoelhado!

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  10. Levem a mal não. Até concordo com esse olhar sobre a não ocupação social do estado, etc. mas na verdade isso parte de um bando de burguesinhos que querem fumar maconha livremente, como se seus paiazinhos n soubessem q vcs fumam. faço uma correlação com aquele povo da USP que com casacos se dizem revolucionários GAP...Cultura cannabica falta do que fazer...

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  11. o mundo gira em torno de ambições, hoje em dia é mais facil primeiro formar um conhecimento e instruir a massa a sua frente a criar a mesma cobiça pelo conhecimento, mais enquanto geral fala que tem que legalizar pra ir comprar mal sabe o inferno que vai criar

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