Uma Palavra sobre a USP, né? [Adão e Erva 142#]

Vozes reacionárias já ecoaram no Hempa sobre esse tema. Adão chorou quando leu, fez poema. Será o mesmo tipo que condena a quantidade de flores do Sativa? Vê porrada nos alunos e grita “viva”? Ativa o THC na mente para pescrever condutas de quem cativa o thc da usp, unb, puc, ufrj. Mídia golpista, perguntem aos outros reitores como é o tratamento da maconha no campus e nas cidades universitárias desse meu Brasil! Mas golpistas, não deixem pistas de manipulação: reitores sinceros, por favor.

 

Não há problemas quando não há repressão. E o ponto da repressão é o do absurdo. Ignora e até colabora com o uso de álcool e quer policiar o uso de maconha. Chega a dar vergonha, do lado de quem bate e de quem apanha nessa questão. Apanhados todos nós pela repercussão, uns reclamam, uns inflamam, uns proclamam e outros debatem. Adão vai dar sua opinião, nos comentários que me matem.

 

Também membro da comunidade acadêmica desse país, ora pois, é um desacato. Não vai Adão dedurar a jamaica da Letras no fundão, nem citar as pichações de todos os CAs lá de brasília. Mas certa vez carburou do alto, mais que alto, contemplando o maracanã – e nesse dia a varanda foi surpreendida por um professor, que parabenizou o cheiro e pediu para dar um dois. O que poderia acontecer depois? Ele disse: cuidado, porque o cheiro está ótimo e indo longe.

 

Adão gostaria de nunca, nunca, ter que debater com pessoas que reprimem um cheiro. Mas as vezes é necessário. Adão, caro amigo dessa militância, ator milenar da profecia eterna do fruto do conhecimento, não gostaria nunca, nunca, de debater com pessoas que reprimem baseados sendo confeccionados dentro do carro no estacionamento da usp ou mesmo da estácio. E acredite: nem sempre é necessário.

 

E quando não tem repressão, não tem problemas. Mas… quando tem repressão, “uma ponta vira um quilo”, como diz o mestre Chapadão. E as televisões, 400 homens mobilizados e com raiva, não da maconha, mas com a missão que lhe é obrigada a arcar, e um verdadeiro reallity show da atuação policial. De novo em São Paulo, mas… São São Paulo, meu amor, já não tinhas tu dado um tiro no pé no dia da Marcha? Com tvs e homens e bombas. Dois tiros no pé, agora cadeira de Rodas. Capenga, a política do ódio nunca funcionou.

 

Quer dizer que não é democrático pedir a saída de um reitor que foi colocado de forma anti-democrática em seu cargo? A infantilização do debate te bate, arde e corroi o raciocínio. E aí playboys que não fazem nada passam a fazer: reclamar daqueles playboys que vivenciam e muitas vezes ajudam a financiar as militancias estudantis. É preciso ter cuidado quando a opinião fica parecia com a do Datena, pare e pense: vale a pena?

 

O caso da USP é um grito da ditadura, não vai se converter numa caça aos maconheiros de todas as universidades, ou vai? Tá muito mais fácil regulamentar do que proibir, liberado já é. Logo, a luta não é por fumar maconha, mas ter assegurado o direito de liberdade. Me sinto mais seguro em estudar num ambiente com fumaça do que com fuzis. Mas entre liberdade e segurança, existem dois brasis.