segunda-feira, 5 de março de 2012

Dichavando a Guarda e a Velha Lógica do Capital! [Baseado na Lei 59ª Edição]

por Cacá “King Size” Müller e Flávio Tadeu Ege

 

Em uma sociedade profundamente hierarquizada e que cada dia mais se espelha no modelo estadunidense – insustentável e belicoso, a militarização das polícias e a incapacidade que seus agentes tem de refletir sociologicamente atendem a interesses que vão muito além da ideia segurança pública e manutenção da ordem. Os agentes de segurança pública são diuturnamente adestrados para cumprir os desígnios dos governantes.

 

Por trás de cada integrante da Guarda Negligente e seu espirito de capitão do mato, há uma bem sucedida sociedade comercial, formada entre o Estado e a indústria bélica, que após a segunda grande guerra, em contraposição ao conceito de Estado de Bem Estar Social, se tornou um dos negócios de ouro do modelo político econômico em que o Estado é gerenciado por grandes corporações financeiras, levado à prática pelos militares após o golpe de 1964, com auxílio do império norte americano. É claro e de conhecimento de todos que a guerra é lucrativa e ajuda a manter – através do medo – os governantes na posição de opressores.

 

A pujante indústria de armamento, munições, bombas, coletes, viaturas e até helicópteros, que escoa sua produção nas polícias, e também alimenta o crime; aumenta sua demanda na mesma proporção em que cresce a violência e a criminalidade. Assim, além de encontrar um mercado altamente lucrativo, sustenta com recurso público, o luxo e as regalias dos oficiais da PM, dos chefes de Estado e das indústrias.

 

Criminalizar a pobreza, ratificar o proibicionismo e combater a figura mítica do crime organizado oferece suporte não apenas à cultura militarista de combate e ao super-aparelhamento da Guarda Negligente, mas também sustenta a grande indústria que gerencia este negócio espúrio.

 

Elementar, caros irmãos e irmãs de militância; Nossa sociedade, a segurança pública e suas instituições, transformaram-se em um grande negócio público/privado, onde a morte por arma de fogo de mais de 40.000 pessoas por ano (com armas e munições made in Brazil), as humilhações, violações de direitos individuais, os tiros e as bombas que explodem nas desocupações e confrontos, são apenas um resíduo de produção desta indústria macabra, cujo nicho de mercado é a violência e o medo. Assim, reféns deste processo fabril desumano, mantemos a nossa luta de classes – que já virou guerra – por uma única causa: o lucro. Observe, reflita, pense, critique, evolua e mude o mundo.

 

 

Referências:

 

EGE, Flávio Tadeu. Uma breve historia da polícia no Brasil. Criticas a militarização e seu caráter oligárquico. Clube de Autores. 2012.

 

Hobsbawm, Eric J. A era dos Extremos: O breve século XX : 1914-1991. Companhia das Letras. 1994.

10 comentários:

  1. acredito que só tem uma forma de mudar o sistema, é se infiltrando gradualmente.. nao adianta ficar tentando chocar e arranhar a cúpula de aço da babilonia

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  2. se infiltrar? tem mais é que expor pra todo mundo a sujeira, assim vai perdendo confiança nessa policia ruim que a gente tem.

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  3. na minha visão critica isso nunca vai mudar, porem podemos tentar enfraquecer esse sistema de merda expondo nossas criticas e ideias publicamente.

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  4. minha opinião é de que não adianta apenas expor, se infiltrar, nem nada disso...o sistema não vai acabar dessa maneira. o sistema é algo que foi criado em muitas decadas e maioria das pessoas que estão nele, nem tem noção do que é esse tal de sistema. O sistema não é criado por algumas pessoas, mas pela sociedade inteira. E é impossivel querer mudar uma sociedade inteira apenas expondo-a e se infiltrando em algumas partes dela.

    Se você quer mesmo acabar com o sistema, comece por você. DENTRO DE VOCÊ
    O que VOCÊ acaha que o sistema causa nas pesoas ?
    Na minha opinião:
    -Inveja
    -Luxuria
    -Ódio
    -Preconceito
    -Depressão
    -Competitividade
    -E uma porrada de sentimentos ruins

    Não adianta querer desmascarar o sistema se antes não educarem as pessoas a agirem com mais dignidade e menos rivalidade. Por que se não o sistema irá se recriar facilmente.

    Tem que agir na raiz do problema.
    E ao meu ver não irá mudar nada enquanto não mudar a forma de pensar cada uma das pessoas.

    E o melhor...nós sabemos como a sociedade age em conjunto. A sociedade é como se fosse um individuo, e cada individuo é a sociedade.

    Então quanto mais as pessoas se "reformularem" por dentro mais a sociedade irá se reformular junto...Não vamos precisar que todos de uma hora pra outra mudem seu comportamento, mas se uma boa parcela das pessoas mudarem as outras consequentemente mudarão junto.

    ENTÃO COMECE POR VOCÊ !!

    Essa é minha opinião.

    Mesmo que depois nós criassemos uma outra egrégora, e acabaremos por cair em uma nova armadilha, ainda assim acho que mudariamos para melhor.

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  5. Que viajem! Texto fodastico!

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  6. Revista Carta Capital recusa publicar anúncio da Eternit favorável ao amianto. viomundo.com.br

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  7. Baseado na lei é a melhor editoria dessa bagaça!

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  8. E não podemos esquecer da industria das farnácias!!! Que sem a legalização da maconha, automaticamente, força as outras pessoas a terem que comprar das drogas vendidas na farmácia!!!

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  9. Não da pra definir o que é "sistema". Mas a proibição ajuda a manter varias industrias mesmo, a farmacêutica tb.

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  10. Muito boa essa ideia de dichavar o modus-operandi das forças de segurança desse país.

    "Know your enemy!!"

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