quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Dores Crônicas da Proibição [Adão e Erva 182#]

Crônicas de humor não são crônicas de melancolia. Mas perceber – noite e dia – que a política brasileira que tenta se renovar é quase sempre tardia, dói! Adão e Erva não é de fato o retrato de um herói, mas sim da reflexão que de simples corrói a razão bruta, aquela que luta contra a verdade sadia e se esconde no beco obscurecente de discriminação. Covardemente a erva é alvo da sociedade que maltrata a planta como rato, pior que bicho, já lhe disseram filha do cão. Irmão, se não posso se quer portar e dividir entre os meus. Não pode mesmo a bendita ser filha de Deus. Ou pode?

 

Pode. Diz no livro sagrado – todas as espécies, num dia só. Difícil de acreditar? Mas acreditam e até lutam por ensinar nas escolas. E acreditar numa política que proíbe uma planta, uma variedade natural que se desenvolve a milênios nesse planetinha estúpido. Corrupção não é crime hediondo, tráfico é. Prende-se toda hora como traficante gente que colhe maconha do pé. A mídia colabora e explana o sujeito como Zé Mané: trabalhadores, professores, pais e filhos – cultivadores de seu próprio remédio, sofrendo de tédio nem que seja um dia atrás da grade. Por uma planta. É grave.

 

 

Tanto que chega ser engraçado. Ou embaçado. Já prenderam até cachorro na Marcha. Que que você acha? Que é alguém controlando o jogo lá de cima? Ou simples burrice coletiva, algo que a galera acha que faz pelo bem mas na real nem sabe aquém. A que serve aquilo? A polícia, quando prende um cultivador, está defendendo o monopólio já estabelecido dos criminosos organizados? Toneladas de apreensões, durante anos, viraram toneladas de notícias em telejornais mostrando como a polícia era eficaz no combate. Quanto mais exposição, mais curiosidade. A guerra às drogas fez e faz o consumo explodir.

 

Adão já contou histórias demais. Já foram mais de cem crônicas, algumas até explosivas de tanta polêmica. Aqui não é espaço de jornalismo, mas de piração e inspiração literária meramente canábica. Com toque de humor, que não pode faltar na Hempada. Nada falta ser dito, a erva não precisa ser exaltava e induzida a ninguém – longe de ser este o objetivo do blog, desta editoria e de todos que aqui trabalham. Aliás, bom falar nisso.

 

Quanto mais o blog cresce, quando mais gente se depara com esse lugar, quanto mais o leitor percebe que aqui o conteúdo é gerado, produzido, verdadeiro… mais aparecem contatos diretos com leitores e colaboradores no propósito de maior amplitude da informação aqui contida. Da mesma forma, aparecem também muitas dúvidas. Uma delas recorrente é se a maconha faz mal. Ora, pode fazer. O melhor conselho é se afastar. No mais leve desconfiar, simplesmente pare e pense: não vale a pena. Se fez mal, não foi legal, acabou. Não repita o pito. E pronto. A menos que queira reacender o confronto. Mas ninguém aqui te aconselha fazê-lo. Até porque você e nós podemos ser presos.

5 comentários:

  1. Muito massa! Parabéns ao autor!

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  2. nao curto muito esse ultimo simbolo onde a folha nao fumo... acho q foi mal bolado. qrendo ou nao remete à proibiçao da planta, a folha é simbolo da erva, da planta como um todo.

    Otimo texto! Parabéns!

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  3. VOTE http://www.avaaz.org/po/petition/Descriminalizacao_do_Cultivo_Caseiro_de_Cannabis/

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  4. e a arte ali de quem é??? show, botem as fontes, quero usar a imagem!

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