terça-feira, 20 de novembro de 2012

No gatilho do Pitilho!! (ops, Zirrê) [REeDUcaÇÃO 194#]

Salve, salve, Hempados!!

por Guilherme Storti

 

Essa semana uma palavrinha me chamou muito a atenção na nossa querida e amada mídia moralista. Toda hora era um burburinho daqui, outro dali, e essa palavrinha bem chata (como todo respeito à sua regionalidade) sendo pronunciada. Confesso que não conhecia a palavra “Zirrê” e muito menos do que se tratava, mas mesmo assim fiquei intrigado com a tal “nova droga” que estava assolando a nossa província. Fui procurar do que se tratava essa nova composição que iria colocar o futuro da nossa juventude em risco e eis que me deparo com o bom e velho “Pitilho”.

 

 

Ok, nessa postagem a gente vai brincar de não levar tão ao pé da letra o que é dito, então o primeiro esclarecimento fica por conta da expressão “bom e velho pitilho”. Digo bom, por que aos olhos de quem reduz os danos, ele pode ser muito melhor do que aparenta ser, e digo velho porque de nova essa droga não tem absolutamente NADA!

 

 

Há muitos e muitos anos essa droga está na pauta daqueles que trabalham diretamente com usuários de crack ou eventuais usuários de maconha que fazem uso abusivo da substância. O zirrê, pitilho, mesclado, craconha, ou o que quer que seja chamado na região onde você mora, nada mais é do que crack (ou cocaína, para os mais ricos) misturado com maconha. Simples. A droga recém-descoberta pela rede globo é algo que já existe há pelo menos dez anos (sendo bem generoso).

 

Durante a semana passada algumas reportagens surgiram pela televisão e internet relatando a prisão de alguns “traficantes” que comercializavam a droga pelo centro do Rio de Janeiro. O primeiro espanto que me acometeu foi que o “Zirrê” foi tratado como se fosse uma substância independente, como se fosse uma fusão do crack com a maconha. Daí, fui para as pesquisas e encontrei a tal reportagem que tinha passado no Bom Dia Brasil durante a semana com uma especialista no assunto, a Doutura Analice Gigliotti, Psiquiatra da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, acompanhada do nosso ilustríssimo comentarista de Segurança Pública da Rede Globo, Rodrigo Pimentel, o popular Capitão Nascimento, aquele que matava “bandidos” e dava tapa na cara de maconheiro.

 

Link para vídeo: AQUI!

 

Depois dessa reportagem, fica mais do que claro e evidente a tentativa de se colocar certa “culpa” nos usuários de maconha pelo aumento do uso de crack, pelo menos é o que fica parecendo nas falas do Capitão Nascimento, pois ele alega que os usuários de maconha migram para o zirrê e posteriormente para o crack, afirmando inclusive, que a droga “zirrê” estava fora do mercado desde 2007, retornando agora em 2012.

 

Nem nesse quesito a Rede Globo consegue dar uma bola dentro, pois um EX-policial militar que afirma em rede nacional que o zirrê estava fora do mercado desde 2007 é o mesmo que afirmar que nesse período não houve venda de crack e/ou de maconha, pois essa é a fórmula mágica para a “nova droga”.

 

Primeiramente é importante levar em consideração que as reportagens que saem da Rede Globo, Revista Veja e companhia ilimitada são fatos que merecem uma melhor apuração, pois todos nós estamos cansados de saber qual é o tipo de conteúdo que sai desses veículos. Com isso, tirando o Capitão Nascimento, que todo mundo já conhece e sabe o que fez, fui atrás de saber quem é a doutora Analice Gigliotti. No primeiro artigo de sua autoria que encontrei, uma leve surpresa, não pelo título (Sindrome de Abstinência de Maconha) mas sim por um dos autores que colaborou com o trabalho, o Doutor Ronaldo Laranjeiras, aquele que colocou a maconha no mesmo patamar da cocaína, do álcool e do tabaco (fora outros absurdos) na edição da Veja que saiu no dia 31 de outubro de 2012. Ou seja, esse grupo midiático só procura proibicionistas para falar sobre drogas, levando um discurso altamente tendencioso, hipócrita e moralista para o público. Imparcialidade e confiabilidade da informação, ZERO!

 

Aliás, a repórter Silvana Ramiro faz uma observação espantosa logo no início da reportagem: “A senhora que já atendeu, inclusive, um jovem de 25 anos que fazia o uso do zirrê”. Esse tipo de afirmação mostra o quanto uma repórter deveria estudar mais sobre a sua pauta, essa afirmação me parece mais conveniente a um usuário de heroína no Brasil, devido à dificuldade de se encontrar essa droga, o que não seria o caso do zirrê, devido a facilidade de acesso ao crack e a maconha. Essa colocação da repórter, por mais bobinha que seja, mostra a supervalorização desse tipo de notícia para tentar de alguma forma ludibriar quem está assistindo e acreditar na crueldade dessa nova droga.

 

Pra quebrar essa colocação, uso apenas o meu exemplo, que em pouco mais de cinco meses atuando profissionalmente como redutor de danos, encontro DIARIAMENTE uns três ou mais usuários de pitilho, isso sem levar em consideração os outros dezenove redutores que trabalham comigo que vão para outras localidades e com certeza atendem muitos outros usuários. Acredito que no Rio de Janeiro essa realidade não deve ser muito diferente.

 

Não quero dizer com isso tudo que a droga não cause males à saúde do usuário, muito pelo contrário. O que entra em questão é o seguinte: o crack consumido em sua forma “pura” é extremamente agressivo a saúde do usuário, porém, se ele for ministrado com maconha, esses efeitos podem ser minimizados. Dos muitos usuários de crack que mantenho contato, os relatos são diversos, mas sempre envolvem as mesmas observações, pois todos relatam que o uso do crack diminui progressivamente quando é consumido junto com a maconha, ocorrendo assim um ciclo de substituição de uma droga para a outra, ou seja, do crack para a maconha. Durante o progresso desse ciclo o usuário costuma relatar que percebe uma melhora na fissura de consumir o crack, aumento de apetite, maior sensação de relaxamento e sono. Parecem ser coisas muito simples e bem familiares aos usuários de maconha, mas para quem usa o crack, essa é uma alternativa bastante viável para reeducar o seu consumo de drogas.

 

Enfim, o saldo disso tudo não é atacar ou defender determinado ponto de vista, o zirrê faz mal sim, tão mal quanto o crack, porém é necessário levar em consideração que determinada estratégia pode ser um novo começo para usuários de crack que desejam parar o consumo dessa droga.

 

O importante é deixar claro que existem os dois lados da moeda, não apenas o lado que a Rede Globo quer mostrar.

 

Um Salve à tod@s.

27 comentários:

  1. Bem que essa se enquadraria bem no "Semente, né?".

    Usuário de zirrê pode morrer com apenas uma dose, alerta psiquiatra (reportagem com vídeo)

    http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2012/11/usuario-de-zirre-pode-morrer-com-uma-apenas-dose-alerta-psiquiatra.html

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  2. Só de olhar a capa daquela revista Veja sobre maconha me da raiva, mas nada que um bem boladinho não amenize, a questão é exatamente essa, nossa mídia só veicula o que lhe convém, desde os benefícios e apoio à Ditadura até a defesa de criminalização de festas raves. O debate ai está enraizado na defesa de interesses, como empresas de bebidas alcoólicas e tabacos, como no ramo da medicina também, é interessante não só pra mídia mas para outros setores esse tipo de reportagem que leve as pessoas ao consumo de remédios de laboratórios e outras drogas mais nocivas e moralistas uma vez que favoreça a uma minoria que lucra com pessoas leigas de informações acerca da nossa querida cannabis.

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  3. aqui em sampa passo bastante essa reportagem e eu cheguei a ouvi pessoas dizendo meu deus olha oq os traficantes inventaram uma maconha potencializada para viciar os jovens kkkkkkkk outros afirmam ser mais umas das novas drogas kkkk mais desde que eu começei a fumar maconha esse tal de zirre ja existiaa mais era chamada de mescladinn nao sei pq agora fazer sensionalismo kk desde que o crack chego no brasil o mesclado existee cagora ah culpa eh da maocnah kk

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  4. É ridiculo isso, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    Me da vontade de encher de explosivos a sede da globo e o projac

    ai se eu fosse um terrorista

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  5. Se a maconha fosse legalizada, dificilmente um maluco enrolaria um zirrê, zirrê, zirrê...

    Zulu, zulu, bidê, bidêêêêêêêêêêêêêê......

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  6. Moro no paraná e aqui na minha cidade maconha com crack é chamado ''cabral' ou ''mescladinho''... e ''pitilho'' por aqui é crack misturado com cigarro...e de novidade não tem nada, há anos já rola essa ''nova'' droga por aqui rsrs

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  7. a erva é a cura da nação

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  8. vontade de entrar nas instalações da globo e distribuir azeitona em todo mundo viu...

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  9. Mesmo o Crack sendo misturado se torna tão prejudicial quanto em sua forma bruta, Oxi, Zirrê ,Craconha tudo tem Crack que nada mais é que resquícios da Cocaína. O próprio traficante sabe que a maioria das pessoas que usa Crack usou cocaína e que o quadro de maconheiros que migra pra essa droga é muito pequeno, por isso o Zirrê tá no mercado ilegal, atrair os usuários de maconha que nem sempre podem desfrutar de uma erva de qualidade. Mas não se iludam Crack é praticamente um caminho sem volta, seus danos a longo e curto prazo jamais compensam seu uso.

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  10. To apertando um so pra variar um pouquinho!

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  11. Massa Guilherme! postagem rica!

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  12. Nada que a globo (sim com 'g' minúsculo, pois não merece meu respeito) transmite me assusta mais. Emissora de merda, com repórteres despreparados, e pior ainda são os diretores e coordenadores que deixam seu nome transparecer após uma reportagem vergonhosamente desinformada dessa (leia-se manipulada).

    Quando vi essa balbúrdia, estava sentado no sofá com meu pai, e quase que instantaneamente soltei um "puta que pariu, que povo escroto", seguido da explicação: - Esse modo de uso do crack é da época do meu avô! Antes do crack tomar o lugar da merla, alguns usuários misturavam o 'melado' com a maconha para a combustão ficar mais fácil. E merla tem a mesma base do crack e os efeitos são parecidos, ou seja, além da reportagem estar apresentando como uma "nova droga" que é uma mentira, ainda se "esqueceram" que esse modo de preparo é da época da merla.
    Sem contar que quem consome crack e tem condição de bancar o vício, prefere fumá-lo com maconha, porque a maconha ameniza a loucura do crack.

    Graças a Deus eu tenho a possibilidade de assistir programas que usam a proporcionalidade em seus conteúdos, que veem os dois lados da moeda, e só as vezes é que acabo tendo que assistir esse discurso falso e manipulador da globolixo!

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  13. o babaca PITILHO é cigarro com pedra , maconha é mesclado

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  14. e minha mãe que viu isso me chamo e disse, filho não vai fuma essa nova maconha ela é misturada com crack, eu comecei a rir e disse nova droga? isso é mesclado que os noia fuma por aqui no bairro...

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  15. zirré só fuma quem é mané ;a erva pura é que éée

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  16. Zirrê é o caraleo que desculpa medíocre pra fumar crack...100% CHÁ E PAZ

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  17. Um depoimento meu sobre isso....

    Fumo maconha a quase seis anos, sou um fumante novo, comecei a fumar perto dos traficantes ao redor que eram amigos em geral, todos promissores, até então, não eram nada, mas se tornaram logo mais a frente e mesmo nesse tempo já ouvia-se falar sobre o melado, o megadrive, o bode que era o mééééé.... lado, a real mistura de crack com maconha, mas o que isso tem a ver com o que estamos falando.... Até então, não sabia como era um usuario de crack puro, não sabia como era a reação de quem "paulava na lata", de quem fumava no cachimbo, sabia que era letal em uso continuo, a devastidão era notável.
    Depois que presenciei isso, que ví como ficava uma pessoa que fumava na lata e outra que fumava um melado, fiquei meio confuso, por que uma fica mais tranquila que a outra, por mais que havesse fisura entre os dois, havia uma discrepancia de fisura entre os dois, eram totalmente diferentes.
    Parece que é discrepancia minha, mas, sério, já nego fumando na lata (latinha de refrigerante, crack) que simplesmente parecia não saber ou ignorava totalmente que vc estava no local, no mesmo local que o mesmo... já vi nego fumando melado, que conversava, ficava com medo das sensações, mas, dos olhares, dos barulhos, mas que depois de pouco tempo(10 minutos, mais ou menos) voltavam a interagir quase que normalmente... não falo de conhecidos, falo de amigos, do peito, que infelizmente como eu escolheram o caminho das drogas, bebo, fumo maconha, cigarro de vez enquando e vejo a discrepancia de quando eu fumava maconha a 5 anos atraz e de hoje, fico com medo disso, nao relaxo mais, me sinto melhor do que sem fumar, mas fico com medo das pessoas, dos olhares, se eu nao proibo ninguem, pq me proibem, por que eu me sinto tao mal, quando faço algo que é um direito meu, não sei se me sinto mal pelas consequencias que vejo hoje, se é pelos olhares e pensamentos, sei que isso tem que mudar....
    Quanto aos meus brothers que deixei na minha cidade natal, guerreiros e combatentes do crime organizado, espero que esse titulo mude para revolução organizada!

    O que dizem não é verdade, não confiem em tudo que dizem, procurem, pesquisem, vivam.

    E depois converse consigo mesmo, tenho quase certeza que irão se sentir muito mais certos do que antes.

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  18. Prefiro fumar bosta a por uma desgraça dessa no meu sagrado baseado!!!!!!!!!

    Maconha é santa, nao se mistura, aprendam isso.

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  19. Eu conhecia como Freebase ou Mesclado. Sou dependente químico, lutando contra o vicio de crack e cocaína, sou estudante da UFRJ, a maior universidade do Brasil, e assim, como eu, tem muitos usuarios de cocaina. Crack mata, e mata rápido, qualquer ajuda para abandonar o vício é bem vinda.

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  20. Eu conhecia como Freebase ou Mesclado. Sou dependente químico, lutando contra o vicio de crack e cocaína, sou estudante da UFRJ, a maior universidade do Brasil, e assim, como eu, tem muitos usuarios de cocaina. Crack mata, e mata rápido, qualquer ajuda para abandonar o vício é bem vinda.

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  21. VAMO DEVAGAR PESSOAL, PODENDO DISTANCIAR DE ENTORPECENTES DISTANCIA. ENCONTRO ENTRE OS USUARIOS DE CANABIS PESSOAS MARAVILHOSAS E QUE AMO MUITO, MAIS QUE SEMPRE A SUBSTANCIA COMPROMETE O SNC. AH ISSO SIM COMPROMETE.


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  22. VAMO DEVAGAR PESSOAL, PODENDO DISTANCIAR DE ENTORPECENTES DISTANCIA. ENCONTRO ENTRE OS USUARIOS DE CANABIS PESSOAS MARAVILHOSAS E QUE AMO MUITO, MAIS QUE SEMPRE A SUBSTANCIA COMPROMETE O SNC. AH ISSO SIM COMPROMETE.


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  23. Não sabem o que tão falando...c fude

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  24. Essa merda pode minimizar o dano num usuário de crack. Mas e a garotada que fuma um baseado ocasional e começa a fumar essa porcaria mesclada? Redução de dano?

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