Adão em Amsterdam… Erva Liberada! [Adão e Erva #197]

Adão tá em falta com a galera. Essa editoria, que antes era de histórias e reflexões do personagem milenar que vos fala, agora tá parecendo mais um diário de viagem. Na última sessão, na edição 194#, Adão falou da experiência na I Copa GrowRoom, lá em Floripa! E antes disso, na 192#, a história foi sobre como foi participar do lançamento da Lampud, Rede Latino Americana de Pessoas que Usam Drogas, lá em Salvador! Como fica viajando de lá pra cá, acaba que ele fica sem tempo para parar diante da tela e ditar pra um dos estagiários do Hempa o que é que ele quer veicular.

 

Pronto! Agora veio. Depois de passar mais de dez dias tirando onda na cidade mais louca do mundo, Amsterdam. Adão queria mesmo era ficar por lá, de boa. Museu do Sexo e do erotismo, assim como os museus da Maconha, Haxixe e Cânhamo! Que outro lugar do mundo é assim tão liberal? Enquanto ficamos perdendo dinheiro combatendo tráfico de ervas e reprimindo socialmente comportamentos como a prostituição, lá eles tiram onda com o mundo: tributando e legalizando essas práticas. Sendo assim, ninguém se esconde, ninguém é marginal. E os coffeeshops, assim como as meninas do Red Ligth, viram pontos turísticos de visitação de gente do mundo inteiro. E o brasileiro se acha malandro…

 

 

O mundo inteiro precisa ir à Amsterdam ter aulas sobre políticas públicas. Isso porque, disse Adão com toda razão, existe uma forma moderna de se ganhar dinheiro infinitamente! Se você vende à população uma medida que visa solucionar os seus problemas, mas na verdade a medida nada mais faz do que potencializar o caos, pronto! É como vender ao sedento algo que, quando bebido, dá ainda mais sede! Mas o pior, o sedento ainda agradece e pede mais, porque política não é tão fácil de se perceber quanto a sede.

 

E os políticos tem é sede de ganhar dinheiro, de enganar o povo. Enquanto em Amsterdam a gigantesca maioria dos prédios são construções do século XVI, preservando assim as características milenares do lugar, o que acontece aqui no Brasil é o contrário – o bacana é demolir e construir de novo, e essa verdade se repete quando o assunto é rodovias. Tanto carro não dá conta de pouca rua e construir mais rua não soluciona o problema do trânsito! Eles ainda abaixam o imposto sobre o automóvel numa clara medida de entupimento da via pública! Aqui, definitivamente, a gente não anda.

 

Enquanto lá eles flutuam de cima de suas bicicletas. Transporte público funcional é esse. Na frente do cinema e de qualquer restaurante é impossível ver um estacionamento gigante de carros, mas sim de bicicletas. No caminho ainda dá pra parar e comprar algo legal pra se aquecer do frio, quem sabe um hash na Green House?!

 

Em relação à guerra às drogas é a mesmíssima coisa. As autoridades secam gelo no enfrentamento armado ao tráfico. A população bate palma sem perceber que isso é, nada mais, do que murro em ponta de faca. Gasta-se milhões para gerar ainda mais raiva, mortes e claro, notícia. Por lá maconha é vendida em estabelecimentos que mais se parecem com restaurantes. E olha que é boa essa comparação, afinal, aprendi com Adão que em sua etimologia a palavra restaurante tem a ver com o verbo restaurar. Sabia disso? Depois de tanto cansaço mental, preciso de uma restauração aqui. Com licença, até a próxima! Semana que vem um detalhamento completo de tudo que Adão fumou por lá, aguardem!!