terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Casos do Acaso – Parte 1 [REeDUcaÇÃO #6]

 

Salve, Salve, Hempad@s!!

 

por Guilherme Storti

 

O papo aqui hoje vai ser um pouco diferente, vou falar um pouco da pratica do redutor no seu ambiente de trabalho, ou seja, vou contar para vocês de um caso que aconteceu comigo há pouco tempo atrás.

 

Estava chegando um pouco mais cedo, eram aproximadamente 10:30 da manhã. Minha mãe me chamou para ajudá-la a resolver um problema e por coincidência era bem pertinho do meu trabalho, ai era uma proposta quase que irrecusável devido á carona que ia quebrar um grande galho.

 

Após me despedir da “coroa”, fui para o prédio onde trabalho e estava atravessando uma praça, onde podemos encontrar muitos usuários que acompanhamos dia-a-dia, e por isso, minha passagem por lá sempre me permite uma parada para jogar uma conversa fora ou simplesmente cumprimentar algum camarada que esteja por perto.

 

Hoje, porém, uma situação um tanto quanto desagradável me aguardava e eu acabei me envolvendo em um rolo muitíssimo complicado.

 

 

Fui cumprimentar uma pessoa que costumo ter contato constantemente, moradora de rua, usuária de álcool e que está passando por uma gestação. Não acompanho o caso dela, mas sempre conversamos quando passo, e hoje não seria diferente. Quando cheguei para cumprimenta-la, ela começou a fazer algumas queixas sobre a abordagem de uma dupla de policiais que faziam o patrulhamento da praça. Me relatou que teve um desentendimento com o parceiro e que os policiais interviram com certa violência e que inclusive chegaram a agredi-la, porem, ela estava me relatando isso de uma forma bastante exaltada, gritando muito, a ponto dos policiais escutarem e se aproximarem de nós para fazer uma abordagem. Ao chegar, o policial que também já estava bastante exaltado, pois tinha escutado uma infinidade de ofensas, começou a falar com a camarada de uma forma um tanto ofensiva, inclusive fazendo algumas intervenções inadequadas para uma abordagem com usuário de drogas sob efeito da substancia, mostrando que ainda estamos há léguas de distancia de termos uma policia capacitada para lidar com usuários de drogas, e vale ressaltar que ela era usuária de ÁLCOOL, uma droga que não é considerada como tal, imagina se fosse usuária de alguma substância proibida...

 

Mas enfim, me vi numa situação extremamente desconfortável, pois a colega se sentiu mais protegida com a minha presença, chegando ao ponto de xingar veementemente o policial, que gostando ou não, é uma “autoridade”. Não interrompi a abordagem do policial, tendo em vista que os dois estavam apenas no campo dos insultos verbais, sem contato físico, e fiquei apenas observando, ao lado dela, ele acabar a abordagem...

 

Depois de xingamentos e ameaças de ambos os lados, consegui acalmar a camarada e chamei os policiais para uma conversa. A primeira coisa que me perguntaram foi: “você é de onde?”, daí fiz a minha apresentação e me coloquei a disposição. Os dois me relataram que desde muito cedo estavam tendo problemas com aquela usuária, em virtude do desentendimento que ela havia tido com o seu companheiro, e que por isso ela estava ingerindo muito álcool e procurando confusão com os praças. Depois de ouvir os relatos dos policiais, fiz um pequeno questionamento que simplesmente os deixaram mais enfurecidos ainda, pois indaguei o seguinte: “tudo bem, eu sei que ela não tem o direito de causar tumulto e nem de desrespeitar ninguém, mas vocês também não podem fazer esse tipo de abordagem, é muito irresponsável da parte de vocês, ela está sob efeito de uma substância, por que vocês não chamaram o pessoal do CAPS que fica aqui perto? Eles poderiam ajudar vocês nessa abordagem, ameaças só fazem piorar a situação.” Ao ouvirem isso, os policiais se revoltaram, afirmando que nós gostávamos muito de ficar protegendo usuário, que a gente não sabia o que eles faziam quando não estávamos por perto, e que usuário de droga era isso, ou aquilo, enfim, emitiram a opinião de um “bom” policial sobre os usuários de drogas. E continuamos o papo, porém, por todo o tempo em que eu estava falando com os policiais, a minha camarada continuava gritando e xingando os praças, deixando eles cada vez mais enlouquecidos com aquela situação, e ao perceber que a situação ia ficar fora de controle, resolvi fazer a intervenção mais sensata no momento e convenci a camarada a me acompanhar até o CAPS, pois já havia se formado uma situação bem complicada que comprometia a integridade física da companheira. Resolvemos sair do local e seguimos o caminho para o prédio onde fica situado o serviço.

 

Chegando no local, outra grande surpresa me aguardava.

 

Logo quando entramos, a primeira pessoa que nos deparamos foi a assistente social do CAPS, a quem fui relatar o que havia acontecido, e nesse momento outras pessoas chegavam mais perto para entender a situação. Uma das pessoas que se aproximaram era o companheiro da minha camarada, que tinha se desentendido com ela mais cedo e que provavelmente teria desencadeado toda aquela confusão entre os policiais e a minha amiga. Outra confusão estava instaurada. As ameaças foram diversas de ambos os lados e algumas pessoas já se mobilizando para não deixar que as coisas saíssem do controle, e logo conseguimos acalmar os ânimos. Eu já estava sem conseguir discernir se a minha intenção de levá-la ao CAPS teria sido a melhor solução, enfim, estava extremamente confuso e só pensava em tentar reorganizar tudo.

 

Durante o calor da confusão, minha amiga puxou uma garrafa de água mineral de dentro da sua sacola e muitos outros usuários presenciaram a cena e logo vieram nos comunicar que ela estava portando bebida alcoólica, e lá fomos nós mais uma vez resolver outra problemática. Ao ser questionada sobre a garrafa d’água, ela se sentiu ofendida e chegou ao ponto de querer devolver as roupas que estava vestida (foram doadas pelo CAPS) por causa da desconfiança. Depois de muita conversa, a assistente social conseguiu pegar a garrafa, que de fato estava com bebida alcoólica, e fomos tentar conversar mais uma vez, porém, em vão. Pouco tempo depois a minha amiga resolveu pegar os seus pertences e sair do CAPS, para mais uma vez, voltar para a vulnerabilidade da rua.

 

Participem, questionem, opinem... o espaço é de tod@s!!

Um grande salve á tod@s!

11 comentários:

  1. isso não é da droga.alcool,maconha,pó.tanto faz.
    tem pessoas que parace que vieram ao mundo para sofrer,pagar sei la.
    só Deus!

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  2. A abordagemn policial como sempre é mal feita, despreparada, ignorante, preconceituosa, abusadora de autoridade... É essa a policia que nos defende??? Putz...

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  3. escolhas e consequencias somente isso = livre arbitrio dom de Deus

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  4. Muito facil criticar a abordagem, muito facil mesmo! Gosto de ver que todo mundo critica uma policia mal paga, mal treinada enfim mal preparada pra quase tudo quando se fala no trato humano, mas o que nao percebem é qu o problema esta na gente na hora de votar, pois enquanto nao tiver representante publico preocupado com a educação, o preparo dos nossos policias nunca teremos uma "abordagem" adequada!E o caso visto ai existe erro de ambos os lados e vou ti falar vejo mais erro nesta mulher alterada pelo alcool é claro mas que nao justifica num todo o desrespeito ao proximo!

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  5. O que gera essas pessoas sao elas mesmas, como consequência de um governo corrupto e desigual perante a sociedade, mas, vai carpir um lote, fazer algo de útil e nao permanecer na vagabundagem, basta ir atrás! Estas pessoas precisam de ajuda financeira e consequentemente de ajuda psicológica e tratamento pelo uso de substancias quimicas, para aí, começarem a vida real novamente!

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  6. bem de boa esses policinha ainda
    UIAHuiahUIOAHa

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  7. Os policiais são despreparados e mal remunerados e acabam sendo vítmas de um País fracassado, e acabam por perder a razão pelo seu despreparo... outra coisa é tentar trabalhar com alcoolatras que é um terror e extremamente desgastante... Ficam chatos e agressivos e acabam por incomodar as pessoas que cruzam seu caminho e que por sua vez tambem não tem culpa de encontrarem essa mulher que enche cú de pinga... ou seja,,, TORRE DE BABEL ... INFERNO NA TERRA. Você acha que é facil??? Vá tentar dialogo com esses doentes para ver só...

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  8. engraçado ouvir o nome de deus assim, postado pela galera que frequenta o blog...hahaha

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  9. As pessoas que frequentam o blog tem direito de escolher suas convicções, como conhecer os ensinamentos de Deus.
    Caso você não se sinta filho de Deus, não culpe ou destrate os outros.
    Com paz e Deus no coração, boa sorte em sua vida.

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  10. Ao inocente anônimo que comentou ser "engraçado ouvir o nome de Deus" aqui no blog:
    Jovem, caso não tenha conhecimento, a erva que consomes é tão popular devido à Jah, ou seja, Deus. Então, é fácil entender porquê a existência de tantos apreciadores da erva se conectarem com o divino.
    Se você está procurando uma droga para perder o controle e fazer asneiras, ou seja, uma desculpa esfarrapada para tomar atitudes indesejáveis, busque overdose de crack, alcool... maconha só vai te levar pra cima, pra tomar atitudes que favoreçam a humanidade.

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  11. Pra começar o País não é "fracassado".Ta certo que passa por um PÉSSIMO período, mas galera não pode perder a força, tem que se mover, fazer o possível.

    Tudo bem os policiais serem mal pagos, mal treinados, reflexos de um governo decadente e corrupto, mas provavelmente também são usuários de alcool, e quando sob efeito se tornam sim barulhentos e talvez até mesmo violentos.

    Então não acho certo defender os policiais, posto que estavam abordando uma moradora de rua viciada em alcool.Tudo bem que muitas vezes, como naquele caso do maconheiro fazendo gestos pros policias, eles estão certos, mas calma aí que ir contra o sistema não é coisa de "Playboy Maconheiro", essa é uma noçãozinha fácil de jogar todo mundo contra nós maconheiros, e acho que deva ser contra-argumentada com inteligência e calma, sem violência ou abusos.

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