terça-feira, 15 de janeiro de 2013

No revés da Psicodelia! [REeDUcaÇÃO #13]

por Guilherme Storti

 

Eram aproximadamente 6:30 da manhã, estávamos uma parte ainda acordando e uma outra parte chegando da noite que havia sido muito intensa. Estávamos conversando, dando risada, entre um e outro baseado, contando como foi a festa pela noite e os que ficaram dormindo apenas ouvindo as histórias dos fritos e se divertindo. Na medida em que a animação aumentava, outros baseados surgiam para aumentar o ânimo das risadas, mas quando tudo aparentava estar correndo para mais um dia tranquilo no Festival, chega um rapaz perguntando se alguém conhecia e sabia onde estavam as barracas do pessoal do Coletivo Balance de Redução de Danos, prontamente me coloquei a disposição e perguntei o que havia acontecido, logo ele me informara que tinha uma pessoa passando muito mau na pista de dança (Main Floor) e necessitava de cuidados. Prontamente eu e outro redutor fomos averiguar o que estava acontecendo.

 

Como estava faltando um de nossos redutores, imediatamente perguntei onde o mesmo se encontrava e a resposta que obtive foi a que ele tinha dormido no nosso stand de informações, que ficava praticamente dentro da pista de dança, e em função dessa informação apressei mais ainda a minha ida ao local, pois achava que o colega já estaria começando a conduzir a situação e precisava de ajuda. Quando cheguei ao local a cena encontrada foi a seguinte: uma pessoa extremamente confusa, com fala totalmente desconexa, totalmente descontrolada e com algumas reações agressivas, alinhadas a isso tudo estava um outro rapaz que tentava acalmá-lo e tentando uma imobilização com chaves de jiu Jitsu. Pois é, o primeiro cenário que tive contato foi essa “luta” corporal entre o rapaz que estava passando mal em função do uso abusivo de substâncias psicoativas e o seu mestre de jiu jitsu, que também é amigo, tentando uma imobilização para tentar controlar a situação. Obviamente que o camarada que estava no revés conseguiu se soltar e o método que ele utilizou para isso foi dar várias mordidas até que o seu amigo o soltasse. Eis que me vi no primeiro grande dilema do dia: “agora é a minha vez, o que eu faço?”.

 

 

Passado o confronto nas areias, o rapaz saiu andando cheio de atitudes esquisitas para os olhos de quem estava ao redor, muita gente já estava percebendo o que havia acontecido e estavam acompanhando o desfecho da situação. Fui atrás do rapaz e segurei o punho dele e comecei a tentar conversar, juntamente com um dos seus amigos, mas as tentativas de conversa eram em vão, absolutamente nada era assimilado pelo nosso amigo e ele continuava a querer se distanciar, mas pelo menos ele não se sentiu ameaçado por mim e continuei a segurá-lo pelos punhos. Chegamos a um gramado e repentinamente ele tenta se soltar para ir em direção á uma cerca de arame farpado, começa o primeiro grande esforço físico do dia e após bastante tempo segurando o camarada, conseguimos contê-lo com muito esforço. Já estava morto e o dia ainda estava começando...

 

Tentamos conversar mais uma vez, mas as tentativas de conversas seguiram “inúteis”, o diálogo que o amigo apresentava estava cada vez mais desconexo e ele resistia cada vez mais a ser ajudado, me pareceu que estava tendo um comportamento de fuga, comecei a perceber que ele estava se sentindo ameaçado, pois a cada momento que se passava ele não fazia nenhuma menção em agredir alguém, muito pelo contrario, ele só pensava em fugir das pessoas e da situação. Pacientemente seguimos segurando ele pelos braços e punho e tentando convencer ele a ir para o posto médico. Mesmo com as negativas em relação ao posto, estávamos conduzindo ele por um caminho que logo daria no posto da festa e como ele estava indo, mesmo com toda resistência, fomos seguindo. Cada vez mais pessoas se aproximavam para ver o cenário que se formava em função da confusão que já se arrastava desde o Main Floor...

 

Pouco antes de chegarmos ao posto médico tive a sorte de encontrar com a coordenadora do Coletivo Balance que estava andando com o seu noivo e suas respectivas cadelinhas pela festa. Minha coordenadora e o seu noivo são Dj’s e prontamente foram reconhecidos pelo camarada que estava em crise e a primeira reação foi abraçar o nosso amigo que havia acabado de sair de sua barraca para mais um dia de trabalho, pois ele fazia parte de produção da festa também e era responsável pelo som tão sagrado que ecoava pelos quatro cantos do festival, cargo de extrema responsabilidade...

 

Quando todos menos esperavam, nosso amigo começou a deitar na areia e começou a conversar com o noivo da minha coordenadora. Entre tentativas de desabafos ou diálogos entre ambos, comecei a sondar qual tipo de droga o camarada tinha usado e os relatos começaram a aparecer. LSD, ecstasy, MDMA, mescalina, cada hora uma pessoa relatava um tipo de droga diferente e eu precisava daquela informação, pois seria de extrema importância para a equipe do posto de saúde. Por fim, descobri que ele tinha tomado 3 gotas de LSD, ou seja, chutou o balde. Fui conversar com a minha coordenadora e ela já estava me informando que seria necessária uma intervenção medicamentosa para conter os ânimos do nosso amigo que estava um tanto descontrolado em função da crise...

 

Depois de passar um tempo com o noivo da minha coordenadora, o camarada começou a invocar com uma das cadelas que estavam com o casal e repentinamente começou a dizer que era o cachorro do casal e que deveria ser guiado por ele também...a cadelinha por sua vez não deve ter gostado de ter mais um concorrente no pedaço e avançou ligeiramente no nosso companheiro em crise.

 

Por fim, graças a cadelinha do casal, conseguimos conduzir o rapaz até o posto de saúde, pois o mesmo estava tão convicto de que também era um cachorro que foi até o posto engatinhando atrás da cadelinha e do amigo que a conduzia, que por sinal, já estava coberto de areia.

 

Depois de mais uma tentativa de conversa, sem sucesso, acionamos a equipe do posto e um enfermeiro foi aplicar a medicação para ele ficar mais tranquilo e amenizar o efeito da droga. Passado algum tempo e mais algumas tentativas, conseguimos encaminhá-lo para sua barraca no camping e minha coordenadora falou rapidamente com seus amigos, deixando claro que estávamos lá para ajudar sim, mas a responsabilidade pelo uso de drogas do companheiro, antes de qualquer coisa, deve ser monitorado também pelos seus amigos, pois não teríamos como ficar monitorando ninguém num festival daquela proporção.

 

No final das contas acabei ganhando um presente mais do que especial de uma das pessoas que me ajudaram durante todo esse processo, que coincidentemente estava perto da barraca onde deixamos o amigo que estava em crise para descansar.

16 comentários:

  1. doido assim vai pra lua sem querer voltar mas vai pra marte se deixarem, talvez jupiter e saturno se rolé..

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  2. e esse presente foi oq??

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  3. que bosta, que brisa errada...isso não tem nada haver com maconha

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  4. Tem sim pô !
    A cannabis também contém substâncias Psicotivas.
    Em outras palavras, tabém dá brisa errada, principalmente nos iniciantes. Os cara até gorfa..

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  5. o presente foi um dose generosa de "felicidade"..

    ;)

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  6. meu deus, o cara desperdiçou 3 gotas de LSD, se é q realmente só tinha LSD naquele liquido

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  7. Sim mais a maconha tanto para principiantes como pra quem ja fuma a um tempo não da essa espécie de Bad Trip... e nem essa negatividade de o cara ficar agressivo, alucinado tentando fugir ou achando que é cachorro :s

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  8. Tmb nunca vi alguem fumar maconha e ficar igual a um cachorro...



    sem mais!

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  9. a maconha ajuda e muito na brisa depois que voce toma um acido. só quem ja tomou varias vezes sabe o que acontece e o que nao acontece quando voce uni os 2, brisa totalmente diferente! potencializa o efeito e ai meu amigo, vai da sua força mental pra se manter! good vibes for all

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  10. tem um colega meu,que fumou no bong passou mal;vomitou, dormiu, babou,rastejou apesar que o mlk é um frango !!

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  11. pow um amigo meu viu ate o capeta, achou q o chao ia comer ele. Parou de fumar! bad :/

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  12. NUNCA VI! Fumarem um baseado e sair dando pala igual esse cara da rave deu! kkkkk Por isso que a maconha deveria ser legalizada! Tem gente que até fumar e dirigir faz, e não ocorre 1 acidente sequer! É muito pelo contrário, o cara fumou maconha ele fica uma pessoa SUUPER da PAZ! Na vibe, na brisa que ele estiver tendo!

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  13. informação para o blog ! http://pt.scribd.com/doc/90049359/A-Maconha-Salva-o-Mundo espero ajudar !

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  14. meu amigo ja deu uma super bad com maconha, não usou nenhuma droga junto, nem bebida!
    falava que tava vendo um espírito ruim (pra ser sincera ele é um idiota, pq pode ter passado mal mais ver algo não viu nada, tava fazendo graça na hora da loucura (eu nunca fiquei louco assim

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  15. Festival Terra em Transe.


    Guilherme Storti

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