quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O Galileu não lê a Veja! [REeDUcaÇÃO #11]

Salve, Salve, Hempad@s!!

 

por Guilherme Storti

 

Hoje venho mais uma vez tratar nesse espaço a desgastada relação da nossa grande mídia com o uso de substâncias psicoativas. Muitos já devem ter visto a capa da Revista Galileu do mês de Janeiro de 2013, e se viram, sabem que a revista está falando sobre a maconha.

 

Antes de comentar sobre a matéria, eu assumo que já comprei o meu exemplar com sangue no olho, pois após o que foi dito pela Veja em novembro do ano passado e por saber que as editoras Globo e Abril fazem parte do mesmo conchavo, já esperava por fortes emoções na matéria que estaria por ler. Mas eis que fui surpreendido pelo conteúdo da matéria e me fiz a seguinte pergunta: “Qual é a intenção desse grupo que comanda a mídia do nosso país?”. O conteúdo da Veja não me surpreendeu nem um pouco, mas o da Galileu me surpreendeu, e muito!

 

 

A matéria fala do novo cenário político em relação ao uso de drogas em alguns lugares do mundo, mais especificamente no Uruguai e nos dois estados norte americanos que acabaram de votar por uma nova política de drogas, Colorado e Washington. Vale ressaltar que os avanços nesses locais são referentes apenas ao uso de maconha, dando assim o primeiro passo para uma maior flexibilidade na revisão desse tipo de política que á todo ano vem mostrando o seu fracasso no plano de combate e repressão.

 

Primeiramente o que podemos notar nesse novo modelo de política é a consciência de que a repressão não ajuda em absolutamente nada para resolver a raiz do problema, gasta-se absurdos para resultados ínfimos, não existem critérios para a criação e aplicação das leis e quem acaba pagando por tudo isso, no final das contas, é o usuário que acaba sendo tratado e penalizado como traficante, tendo o seu problema mais agravado pela máquina que deveria ajudá-lo, o estado. Tanto a proposta do Uruguai, quanto a dos dois estados norte americanos propõe uma regulamentação em toda cadeia produtiva para o uso recreativo da planta, desde a produção ao consumo, com algumas diferenças entre os projetos de cada local.

 

No Uruguai a proposta é de que o governo seja o responsável por toda a produção e venda da maconha, contando até com a criação de um instituto para regulamentar a emissão de licenças para a produção, distribuição, venda e compra da erva e com vários critérios para que o usuário tenha acesso ao produto, como por exemplo, cada usuário poderá comprar até 40 gramas de maconha produzida pelo estado por mês. Já nos EUA não haverá limite para compra e sim para o porte, de até 28 gramas por pessoa. Apenas no estado de Washington não existe, dentro do projeto de lei, a opção de plantar a própria maconha. Um ponto em comum entre as novas leis é em relação á propaganda e publicidade, pois em todos os três locais não tem intenção de incentivar o consumo da droga entre a sua população.

 

Outra diferença entre os projetos dos estados norte americanos com o do Uruguai é o papel do estado na gestão dessa nova política, enquanto no Uruguai tudo será controlado pelo governo, desde o processo de produção até a venda, nos estados norte americanos o estado atuará no processo de fiscalização, mas a produção e venda ficarão por conta da iniciativa privada.

Para fechar as comparações entre os projetos, vemos que o Uruguai visa tirar a arrecadação do tráfico de drogas e afastar o usuário de maconha de outros tipos de drogas, como o crack. O governo do Uruguai acredita que adotando estratégias similares às adotadas pela Holanda na década de 70 pode ter maior sucesso no combate ao crime organizado do que simplesmente investir verbas e mais verbas no combate e repressão ás drogas, que na grande maioria das vezes acaba nas costas do usuário e não do grande traficante. Nos EUA a intenção é promover a liberdade individual, aumentar a arrecadação do estado e aplicar de forma mais eficiente os recursos policiais.

A partir do momento em que os governos tiram os problemas relacionados ao uso de drogas da esfera criminal e passa a trazê-los para a esfera social já é o primeiro passo para uma reparação amparada pelo conceito da Redução de Danos, pois automaticamente o estado passa a diminuir os danos sociais acarretados pelo uso de drogas e pelas políticas de repressão, ou seja, um grande avanço em termos de políticas públicas.

 

Enfim, a reportagem traz mais uma série de fatores a serem explanados sobre essa temática, como opiniões de “especialistas” medindo o impacto negativo dessa nova política de drogas que está para ser implantada e de muitos outros que aprovam a medida e mostram através de dados estatísticos que é uma política viável. Tá aí uma coisa que sempre me chamou atenção em diversos espaços, enquanto alguns que se dizem especialistas emitem suas opiniões através de hipóteses, que nem mesmos eles sabem se são válidas ou não, os que defendem a corrente antiproibicionista sempre vêm munidos de muitos dados estatísticos para embasarem suas opiniões.

 

Inclusive faço questão de fazer uma menção honrosa á entrevista com Júlio Calzada, Chefe da Secretaria Nacional sobre Drogas do Uruguai, que deu um banho de lucidez política e mostra como o governo do Uruguai está se preparando para essa nova etapa da história política do seu país. Vale apena conferir.

 

LINK PARA ENTREVISTA: AQUI!

 

Minha sugestão é para que tod@s, que tiverem a oportunidade, adquirirem a revista, pois além dessa explanação sobre as novas políticas também tem mais uma série de dados importantes, que inclusive servem de apoio para aqueles que ainda estão começando a sua caminhada no universo cannábico. Muita informação boa que vale apena dar uma estudada.

14 comentários:

  1. è saber agradar os dois lados né parceiro.

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  2. Enquete no BOL. VOTEM LÁ

    http://noticias.bol.uol.com.br/enquetes/2013/01/08/uma-idosa-que-cultivava-maconha-em-casa-foi-presa-em-sp-voce-acha-que-essa-pratica-deveria-ser-permitida.jhtm

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  3. Pra mim, asduas vias utilizadas pelo Uruguai e pelos EUA parecem inviáveis no Brasil.

    No primeiro caso porque o nosso país está muito focado na corrida pelo crescimento econômico pra simplesmente legalizar a erva num simples ato de autruísmo pela população. Mas em contrapartida, nem por isso o segundo é viável, já que o dinheiro das drogas já vai em boa parte pras mãos de pessoas muito poderosas (vide por exemplo o fato de aqui no Rio de Janeiro ter uma boca de fumo bem em cima da sede do Bope e ninguém questionar isso).

    O ponto principal a ser focado no momento é a DESMARGINALIZAÇÃO da maconha. O povo brasileiro trás culturamente uma herança de anos de manipulação e imposição, fosse política e social, fosse midiática, motivo esse pelo qual essa questão ainda é um tabu muito grande cercado de muita desinformação.

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  4. Pro anônimo de cima, só discordo com a parte do "altruísmo pela população".Essa é a obrigação do governo, não um ato de bondade.O governo NOS serve, NÓS escolhemos quem vai lá pra cima.Agora com o resto concordo.
    O Brasil ainda é um Estado democrático muito novo, a ditadura acabou em 1988, de lá pra cá uns míseros 20 e poucos anos ainda não foram suficiente pra fazer acordar a população, muitos cidadãos de hoje VIVERAM a ditadura com todas as dificuldades impostas e simplesmente se acovardaram acredito, esqueceram de coisas que não deveriam ter sido esquecidas.Agora, conforme novas gerações vão crescendo e ganhando espaço, as coisas vão se consertar, mas enquanto isso devemos ainda lutar pelos nossos direitos.

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  5. Pô...será que vai demoarar muito??? Quero fumar uma erva de qualidade e principalmente diminuir os danos relacionados à queima de hidrocarbonetos que tem como resultado anéis ciclícos que são potencialmente e conhecidamente carcinogênicos. Como poderiamos diminuir tais riscos?? Simples com uso de vaporizadores. Agora de que adianta vaporizar maconha estragada e mijada do Paragueisham??? Vou inalar porcarias da mesma forma... Ôh BraZil... AJUDA EU PORRA.

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  6. Sinceramente eu não quero um plebiscito sobre a legalização da cannabis aqui!!! (Pelo menos por enquanto)
    Sabe porque?
    Porque tenho certeza que iríamos perder, nosso povo é alienado demais para questões complexas, sinto muito mas eu desisto desse país. Estamos incrivelmente atrasados na comunidade internacional sobre a discussão de drogas!
    Se quisermos fumar na nossa ou corremos o risco de plantamos ou aeroporto de cumbica.
    Prefiro a 2 opção.

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  7. A legalização é importante para acabar com o tráfico, que não vende só maconha, não pede carteira de identidade, muito menos paga impostos.

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  8. Notícias de Ras Geraldinho:

    http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/01/09/justica-bloqueia-bens-de-lider-da-igreja-da-maconha-em-americana-sp.htm

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  9. VAMO VOTAR AE GALERA, ESTAMOS PERDENDO, 56% DELES CONTRA 26% NOSSO !!

    http://noticias.bol.uol.com.br/enquetes/2013/01/08/uma-idosa-que-cultivava-maconha-em-casa-foi-presa-em-sp-voce-acha-que-essa-pratica-deveria-ser-permitida.jhtm#v

    http://noticias.bol.uol.com.br/enquetes/2013/01/08/uma-idosa-que-cultivava-maconha-em-casa-foi-presa-em-sp-voce-acha-que-essa-pratica-deveria-ser-permitida.jhtm#v

    http://noticias.bol.uol.com.br/enquetes/2013/01/08/uma-idosa-que-cultivava-maconha-em-casa-foi-presa-em-sp-voce-acha-que-essa-pratica-deveria-ser-permitida.jhtm#v

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  10. sera que os filhos e netos dos politicos conivente com o trafico fuma maconha podre tambem que nem a maioria dos brasileiros e toma tapa na orelha dos pulicia, tomara que eles se ferrem que nem qualquer pobre.

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  11. aposto que eles plantam na varanda de suas mansões, podiam morrer engasgados.

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