[Ed. 98#] bONG: Repressão sem Farda ou Razão - Ossos da Proibição!

por Marco Hollanda

É fato que o consumo de drogas existe e nunca deixará de existir. O que precisa – e pode - ser mudado é a repressão abusiva de uma Guarda que se aproveita da farda que utiliza para abusar de suas vítimas. Mas o bONG desta semana possui o diferencial da ausência de farda e conta a história de um suposto PM do serviço reservado, que poderia dedicar seu tempo a combater crimes verdadeiramente perigosos.

 

Naquele dia o casal de namorados escolheu o mirante da cidade para carburar a santa erva e contemplar a natureza. O sol ameno e a brisa suave proporcionavam um clima inspirador que agrada qualquer um que admire as belezas naturais. O local em questão faz parte do roteiro canábico da cidade e diariamente é frequentado por usuários que buscam o mesmo objetivo. Espalhados pelo local, pequenos grupos se reúnem para contemplar a natureza no ritmo da marijuana.

 

O homem vestido com roupas pretas que passou pelo local na companhia de uma cadela parecia ser apenas uma pessoa comum. Sem se preocupar com isso, o casal seguiu compartilhando o beck normalmente. Foi quando o baseado voltou para a mão do jovem rapaz que um grito ameaçador foi ouvido. Era o homem de preto ordenado que o cigarro fosse imediatamente jogado ao chão.

 

Ao ter sua ordem questionada, ele abre a pochete e saca uma arma de fogo que é apontada na direção do casal. Diante daquele instrumento de morte a solução foi dispensar o baseado que ainda estava na metade e seguir a ordem de bater em retirada. Sem nenhuma apresentação formal o casal desceu a ladeira e o homem de preto deu continuidade a ronda pelo mirante.

 

O policial que poderia estar trabalhando na prevenção de um crime verdadeiramente problemático infelizmente foi destacado para uma repressão de fracasso mundialmente reconhecido. É lamentável que algumas corporações policiais ainda mantenham uma lógica operacional utilizada nos tempos de ditadura militar, em que mantinham um rígido controle das condutas individuais em nome da garantia da “ordem social”.