História do uso do Cânhamo – Continuação! [OnJack Ed. #151]

ENTRE 2300 A.C. E 1000

Tribos nômades, oriundas provavel­mente da Ásia Central e da Pérsia (Irã e Iraque), e referidas nas lendas como "arianos", invadiram e conquis­taram virtualmente todo o Mediterrâneo e Médio Oriente, ultrapassando o Cáu­caso e rumando a ocidente, em direção à Europa.

 

 

No decurso destas movimentações e invasões, os nômades introduziram a cannabis e os seus diversos usos a norte e a oeste, através da Grécia, Europa e Mé­dio Oriente, assim como a sul, do Egito à África Negra, e a leste, pelos Himalaias acima até à índia.

 

 

O cânhamo foi incorporado nas cul­turas do Médio Oriente e índia devido aos seus inúmeros usos como alimento e fonte de óleo, matéria-prima para fibras, medicamentos e droga. O cânhamo não era apenas um alimento básico da vida diária; os medicamentos e as drogas do cânhamo representavam uma ligação ri­tual com os deuses.*

* Em geral, quem cultivava e/ou usava cânhamo para usos industriais quotidianos desconhecia, e a lei/ameaça/tabu religioso impedia-os de tomar co­nhecimento, que o seu sacerdote/xamã/feiticeiro/ /etc. usava diferentes extratos da mesma exata planta para fazer sacramentos, medicamentos, unguentos, e como meio de comunhão com os deuses.

 

O CÂNHAMO EOS CITAS...

Sabemos hoje que os citas usavam can­nabis com muitos fins. Por exemplo, os antigos citas colhiam o cânhamo que cul­tivavam com uma alfaia a que ainda hoje chamamos foice*. O hábito cita de inalar cannabis em rituais funerários foi regis­tado pelo historiador grego Heródoto no início do século V a.C. Os citas nômades introduziram esse costume entre outras raças, tais como os trácios.

(Emboden, Wm., Jr., Flesh of the Gods, Praeger Press, NI, 1974.)

^*Em inglês, foice diz-se scythe e cita é scythian. (N. do T.)

O FIO CONDUTOR DA CIVILIZAÇÃO

Desde pelo menos o século XXVII a.C. até este século, a cannabis foi incorporada em virtualmente todas as cultu­ras do Médio Oriente, Ásia Menor, Índia, China, Japão, Europa e África devido à qualidade superior das fibras, remédios, óleos e alimentos que dela se podiam extrair, e aos seus usos meditativos, eufó­ricos e relaxantes.

 

O cânhamo era uma das indústrias mais importantes dos nossos antepassados, juntamente com o fabrico de utensílios, a criação de gado e o cultivo de cereais.