[Ed. #14] Adão e Erva: A FLIP é um Evento para Toda Família!

Adão é do tempo dos dinossauros, mas como ser imortal, resiste em cada um de nós e é claro, daqueles que buscam sabedorias… e sabores. A Festa Literária Internacional de Parati é um evento anual, ocorrido nos primeiros dias de julho. A cidade histórica de Parati fica a 253 quilômetros da do Rio de Janeiro. Adão foi ano passado e levou a família. Se liga só:

Essa lona branca abriga a Tenda dos Autores. Durante a noite existe ali um bar, onde a rapaziada troca uma boa idéia. Durante a noite Adão é Deus. Mas durante dia ainda é preciso se esconder muito bem escondido. Fora que Adão nunca foi besta…sabe que a festa é para toda a família. Adão tem com a Erva muito mais carinho que o bêbado à sua esposa e seus filhos, que consome droga em praça pública, para todo mundo ver.

Adão durante um dia lindo de sol, foi à praia. Fotografar, escrever com luz, ascender, acender. Mas na orla? Na orla é pala. Mas no fim da orla, rola um riozinho água na canela. Um belo desembocar, desenhado por árvores e salpicado de pedras. Na praia rasa, alguns pescadores caminhavam por dezenas de metros, como que sobre as águas.

Enfim isolado do homem. E perto somente das conchas e água batendo nas pedras e mata fechada ao redor. Um cenário que remete a toda sua existência. Adão e um fiel amigo foram felizes dialogando com Erva durante talvez horas, ou minutos. Mas a merda tava feita no nível da água. Se reparar bem, a pedra no meio da foto aqui de cima é marcada quase que no topo de água. Pois ali é o nível normal da maré quando cheia. Adão, mesmo com sua perspicácia natural, não se ligou… e na volta, não tinha como passar com o equipamento fotográfico. E ainda mais, com a Erva na lembrança.

Na pequena faixa de terra do lado de lá, só havia uma saída. Que dava para uma contrução belíssima. Não havia escolha. Adão e seu irmão foram obrigados a ter a coragem de andar tranquilos, no jardim desconhecido. Quando chegaram ao portão, que era enorme. Acharam um cadeado igualmente proporcional, casado à correntes. Iam voltando para a praia e nisso saem de dentro da casa umas tiazonas, gritando: "Isso é uma propriedade privada! Eu vou soltar o cachorro, hein?!". Mas nada de bad trip quando a lei é da sobrevivência. Adão pediu perdão. E saiu pelo mato por onde deu.

Tinha jeito não. O riozinho-água-na-canela tinha virado uma piscina com corrente bem acima da cintura. Um bêbado teria morrido afogado, um fumante perderia o maço. Mas Adão tinha uma ajuda divina, em forma de apóstolo. Conseguiram passar, sem afogar equipamento de fotos. Ainda bem, pois salvaram as imagens que ilustram esse post ligtht. Adão se despede feito um barco, naquela viagem de fim de tarde, na pedra: vai indo. Toda onda é sagrada: Adão sabe.