[Ed. #25] DiscoveryHemp: Semente da Maconha e seu Óleo!

por Dr. Moura Verdini

O gênero Cannabis, como qualquer outra planta do grupo das angiospermas, tem sua vida iniciada a partir da formação da semente, que é também o embrião da planta. É também a partir da semente que começam os benefícios e utilidades que a Santa Erva oferece à população humana. Sementes de maconha possuem grandes quantidades de proteínas e um óleo muito rico em ácidos graxos, importantes na alimentação e com potencial terapêutico.

A semente de Cannabis é como uma pequena noz, de centro mole e comestível coberto por uma casca bem dura. Pode ser utilizada como fonte nutricional e em preparações medicinais. A semente é constituída de cerca de 20-25% de proteínas, 25-30% de carboidratos e 10-15% de fibras insolúveis, além de quantidades consideráveis de minerais importantes como cálcio, enxofre, fósforo, potássio e magnésio, além de pequenas quantidades de ferro e zinco, que é um co-fator importante no metabolismo de ácidos graxos em humanos. Também é uma fonte rica em caroteno, um precursor da vitamina A. A maioria das sementes de maconha têm entre 25-35% de óleo.

A semente e o óleo extraído dela possuem quantidades ínfimas de substâncias psicoativas. O óleo é rico em áidos graxos insaturados (70-80%), possuindo uma quantidade inferior a 10% de ácidos graxos saturados. Ácidos graxos insaturados são sensíveis à oxidação e à desnaturação quando expostos a altas temperaturas. Por isso o óleo não deve ser frito ou cozido, pois suas qualidades seriam perdidas. O uso ideal para o óleo da semente de maconha seria como tempero de saladas, como o azeite ou na preparação de manteigas e margarinas.

A proporção dos ácidos graxos linólico (LA) e linolênico (LNA) é de respectivamente 50-70% e 15-25% do total de ácidos graxos presentes no óleo. Esta proporção de 3:1 é considerada ideal para a alimentação humana e não é encontrada em nenhum outro óleo de plantas conhecidas. Outro ácido graxo importante presente no óleo da semente de maconha é o gama-linolênico (GLA). Este ácido graxo é importante na formação de correntes de ácidos graxos e eicosanóides, que são hormônios de vida curta responsáveis pelo desencadeamento de muitas funções vitais como controle do processo de inflamação e tônus vascular para início da contração em partos. O GLA é derivado do LA e sua conversão em mamíferos é lenta, por isso uma ingestão direta de GLA é essencial. O GLA é importante no controle de algumas desordens patológicas e tem um importante papel no controle de desordens do sistema cardiovascular, imunológico e psiquiátricas.