[Ed.#29]DiscoveryHemp: Doenças na Erva e ajuda Bacteriana!

por Dr. Moura Verdini

Há duas semanas o Discovery Hemp mostrou que os maiores inimigos naturais da Hempa são os fungos, responsáveis pela maior parte das doenças causadas na planta e também pelas  doenças mais graves, podendo atacar todos os órgãos vegetais da Cannabis, desde a raiz até os frutos. Hoje continuamos a listar os principais inimigos da erva, e não estamos falando dos políticos e governos que reprimem os 10 mil anos de uso cultural da Erva.

Começamos hoje falando de animais pouco conhecidos nossos, apesar de algumas espécies serem responsáveis por doenças também em humanos. Estamos falando dos nematódeos.  São vermes que muitas vezes se assemelham a minhocas, apesar de não terem nenhum parentesco próximo com elas e de serem organismos mais simples e mais antigos que elas. Seis espécies de nematódeos infestam a Cannabis, sendo que cinco atacam as raízes. Os sintomas das doenças são geralmente pouco visíveis, podendo ocorrer uma diminuição do crescimento e queda das folhas prematuramente durante o dia e sua recuperação à noite. Agricultores podem confundir os sintomas causados por nematódeos com falta de minerais e outro nutrientes. Os danos nas raízes são mais visíveis, podendo formar pequenos tumores na raiz da planta. A única espécie que não ataca a raiz pode atacar o tronco, os ramos e as folhas, tornando-as amareladas e os galhos retorcidos e com pequenos espaços internodais.

Algumas outras plantas também podem causar danos mais graves à Cannabis. Dentre as plantas parasitas da maconha podemos encontrar dois gêneros. São inimigos mais perigosos que os nematódeos. Estas plantas se utilizam de estruturas especiais para roubar a seiva do floema e do xilema da Cannabis. Estas duas estruturas são responsáveis pelo transporte de água e nutrientes através da planta. Estas plantas podem atacar plantações inteiras de maconha, mas dificilmente levam a planta à morte, já que não é interessante que um parasita mate o seu hospedeiro, pois isso poderia ocasionar sua própria morte. Algumas espécies também podem funcionar como vetores de viroses.

E por falar em vírus, eles também podem atacar a Cannabis, mas raramente matam, eles apenas vivem e se replicam nas células da planta. Podem se alojar em todas as partes da planta, inclusive no pólem, sendo transmitidos para outras gerações. Cinco síndromes virais são descritas na lieratura para Cannabis. Em uma dessas viroses, as folhas desenvolvem manchas verdes que depois se tornam amarelas podendo ficar pretas. Frequentemente ocorre a queda dessas folhas. Além disso as pontas das folhas começam a dobrar para cima e a folha se torna espiralada. A maioria dos vetores e vírus transmitidos para cannabis são insetos.

Por último, dentre os maiores inimigos naturais da maconha se encontram as bactérias. A patologia mais comum causada por bactéria é semelhante a patologias causadas por fungos, nas quais a folha fica amarronzada. Mas as bactérias apresentam uma característica interessante, ao contrário dos outros grupos de organismos citados, existem espécies que podem beneficiar as plantas de maconha. Algumas bactérias apresentam uma relação mutualística com a Cannabis. Mutualismo é uma relação ecológica na qual as duas espécies são beneficiadas. Nesse caso, as bactérias vivem na superfície das raízes e fixam nitrogênio para seu hospedeiro.