quarta-feira, 16 de setembro de 2009

[Ed. #29] HempTube: Pra legalizar no Brasil, Minc imita Gil!

Não poderíamos deixar de falar do Ministro. Aliás, é claro que todos já viram o vídeo do Mc Carlos Minc dançando e, no ritmo do reggae, proferindo algumas palavras de efeito sobre a amazônia e evidentemente, maconha! A repercussão do fato foi imensa, sendo comentada por muitos e condenada por quase todos. Além da obrigação de contar com esse vídeo em nossa lista hemptubística, o Hempadão gostaria também de deixar sua opinião, ou no mínimo o seu questionamento. 

A figura do político, principalmente Ministro… péra, de outra forma… a imagem que temos na cabeça sobre qualquer decoro intitulado por profissão ou cargo, sobretudo quando se volta para a ética e o bem-estar, tinha um nome na grécia: ethos. Portanto existe um padrão e um comportamento mais adequado que outro, perante a opinião da maioria esmagadora, mas ora, isso não parece uma opinião massiva e inflexível? O próprio ethos as vezes não os deixa ver bem claro, porque ele é o contraponto da hexis, outra palavrinha do grego. Essa é mais interessante e designa as ações peculiares, digamos, originais e mais do que tudo isso, verdadeiramente próprias ao ser humano qua a pratica, e não somente fruto do ambiente social do qual pertence.

Quebrou a ethos do Ministro dançar reggae e gritar liberdade, consciência e legalização da maconha? Pois agora o mais legal: ethos e hexis são diferentes, mas um depende integralmente do outro. Basta imaginar a hexis como a inovação, o diferente, e o ethos como o padrão. O que acontece é que no ciclo histórico, o ethos imita ou adere, por muitas vezes, a hexis. E nesse caso específico, não há como negar, eu prefiro um país em que ministros possam sim se manifestar dançando reggae, defender opiniões da forma que bem entender, sem muita essa história dar exemplo, ou portar-se como. No fundo, a ethos é a babá protetora, que limita o espaço de uma criança hiperativa chamada liberdade individual.

Além de contestador, o vídeo é muito engraçado. Das piadas nós rimos, e dos ataques preconceituosos, ainda nos defenderemos, como sempre foi. Assim ganhamos espaço e maior veiculação do debate, não é assim que pensávamos? Por mais ridículo que fosse dança e discurso, não seria pior do que quinze minutos de tv senado. Nenhum primor de conduta vale uma expressão, isso se ela for de fato verdadeira. É impossível ter essa informação de um político ou de sua assessoria, mas exigir uma ethos fulltime e de modo invariável, até mesmo em momentos informais, é por si uma tática para esconder o humano por trás dos ternos, ou no caso dele, do colete. Também na Grécia eles descobriram que não só o que é dito, mas também a forma se dá o enunciado têm importância na mensagem. Enfim, pode ter sido estranha, mas esse modo de pronunciamento fez muito mais fumaça na mídia do que se fosse num microfone da tv globo. Acreditem, mas duvidem pois eu posso estar completamente errado: a hexis se volta ao futuro, a ethos ao passado.

10 comentários:

  1. Carlos minc é meu herói!

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  2. O Hempadão tem cumprido perfeitamente o seu papel. Parabéns. Em outras mídias, só pude ler aspectos negativos desse episódio. Ridículo, tá difícil encontrar imparcialidade no jornalismo atual. Pessoal um recado, não existe urgência que não permita revisão de texto!

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  3. E obvio que iam criticar ele! Mas ele esta fazendo o trabalho dele,(desmatamento da amazonia caiu bastante) e nao ta roubando,isso ninguem fala, so aparece reportagem sobre o episodeo do reggae,e mesmo assim nao sei o pq criticar ele , se essa e a opiniao dele tudo bem, tem senadores que fazem muito pior,como defender o sarney, pois em suas opinioes ele nao fez nada....

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  4. É por ae a idéia. Pelo menos eu acho.
    O debate tá no baseado aceso na platéia, não pode ser enunciado pelo ministro?

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  5. é o pastor da legalização, é uma política dinâmica, e o cara ganhou o voto de quase todos que estavam lá, inclusive o meu...
    viva a liberdade! a a consciencia! viva a mari...

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  6. Catarine

    Não tem nada de ridiculo! É lindo!
    Viva a liberdade (2)

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