sexta-feira, 25 de setembro de 2009

[Ed. 30#] bONG: Legalização da Maconha – Perto ou longe?!

por Marco Hollanda

O bONG de hoje não vai contar histórias tristes, mas sim navegar por um mar esperançoso de possibilidades. E para isso nos remetemos diretamente ao foco da proibição da maconha no século passado, os Estados Unidos.

O senhor George Bush colocou a policia federal norte-americana para perseguir doentes que utilizavam maconha com fins medicinais. Obama assumiu e emitiu ordem para dar uma trégua aos maconheiros-doentes.

Bush, homem de  orientações fortemente conservadoras, já apertou um beck e até deu umas cafungadas na farinha. Mas virou Presidente e passou a acreditar que doentes terminais deveriam ser enquadrados como maconheiros safados, que sustentam o tráfico e corrompem os valores morais da família norte-americana.

Com o ‘acordo de paz’ de Obama, o governou federal dos EUA fez valer e respeitar a legislação de 13 Estados que permitem a venda da maconha para fins medicinais.

Para a galera que está sempre em positive vibrations, a postura de Obama pode parecer o primeiro passo para a legalização da nossa querida Erva. Somando a isso a força que movimentos pró-legalização têm conquistado nos últimos meses, então a galera fica ainda mais animada, já que uma possível legalização na terra do Tio Sam abriria um precedente para que a história se repita em países como o Brasil.

Mas vale lembrar que a mente aberta dos californianos não é um espelho do resto dos Estados Unidos. Assim como no Brasil, temos uma população que está ouvindo há quase 100 anos que a maconha é a erva do Diabo, e que leva o indivíduo a autodestruição em poucos dias.

Não precisa ser um especialista em política para saber que Obama, que vive uma crise de popularidade, tão cedo não vai levantar a bandeira de um tema que vai dividir a opinião pública. O homem mais importante do mundo pode até estar pegando leve com os maconheiros, mas ainda vai pensar muito antes de passar para o lado da galera da fumaça.

Transferindo o debate para terras brasileiras, Fernando Henrique Cardoso concluiu que a atual política de drogas é um fracasso. Mas quando perguntado se ele defende a legalização, nosso ex-presidente dá uma recuada e diz que ainda é preciso debater sobre o rumo a ser tomado.

Cada vez mais temos pessoas influentes como o grito de “Legaliza!” preso na garganta. Mas a política é essencialmente hipócrita, e quem faz parte dela nem sempre diz – ou pode dizer – o que pensa. A estratégia é ficar na defensiva esperando a hora certa de atacar, quando não existirem mais forças na oposição.

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Na semana que vem o bONG volta à sua rotina normal de contar de que maneira a violência da guarda atinge a ponta de toda essa discussão: o usuário. Como voce sabe, a sua participação nessa editoria é grande. Por isso se você sofreu na pele o abuso do poder oficial, entre em contato conosco pelo e-mail: hempadao@gmail.com!

10 comentários:

  1. REALMENTE É PERCEPTIVEL O AUMENTO DO ESPAÇO DE DISCUSSAO SOBRE A MACONHA ( EM TODAS AS MIDIAS)E QUANDO ESSE ESPAÇO ESTIVER TOTALMENTE ABERTO É A HORA DE TODOS NOS ESTARMOS CONCIENTIZADOS E INTERAGIDOS DO ASSUNTO PARA PODERMOS NOS COLOCAR DA FORMA COM DESEJAMOS(DEFENDENDO O NOSSO DIREITO DE ESCOLHA)MOSTRANDO PRA ELES QUE MACONHEIRO PODEM ATE SER FUTUROS PRESIDENTES...SRSRSR

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  2. Ótima matéria!
    Sem dúvida ainda leva tempo, mas acho que é só esperar, é inevitável. A maconha está ganhando muito espaço na TV brasileira nos últimos anos(não sei se é porque eu era pequeno e não entendia as piadas). Nos estados unidos a coisa está bem mais generalizada que aqui, legalizando ou não muita gente fuma. Mas se houvesse um plebiscito aqui, ia ter muita gente ignorante votando contra, além do jogo de interesses dos porcos burgueses que com certeza vão fazer uma campanha explorando essa ignorância.
    Apesar de tudo isso tem sim gente influente a favor, é uma boa esperança, comprar 50 gramas na tabacaria, sem aditivos, várias linhagens diferentes para escolha, é o sonho de todo maconheiro.

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  3. "...uma população que está ouvindo há quase 100 anos que a maconha é a erva do Diabo". Ai que ta o X da questão, essa geração da sociedade brasileira alienada, mente fechada, não quer discutir, não aceita argumentos, é triste, mais real. Finalizo deixando uma frase.
    "Quem tem uma postura intelectual autoritária não apenas fere a democracia das idéias, mas fere a si mesmo, porque é usado, manipulado, controlado intelectualmente pela rigidez das próprias idéias e do discurso teórico produzidos pela leitura da sua memória."

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  4. Exatamente. Vale eu repetir aqui uma frase que eu disse nos comentários de ontem (24/09): "só vamos legalizar a hora em que o povo parar de ser cabeça dura e abrir os olhos..." A nossa melhor forma de lutar é usando uma arma chamada INFORMAÇÃO!

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  5. ótima matéria e melhor ainda os comentários. Concordo com todos, e realmente o X da questão está na ignorância.

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  6. É questao de tempo mas legalizar mesmo se vier vai demorar muito tempo, o que talvez aconteca em menos tempo é uma lei ou alguma outra coisa que na prática permita, mas na teoria ainda esteja proibido.

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  7. quando a informação correta se espalhar, irão legalizar!

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  8. com certeza o debate sobre uma nova politica de drogas tem aumentado muito! um exemplo é o proprio hempadao, acompanho o blog desde sua criação e só vejo o número de comentarios em cada post aumentar

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  9. Eu vi um pouko dessa politica californiana no SUPER HIGH ME

    Recomendo!

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  10. Que estamos perto da legalização estamos, mas não sabemos o quão perto estamos, se isso será daqui a 2 ou 20 anos ninguém sabe, mas é fato que o assunto está sendo discutido abertamente (ou quase) pelo menos entre os jovens. Como universitário posso dizer que a grande maioria dos jovens universitarios já deu uns pegas, a convivência dos jovens com a maconha gera menos preconceito, tirando essa imagem de "erva do diabo". Acredito muito nas novas gerações para mudar esse quadro de preconceito e alienação, cada vez mais gente legaliza com os pais, o que acaba levando a discussão para casa, acho que esse é o caminho, se cada um tiver peito para enfrentar o preconceito inicial que é enfrentado por "legalizar" com a sociedade, as pessoas vão começar a ver que maconheiro não é marginal, burro ou vagabundo.

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