[Hempadão Ed. 28#] bONG: Uma BadTrip no Aniversário!

por Marco Hollanda

O último quatro de setembro era para ser um dia de festa para o personagem deste bONG – Baque de Oposição à Negligência da Guarda. Estava completando mais um ano de vida e queria apenas curtir o momento da melhor maneira possível. Naquele dia recebera várias ligações de parentes e amigos lhe desejando felicidades e tudo  mais. Mas dentre todos, um lhe deixou mais feliz. Era o convite de dois amigos para fazer fumaça em um tradicional pico da cidade.

Já no local marcado, não demorou muito para a fumaça subir. E quando a erva é de boa qualidade não demorar muito para surtir também o efeito. Foi nessa onda que um dos presentes entrou numa de dançar ao som de reggae da melhor qualidade. E é a partir deste momento que a bruxa aparece no conto de fadas.

Apesar de estarem todos em elevado estado de chapação, foi possível notar que um transeunte que cruzava a rua ficou parado por alguns instantes observando a galera com um olhar de desconfiança. Mas como ele foi embora sem tentar nenhuma abordagem, a vida seguiu e nosso amigo continuou a comemorar seu aniversário.

Passados 20 minutos, os três entenderam o motivo do olhar desconfiado daquele homem. Como se brotasse do chão, três viaturas surgiram para aplicar o bote mortal. Não havia possibilidade de fuga. Com o beck na boca era impossível se livrar do flagrante.

Como aquele pico estava em local afastado da civilização, a guarda aproveitou para usar de sua tática de terror. A seção teve início com os tradicionais tapas na cara e  humilhações verbais. Ameaças de morte também fizeram parte deste thriller de horror. Na hora da revista, um dos guardas atacou direto nas carteiras e conseguiu arrecadar 120 reais.

Quando o ataque parecia finalizado, nossos personagens ainda tiveram a bad trip de ver os guardas fumando o beck apreendido. Fora que também ficou sobre custódia da Guarda Negligente o colírio e o dichavador.

Terminado o beck, nossos amigos foram liberados. Mas seria mais um crime dizer que foi um final feliz, já que não foram conduzidos até a delegacia. Só resta apagar as velinhas, fechando os olhos, e desejar que histórias como essa não se repitam.