[Ed. #31] Ervamundi: A cultura da cannabis na Bolívia!

Hoje o Ervamundi vai desembarcar no Estado Plurinacional da Bolívia, um país latino-americano que faz fronteira com o norte do Brasil. Com forte cultura ancestral e sem sequer um quilômetro de limite com o mar, a Bolívia é mais um país em que chegamos e encontramos a santa erva de forma marginalizada. A bandeira nos mostra as cores favoritas de quem curte o movimento reggae e suas vertentes, a começar por aí, o país tinha tudo para ser completamente Legalized, aos padrões de Peter Tosh. No entanto, parece que queimar por lá não é tão fácil, assim como achar informações sobre a sua cultura canábica. Mas vamos nessa…

Na virada do século, grande parte dos países produziram dados sobre o consumo de drogas em seu país, com a Bolívia não foi diferente nem mesmo o resultado: Eles deixaram de ser simples exportadores e produtores de droga, para também passarem a ser um público consumidor. A maconha é a droga ilegal mais usada, mesmo com a forte cultura atrelada à produção de coca. Por lá a plantação de folhas de coca é permitida, evidentemente, já que o produto é consumido de forma medicinal e tradicional. Vale lembrar que a folha de coca tem relação com a droga cocaína que é a mesma que um fardo de algodão e um casaco, ou seja, de matéria prima.

Segundo informações da agência EFE, a Bolívia tem um estreito trato de relações econômicas com o Paraguai, outro país da América do Sul. O acordo seria de troca, enquanto a Bolívia concede cocaína para o Paraguai, que além de consumir a droga, faz com que ela viaje ao Brasil ou mesmo para outros continentes. E enquanto isso, o Paraguai estaria dando uma ajuda para a Bolívia conseguir manter o seu alto consumo interno de maconha. A escassez se explica: trata-se de uma forte repressão em terras bolivianas, que provocou destruição dos cultuvios e o aumento considerável das apreensões feitas na fronteira com o Peru. A dificuldade aparente faz com que os traficantes bolivianos sejam obrigados a importar grandes quantidades da maconha paraguaia.

Durante muitos anos, a principal fonte de recursos das fronteiras da Bolívia foi exportar cocaína, produto do qual eles possuem tradicionalmente matéria prima ilimitada. No entanto, os EUA pressionaram o governo de todas as maneiras para que houvesse um combate realmente efetivo à essa prática. A história se repete, aumenta a repressão e na mesma escala vai junto o poder do exército terrorista, o chamado poder-paralelo, que envolve uma das maiores economias do mundo.

A parte mais triste dessa história é que a legalização por lá não está nem um pouco perto, já que a mobilização popular sequer foi identificada pela internet. Pode ser que estejamos enganados, mas nem o advento da Marcha global eles conseguiram agilizar. Isso não significa que pelo menos o presidente, Evo Morales, não tenha uma opinião diferente. Na reunião da ONU, em março deste ano, Evo foi um dos mais audaciosos defensores da diminuição da repressão utilizada na política internacional sobre drogas. Ao lutar pela coca, o presidente sacou uma folha de coca do bolso, pôs na boca e soltou: “E agora, serei chamado de dependente e serei levado daqui preso?”, questionou ele à platéia e ao mundo.

A prova mais divertida e cativante que sempre temos a dar de que a cultura canábica existe em todos os cantos do mundo é a produção cultural. Com um trabalho de pesquisa estrito, conseguimos achar um som enfumaçado vindo diretamente da Bolívia, o nome da banda é Jamuy, e a música se chama Cannabis Beat, o som até que bom, se liga:

Semana que vem a viagem é cabulasa, mas não tem erro, damos continuidade à nossa viagem mundial em rumo à Bósnia e Herzegovina! O país é europeu, se não tiver fumaça, pelo menos deve rolar uma importação de drogas legais. Ou não. Abraços, hermanos! Até o próximo sábado.