[Ed. 34#] ErvaMundi: Cultura da Maconha no Brasil: Nordeste!

Hoje o ErvaMundi é mais do que especial. Sabendo da responsabilidade e exigência de nossos leitores, resolvemos então chegar no Brasil com mais calma e passar cinco deliciosas semanas no estudo das regiões brasileiras. O post não permite ume estudo sociológico ou cultural completo, mas sim uma crônica informativa, somada a detalhes e impressões que estrangeiros tem da nossa terra. Vamos começar pela primeira região a ser descoberta, o Nordeste! Antes de tentar submergir na cultura local, já explano a virtual: Lá de Pernambuco, Neco Tabosa agiliza o Filipeta da Massa e da Bahia, Sérgio Vidal representa a ANANDA. Grande salve a todos da região! Salve geral para os agentes da revolução.

De todos os nordestinos que conheci, nunca vi algum que não se orgulhasse da qualidade da maconha fumada por lá. Acredito que isso se deva pelo fato de que a totalidade da erva é produzida em seu próprio território. A repressão ao tráfico existe de forma intensa, embora isso não se dê em mesmo grau ao usuário, o que é normal em quase todas as regiões. No entanto, muitos lugares do nordeste são conhecidos por uma forte cultura do fumício de marijuana. Muitos relatam crescer em um ambiente em que isso é normal, visto com muito menos preconceito e distanciamento do que nas grandes cidades do sudeste, por exemplo.

No mês de julho foi preso um dos maiores produtores de maconha da região de Irecê e Xique-Xique, segundo a polícia Civil nos últimos seis meses foram apreendidas cerca de uma tonelada e meia plantada na roça de Marco, traficante da Bahia. Já no Ceará, em 2008, ocorreu o absurdo de um vereador do PTB da cidade de Ipaumirin foi preso com 700kg de maconha pronta para ser vendida, além de uma plantação. Depois de detido, o próprio vereador levou os policiais até a roça que foi destruída. Imagine você que o nordeste brasileiro tem tamanha cultura no plantio que tem uma região chamada o Polígono da Maconha, que está localizado no Vale do São Francisco Pernambucano. O famoso cabrobó  nada mais é do que um nome de umas desta cidades formadoras do polígono.

A origem da maconha no Brasil muito provavelmente foi através dos negros trazidos como escravos, essa história cultural você pode ler com extrema profundidade no artigo de Sérgio Vidal, que serve não só como conhecimento nordestino, mas mundial e como ele mesmo diz, trans-cultural da existência da cannabis. O texto foi publicado na ENCOD. Clique aqui para ler.

Em relação à Marcha da Maconha nós já sabemos que a tradição pernambucana dá um show, embora a luta seja mais árdua em salvador. A boa notícia é que dia 05 de Dezembro, às 4 horas da tarde no Farol da Barra, está marcado! E lembrem-se, como disse o cartunista: se for pra fumar na marcha, fique em casa!

Na visão dos estrangeiros, buscando comentários de pessoas que já vieram aqui, Recife é o ponto onde a maconha é mais virtualmente legal, ou seja, tolerada. Sobre os preços, os gringos dizem que no Recife Antigo um bom negócio é cinqüenta reais por cinqüenta gramas, ou então pagar um pouco mais caro sendo quatro baseados por dez. Ainda segundo eles, os nomes utilizados para a erva são: massa, bagulho e claro, maconha! Não sei até que ponto isso pode ser real, porém há relatos de que a polícia de Maceió as vezes age com preconceito em relação aos negros, insinuando assim que turistas brancos podem ficar mais tranquilos.

Para finalizar nossa viagem breve pelas terras nordestinas, deixamos a famosa cena do filme Árido Movie. O clássico sem dúvida já foi assistido por todos vocês, porém não poderia deixar de ilustrar o post de hoje. Na semana que vem vamos tentar mapear a cultura do Sul, será que é verdade que só tem finório por lá?