por Dr. Moura Verdini
O texto abaixo foi reproduzido do artigo Uso de Canabinóides na Dor Crônica e em Cuidados Paliativos, escrito por Laura Bonfá e colaboradores, publicado na Revista Brasileira de Anestesiologia em 2008. Este trecho do artigo discorre sobre os remédios produzidos a partir de compostos isolados da maconha. Descreve como e quando estes remédios são comumente utilizados.
"O uso dos canabinóides ativos puros, com composição, estabilidade e dose precisamente conhecidas, foi proporcionado pelos avanços nas pesquisas química e farmacológica. Nos últimos anos, foram sintetizados vários compostos canabinóides, se contrapondo a erva in natura, que apresenta potência e composição variadas. A primeira medicação obtida diretamente da planta Cannabis sativa foi sintetizada no laboratório britânico GW Pharmaceuticals a partir dos princípios ativos ∆9–THC e canabidiol, um canabinóide sem efeito psicotrópico. Submetida a testes clínicos e aprovada para prescrição médica, sua apresentação em spray oral (Sativex®) permite dose individualizada, sendo titulada pelo próprio paciente de acordo com sua resposta. Pacientes com dor oncológica, neuropática e esclerose múltipla fazem em média em 8 a 12 aplicações de spray por dia, consumindo cerca de 2,7 mg de ∆9–THC (22 a 32 mg por dia) e 2,5 mg de canabidiol (20 a 30 mg por dia). É comercializado no Canadá, onde seu uso foi aprovado. Atualmente também há no mercado o THC sintético denominado dronabinol (Marinol®) que administrado na dose oral de 7,5 mg resulta em significativa redução da pressão intra-ocular no glaucoma. Estudos clínicos realizados em 204 pacientes com síndrome de imunodeficiência adquirida (SIDA) e 469 pacientes com câncer terminal e síndrome de anorexia-caquexia indicaram dronabinol para aumentar o apetite e manter peso . Testes com nabilona, outro canabinóide sintético, foram realizados para avaliar a eficácia terapêutica por vias oral e sublingual em pacientes com dor secundária a esclerose múltipla, lesão do plexo braquial, dor ciática, neuralgia do trigêmeo, dor orofacial e neuropatia periférica. A dose de 0,25 a 3 mg por dia produziu efeitos em 30% dos pacientes que relataram melhora da qualidade do sono, ansiedade e espasmos musculares; 25% não toleraram o tratamento, considerando-se como efeitos indesejáveis mais freqüentes a disforia e sonolência. O restante dos pacientes submetidos previamente ao Cs demonstrou preferência por essa substância. A nabilona (Cesamet®) em cápsulas de 1 mg é liberada para uso no Canadá. Com indicação para alívio da dor neuropática crônica, refratária a tratamentos analgésicos convencionais, ainda apresenta efeito antiemético em pacientes oncológicos, podendo ser administrada duas a três vezes ao dia."
Este texto nos mostra que o potencial medicinal da maconha vem sendo descoberto e seu uso vem crescendo a partir do isolamento dos compostos ativos e produção de remédios legalizados em alguns países do mundo. Vemos que o Canadá, principalmente, apresenta políticas de legalização deste tipo de remédio quando comprovada a sua eficácia e efeitos colaterais.
é, não tem oque discutir. maconha É maconha
ResponderExcluirlegalize!