[Ed. 52#] ErvaMundi: Cultura Milenar da Maconha na... China!

Botando os pés pela primeira vez no território da República Popular da China o que se pode sentir é que de fato estamos em uma cultura que deve ser respeitada pela sua tradição oriental. Orientando nossos passos e educando nossos olhos, temos a obrigação de lembrar que a Ásia é a região originária da Cannabis, tendo seus primeiros registros, há mais de 2000 anos a.C, em países exatamente como a China. Por lá ela era usada, no segundo milênio antes de Cristo, como analgésico com poder descrito pelo imperador Shen Nung. Além do mais, há pelo menos seis mil anos a.C, o país já utilizava a planta como comida e para a confecção de fibras. Durante o início do século passado, a China foi importante produtora e exportadora de Haxixe, mas isso se tornou uma prática ilegal.

A maconha é proibida na China, mas acatando razão, o cânhamo é um produto de grande e proveitoso potencial econômico no país. Eles possuem até um Centro de Pesquisa do Cânhamo, que dispõe de informações tal como a quantidade de vinte mil hectares que servem para o plantio da erva. No 'gigante vermelho' todas as partes do cânhamo são aproveitadas. As sementes servem para a produção de óleos úteis tanto como alimento quanto cosméticos. Folhas e flores ficam ao encargo da medicina enquanto as fibras são usadas por uma variada gama de possibilidades, dentre elas, a produção de material de construção. A tática é simples, aumentar o plantio de cânhamo para diminuir a área destinada ao algodão, fazendo assim melhor utilização do território.

Tendo assim a maconha vista como droga, tendo sua venda proibida, mas ao mesmo tempo fazendo uso das dádivas naturais de planta através do cânhamo, a China vive uma contradição diante dos usuários. Tecnicamente portar maconha ou haxixe não é ilegal, mas a polícia não faz as coisas como diz a lei, aliás, nem aqui e... nem na China. Sendo assim, ela pode causar problemas a quem estiver fazendo uso. O hábito de fumar maconha pelas ruas já foi muito mais difundido por lá, mas como o país tem se tornado cada vez mais internacional, isso vem diminuindo bastante.

Quem já esteve lá e contou a experiência diz: "Embora haja leis recentes pra proteger a cidade de traficantes de drogas, o mundo de um maconheiro é relaxado e relativamente 'legal' na cidade de Beijing. Toda hora você ouve que alguém foi pego pela polícia, mas isso porque abusam e fumam em áreas perigosas. Os estrangeiros geralmente não são incomodados, a não ser que façam algo de muito idiota".

Talvez vocês não lembrem, mas em 2003 alguns arqueólogos acharam um saco com 789 gramas de uma erva em tumba onde havia uma múmia caucasiana. Pensavam eles que era coentro, mas análises especializadas em botânica acusaram com toda certeza: maconha! A grande quantidade foi encontrada junto com os restos de um homem que morreu aos 45 anos, de alto nível social e, juntamente, foram achados objetos que comprovam sua função de xamã da cultura Gushi. Segundo os estudiosos, a múmia teria cerca de 2.700 anos.

Longe do passado e invadindo de vez o presente, temos informações de que em Beijing é muito fácil comprar haxixe ou maconha. Se você não conhece ninguém, o melhor a fazer é ir às redondezas do bar Sanlitun, tanto a rua do bar quanto na área em frente ao KFC, em frente ao City Hotel. A maioria dos vendedores são africanos que perambulam por essa área. Outra área recomendada é a rua do bar em "nu ren jie", muita gente relata que por lá seja fácil achar tanto a erva quanto sua resina. Mais um relato de quem ficou de olho puxado pelas bandas de lá: "Beijing é uma cidade que está em mudança constante. Eu não achei nada no distrito de Haidian, mas no distrito de Sunlitan ainda dá pra encontrar haxixe. Procure pelos ambulantes vendendo pipes ou sedas e diga: 'hash'. Os preços estão entre 25 dólares pra 1,5 a 2 gramas. Mas pessoas são legais e é possível fazer melhores acordos de compras".

Semana que vem nós permanecemos no campo asiático, tentando buscar informações sobre o Chipre! Vamos que vamos...