[Ed. 54#] Chapa2: Entre Goles e Tragos - Oh, meu Brasil! Bônus: Spannabis 2010!

Fatores meramente culturais separam o álcool das outras drogas. Essa separação é sobretudo conveniente para indústrias absurdamente grandes tal qual a que é a atual patrocinadora oficial da seleção brasileira na Copa do Mundo. É impossível assistir televisão sem se deparar com mulheres lindas e ambientes perfeitos protagonizando imagens belíssimas de consumo de cerveja. Pena que na vida real não é sempre assim.

Enquanto 42% das crianças de 10 a 12 anos já tiveram contato com o álcool, todo mundo está cansado de saber que essa é a droga que de forma mais direta causa danos socias. O número de leitos psiquiátricos que envolvem usuários da bebida é elevadíssimo e no entanto a aceitação social é absurdamente alta. Não defendemos, evidentemente, a proibição desta droga. Mas sim uma maneira adulta e responsável de lidar com a realidade de cada substância especificamente, evitando assim equívocos primários que podem se converter a danos eternos.

E esses erros percorrem extremos, estão na boca do pova, já que na do Presidente e na dos dirigentes de times de futebol populares como o Flamengo. Quem acompanha o caso do atacante Adriano e seu suposto envolvimento com o álcool não se deparou somente com o drama de um jogador de futebol fazendo mal uso da bebida, mas também com declarações da direção da equipe tais quais: "Adriano não está envolvido com drogas. Quer dizer, não que o álcool não seja uma droga, mas é diferente". Sim, claro que é diferente. Mas a diferença em relação à maconha, por exemplo, é muito mais grave do que pensa a grande massa. Na verdade, até mesmo do ponto de vista do esporte, está convencionado que o álcool é menos nocivo, não acarretando problemas no anti-dopping enquanto a erva sim.

E o Presidente que mexe palitos para o combate ao avanço do crack. Ele que na nossa enquete semanal seria mais um a marcar "sim" sem posicionou contrário à legalização das drogas, alegando que a medida não ajudaria a acabar com a droga no país. Ora, e a proibição dá algum sinal de extermínio? Estamos cansados de saber que não. A maconha tramita entre a leveza da droga recreacional e o pacote temível da família brasileira das chamadas drogas ilícitas.

Enquanto isso, países como a Espanha, maior consumidor de maconha do mundo, alcança voos mais altos e interessantes. Nos dias 26 a 28 de fevereiro aconteceu por lá a sétima edição de um evento chamado Spannabis. Uma conferência que engloba centenas de  estabelecimentos comerciais principalmente voltados a inovações para o auto-cultivo, além de bancos internacionais de sementes e acessórios do fumício em geral. Enquanto no Brasil nosso noticiário abarca vasos de maconha algemados na delegacia, a feira por lá foi enfumaçada e pra lá de produtiva. Aqui em baixo você confere o vídeo feito pelo pessoal da The Bulldog: