O Discovery hemp dessa semana traz uma excelente entrevista com o especialista em Psicofarmacologia, Elisaldo Carlini. O cientista fala abertamente sobre a necessidade de se considerar a maconha como um atributo medicinal no Brasil e faz ainda considerações a respeito do Simpósio Internacional que vai acontecer em Maio. Mais a frente falaremos mais sobre esse evento e da forma como ele está sendo organizado e estruturado. Mas por hora vamos aprender com a entrevista tudo que o Carlini tem a ensinar. Ele, mesmo sendo contra o uso recreacional da erva, é completamente entusiasta da cannabis medicinal. Vale a pena conferir a longa entrevista de quatro páginas.
Qual será a proposta do simpósio internacional sobre maconha, que ocorrerá em maio em São Paulo?
Vamos propor que a maconha seja aceita para uso médico no Brasil. Meu avô se formou médico no fim do século XIX e naquela época já usava um livro de 1888, que guardo até hoje, com a receita da maconha para vários males. Era uma terapêutica corrente no mundo todo, inclusive no Brasil. O simpósio internacional terá o título “Uma agência brasileira da Cannabis medicinal?”. A Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece que a maconha pode ser medicamento – apesar da proibição da Convenção Única de Entorpecentes, de 1961 – desde que os paí-ses oficializem uma agência especial paraCannabis e derivados nos seus ministérios da Saúde. Já há uns 10 países que fazem esse uso: Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Itália, França, Alemanha, Espanha, Suíça, entre outros.
Quando e como o senhor decidiu eleger a maconha como objeto de estudo?
Quando entrei na Escola Paulista de Medicina [a EPM, hoje Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)] em 1952. E como aluno do 2º ano comecei a me interessar pela farmacologia e estagiei com o professor José Ribeiro do Valle. Ele foi o primeiro que fez trabalhos verdadeiramente científicos sobre a Cannabis sativa em animais de laboratório no Brasil.
Quais experimentos?
Ele procurava saber os tipos de reação [comportamental] que os animais apresentam quando submetidos aos efeitos da maconha e queria quantificar a potência dos diferentes tipos dessa planta. Naquela época, a psicologia experimental estava pouco desenvolvida no Brasil. Em 1960 fui para os Estados Unidos com a missão de estudar técnicas mais modernas de neuroquímica e psicologia experimental para introduzir aqui. Foi o que fiz quando retornei, em 1964.
O senhor foi logo depois de acabar a graduação?
Não, me formei em 1957 e trabalhei como assistente voluntário da farmacologia até 1960 com bolsa da Fundação Rockefeller. Foi quando ganhei outra bolsa, mas para ir para os Estados Unidos. Fiquei lá quatro anos e fiz o mestrado na Universidade Yale. Quando voltei não consegui lugar na EPM, apesar dos esforços do Ribeiro do Valle. Fui para a Faculdade de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, que começava a funcionar.
Por que o senhor não foi contratado pela EPM?
Não havia vagas. Em 1964 eu era casado, tinha três filhos. Fiquei dois meses na EPM e fui para a Santa Casa, de onde saí em 1970. Foi lá que comecei a fazer de fato meus estudos sobre maconha com testes comportamentais.
Como o senhor voltou para a EPM?
Quando me avisaram que não queriam mais pesquisa na Santa Casa. Como não queria apenas dar aula, fui para a EPM e falei com o diretor, professor Horácio Kneese de Mello. Perguntei se ele aceitava que fosse para lá e desse um curso que não existia lá naquele tempo, de psicofarmacologia, junto ao curso de farmacologia do Ribeiro do Valle. Ele aceitou e prometeu que assim que abrisse a primeira vaga eu seria efetivado. Dois anos depois isso ocorreu. Entrei como professor-adjunto, depois me tornei titular.
Lá o senhor continuou os estudos sobre a maconha?
Continuei no assunto. Quando estudamos a história da maconha, é fácil ver que na proibição de seu uso médico não há nada de científico, e sim de ideológico. Até o início do século XX a maconha era considerada um excelente medicamento. Ela era importada da França na forma de cigarros que se chamavam Grimaldi. Depois, dos anos 1930 em diante, a maconha virou uma droga maldita. O governo egípcio chegou a dizer que ela era uma droga totalmente destruidora, que mereceria o ódio dos povos civilizados. O Brasil participou da criminalização da maconha por meio de uma mentira levada pelo representante brasileiro na Liga das Nações, antecessora da ONU. Em 1925, a Liga das Nações fez a segunda conferência internacional sobre o ópio com 44 países presentes, entre os quais o Brasil. Era para discutir como controlar o ópio, mas o Egito entrou com o tema maconha. E o representante brasileiro, Pedro Pernambuco Filho, disse que ela era mais perigosa que o ópio no nosso país. Isso era, naturalmente, incorreto. Primeiro porque a maconha é muitíssimo menos perigosa que o ópio; segundo, o ópio nunca foi um problema aqui. O resultado disso é que a Liga das Nações condenou a maconha. Depois que a ONU foi criada houve a primeira Convenção Única de Entorpecentes em 1961, assinada por mais de 200 países colocando a Cannabis numa lista, junto com a heroína, como droga particularmente perigosa. É algo que não tem razão científica nos dias de hoje.
Muito bom o post! Ja é um grande avanço!
ResponderExcluirNão falaram nada sobre o aniversário de 50 anos do renato russo?Estranho...
ResponderExcluiresse Hempadao só tem CUZÃO. São tudo um bando de MACONHEIRO SAFADO, e defende o uso da maconha pra fins MEDICINAIS. Não sejamos hipócritas, se isso fosse realmente aceito aqui no Brasil, e você não pudesse comprar em farmacia? Continuaria abastecendo a boca de fumo que vossa mãe sustenta.
ResponderExcluirLixo véi... tudo lixo.
Eu sou fumante e não sou hipócrita, abasteço mesmo, não planto... e quem diz que não compra e usa o que produz é MENTIRA!
Todo cara que fala merda sempre liga o caps lock em algumas palavras... que caras ou "cara" previsiveis. Caro anônimo, não é porque voçê diz ser um maconheiro preguiçoso que todos tanbém devemos ser. Não começei plantando o que consumo, más hoje em dia sustento muito bem o meu hábito, detalhando que mesmo quem compra com traficantes e frequentam esse blog não são sustentados por mãe ou parente, pois o blog é direcionado a quem tem mais de 18 anos. Concluindo, acho que hipocresia é fumar maconha "a erva da sabedoria" e defecar tanto no que digita como vc faz.
ResponderExcluirEstamos mais perto a cada dia Hempadão.
Abraço.
Ae irmão: traduzi uma parada lá do come hamburger proibicionista, quando quiser, dá uma passada lá no www.mafideju.blogspot.com Esse aqui é do bão, tenho lido há muito tempo.
ResponderExcluirDon't give up the fight!
Muito boa essa entrevista, queria uma cópia daquele livro de 1888 com receitas pra todos os males. É uma planta maravilhosa, ver essa hemportagem já me fez imaginar montando meu Ambulatório de Maconha Medicinal.
ResponderExcluirAhh e eu presciso saber mais desse Simpósio, vou usar tudo que eu puder na minha tese. Abraços
ResponderExcluirBoa Hempadao como sempre boa informação...
ResponderExcluirso uma pergunta a redação de vocês é no Rio?
Abrasss
que ótima entrevista! o cientista/professor soube se colocar muito bem. ainda há esperaças! cada vez mais perto da legalização.. será??
ResponderExcluir;**
O Q VCS VEÊM NESSE TEXTO??
ResponderExcluirDepois, dos anos 1930 em diante, a maconha virou uma droga maldita. O governo egípcio chegou a dizer que ela era uma droga totalmente destruidora, que mereceria o ódio dos povos civilizados. O Brasil participou da criminalização da maconha por meio de uma mentira levada pelo representante brasileiro na Liga das Nações, antecessora da ONU. Em 1925, a Liga das Nações fez a segunda conferência internacional sobre o ópio com 44 países presentes, entre os quais o Brasil. Era para discutir como controlar o ópio, mas o Egito entrou com o tema maconha. E o representante brasileiro, Pedro Pernambuco Filho, disse que ela era mais perigosa que o ópio no nosso país.
não sei vcs! mas eu vejo 2 FILHAS DA PUTA!!!
quais seriam bomconheiro??
1°os egípicios filhas da puta!
2°PEDRO PERNANBUCO FILHO!
porra será esse fdp é pernanbucano??pow logo do meu estado é foda! paz hempadão e hempadeiros!
Hahahaha...
ResponderExcluirO 'Amônimo' fica fumando porcaria, fica noiado.
Hahaha dou risada de um coitado que nao faz e nunca vai fazer nada.
ResponderExcluireu tenho pena dessas pessoas q vão viver e morrer com esse pensamento, e deixar de curtir a vida.. ainda bem q não nasci assim. agradeço a Deus pelo meu baseado de cada dia hehehehehe a esperança é a ultima q morre, um dia ela vai ser free no mundo todoo lol espero estar vivo até lá!
ResponderExcluirPedro Pernanbuco eis o nome da desgraça kkkkk
ResponderExcluiroq leva um cidadao a flar uma merda dessa.. que eu saiba no brasil nem opio tem kkkk
Gostei dele simplificando o porque a maconha é proibida.
ResponderExcluirPedro Pernambuco Filho, da puta.
ResponderExcluircade a homengem ao speed?
ResponderExcluirBlack e speed marihuana é o mesmo q perguntar se o macaco quer banana
Muito bom esse post sobre essa entrevista.
ResponderExcluirAchei que o Dr. Elisaldo Carlini é muito esperto, realmente sabe muito sobre a maconha, mas ele também sabe que é a folha da maconha que tem os maiores efeitos tóxicos e que na murruga quase não tem.
Sugiro que ele fume pelo menos 1 por dia, da murruga, e comprove como faz bem e não altera a realidade.
Conheça um pouco mais do Pernambuco Filho,da...
ResponderExcluirhttp://hempirico.wordpress.com/2010/03/31/pedro-pernambuco-filho/