[Ed. #61] Discovery Hemp: Maconha e Gravidez – Loucura tem Limite!

por Dr. Moura Verdini 

Durante a gravidez, os organismos da mãe e do filho se encontram interligados, ocorrendo uma constante troca de substâncias entre os dois. A mãe é de importância vital para o desenvolvimento do feto já que é  a única fonte de contato com o mundo exterior, incluindo a alimentação que é feita a partir de substâncias provindas diretamente do organismo materno. Porém, além das vitaminas e minerais, outras substâncias passam para o feto a partir da mãe. Em momentos estressantes, por exemplo, um aumento no número de radicais livres no organismo materno pode prejudicar o desenvolvimento do feto, pois a partir da corrente sanguínea estes radicais livres chegarão também ao bebê. Sendo assim, o uso de qualquer substância durante a gravidez pode afetar o crescimento do feto, inclusive o uso de drogas como o álcool, o cigarro e a maconha.

Muitos estudos mostram que o uso de maconha durante a gravidez possui efeitos negativos para o bebe, tanto em seu desenvolvimento morfológico quanto em seu desenvolvimento neurológico. Existem diversos fatores de risco durante a gravidez que podem prejudicar o desenvolvimento normal do feto, que pode nascer abaixo do peso ou até mesmo prematuramente, precisando passar algum tempo em incubadoras recebendo cuidados especiais. O uso de maconha durante a gravidez (isolado de todos os outros fatores de risco) aumenta em quase duas vezes as chances de a criança nascer prematura ou abaixo do peso. Além disso, a criança pode nascer com más formações neurológicas, apresentando síndromes de déficit de atenção e impulsividade, decréscimo no desempenho de funções cognitivas, além de déficits no aprendizado e em testes de memória. Um mal desenvolvimento de sistema nervoso nos fetos em contato com canabinóides era esperado pois, o uso de cannabis não é recomendado para adolescentes pois o seu sistema nervoso ainda está em formação e as alterações em seu funcionamento podem ser graves. Em fetos a questão é ainda mais grave, pois se trata do início do desenvolvimento do sistema nervoso e de suas interações com o resto do organismo. Qualquer alteração no ambiente materno que não esteja programada pode causar graves danos ao bebê.

Como em toda questão que envolve o uso de maconha, o meio social em que a mãe está inserida pode influenciar nos efeitos que o uso de maconha terá sobre o feto. Um estudo acompanhou mães americanas e mães jamaicanas que usavam maconha durante a gravidez. O número de bebês americanos que nasceram prematuramente e/ou abaixo do peso foi muito maior que os bebês jamaicanos. A freqüência de prematuros foi normal (não aumentou significativamente em relação a mães que não usavam maconha) para bebês jamaicanos. O fato de a maconha representar algo ilícito e prejudicial na cultura americana pode alterar psicologicamente o organismo da mãe, prejudicando o feto. Como a maconha está na raiz da cultura jamaicana, o uso de cannabis por lá é algo benéfico para o organismo, tanto para a mãe quanto para o feto, de certa forma. O fato da mãe acreditar nisso pode fazer com que ocorram alterações psicológicas em seu organismo que beneficiem o feto, é possível. No entanto a formação pode ainda assim estar exposta, por isso evidentemente o melhor a fazer é não fumar.

O Discovery Hemp está disponibilizando uma forma de interação direta com o leitor. Caso tenham alguma dúvida, crítica, sugestão, ou se só quiserem entrar em contato com o Dr. Verdini mesmo, enviem um e-mail para discoveryhemp@gmail.com. Até domingo que vem!