[Ed. #65] Adão e Erva: Eu Marcho, Tu Marchas, Ele Marcha - Nós Marchamos!

O Maio Verde vai chegando ao fim. Adão aproveitou até o fim. Hoje ainda tem Marcha e é na capital federal. O homem milenar vai estar lá em espírito, afinal a Marcha é o santuário de Adão no movimento de protestar em prol da erva e sua legislação. Mas é mais do que isso. Quem vive eternamente sabe o valor do cunho histórico que se vive agora e por isso mais do que militante, Adão é entusiasta.

Maior viagem foi chegar na capital econômica pra marchar. E não poder marchar. E sequer um capitão presença antes do trabalho forçado de cobrir cada caso de polícia. Carrancas versus cartazes. Antes disso o cobertor do ônibus, cortado ao meio, virou duas bandeiras, uma com o dizer "Cultura Milenar" e outro com nosso horário sagrado. E marchamos.

No Rio clima de novela, em São Paulo pura ação. Cada passo devidamente regristrado por um imponente soldado que naquela tarde recebera a única função de cinegrafista, como se a corporação quisesse saber e mapear cada indivíduo participante. O megafone, o deboche da canção ou comentário. A disposição de desobedecer a ordem que nos cala. Tudo isso faz Adão gigante diante da lei. Cara feia nenhuma cala a multidão.

A erva não comparece na festa. Não na hora. Porque depois... só deus sabe. E no caso de Adão as linhas divinas escritas foram de pura sorte. Um altar de deusas é suficiente para coroar a glória da militância. Reverência, Jah e energia positiva. Camaradagem, bom humor e alto astral. 

Em casa, ou fora, por o pé na Marcha é para Adão o ato mais importante de sua cidadania contemporânea. Isso porque a questão é latente e sobretudo limite. E no mais, é um orgulho imenso fazer parte dessa história. Adão é cada um. Cada um é um grão. E na ampulheta da legalização a virada tá marcada, é chegada a hora: 4e20!