por Rafael Braz
Em 1619, a primeira lei relacionada a maconha foi promulgada na Colônia de Jamestown, em Virginia. As leis “mandavam” os fazendeiros plantarem cânhamo-indiano. Mais leis relacionadas a obrigações de cultivo de maconha foram promulgadas em Massachusetts em 1631, em Connecticut em 1632 e nas colônias de Virginia e Maryland.
Até na Inglaterra, o mais almejado prêmio de cidadania britânica plena era concedido por um decreto da coroa para os estrangeiros que plantassem maconha, e até cobravam multas daqueles que se recusassem.
Nos Estados Unidos, além do cânhamo também ter valor de “moeda” legalmente (dinheiro!) na maioria dos estados americanos de 1631 até meados de 1800, poderiam ser usados inclusive para pagar os impostos. Por quê? Para estimular os agricultores americanos a plantar cada vez mais.
Qualquer americano poderia ser preso por não plantar cânhamo durante os períodos de crise. Por exemplo em Virginia, entre 1763 e 1767. (Herndon, G.M., Hemp in Colonial Virginia, 1936; The Chesapeake Colonies, 1954; L.A. Times, August 12, 1981; et al)
George Washington e Thomas Jefferson, primeiro e terceiro presidentes dos Estados Unidos respectivamente, cultivavam a cannabis em suas plantações. Thomas Jefferson, quando foi enviado a França, com um grande custo financeiro (também um considerável risco para ele mesmo e seus agentes), para adquirir pessoalmente sementes de cânhamo de qualidade superior contrabandeadas ilegalmente da China para a Turquia. Os líderes políticos da China achavam suas sementes tão valiosas que consideravam a exportação um insulto ao governo.
No censo feito pelos Estados Unidos em 1850 contou 8.327 plantações* de cânhamo (com o mínimo de 2.000 acres por fazenda) com fins de desenvolver tecidos, lonas e até para a produção de algodão. A maioria dessas plantações se localizavam no sul ou nas fronteiras dos estados. Primeiramente por causa da mão-de-obra escrava barata à disposição anteriormente à atividade intensa de cânhamo em 1865.
(U.S. Census, 1850; Allen, James Lane, The Reign of Law, A Tale of the Kentucky Hemp Fields, MacMillan Co., NY, 1900; Roffman, Roger, Ph.D. Marijuana as Medicine, Mendrone Books, WA, 1982.)
*Sem contar as dezenas de milhares de pequenas fazendas cultivando maconha e também as centenas de milhares, senão milhões, de trechos em que o cânhamo crescia nos EUA; isso sem levar em consideração que nessa época, 80% do consumo de cânhamo tinham de ser importado da Rússia, Hungria, Tchecoslováquia, Polônia etc.
E ainda mais, diversos extratos de maconha e haxixe foram os primeiros, segundos e terceiros maiores medicamentos prescritos nos Estados Unidos entre 1842 até meados de 1890. Seu uso medicinal continuou legalmente continuamente na década de 1930 para o ser humano e calculado ainda mais notável na veterinária mundial e americana durante esse período.
Extratos de cannabis medicinal eram produzidos por Eli Lilly, Parke-Davis, Toldens, Brothers Smith (Smith Brothers), Squibbdentre outros americanos, companhias européias e inclusive boticários. Durante todo esse tempo, não há relato de mortes por extratos de cannabis medicinal e praticamente nenhuma desordem mental ou abuso, exceto por alguns novatos utilizando pela primeira vez que ocasionalmente se sentiam desorientados ou bastante introvertidos.
(Mikuriya, Tod, M.D., Marijuana Medical Papers, Medi-Comp Press, CA; Sidney & Stillman, Richard, Therapeutic Potential of Marijuana, Plenum Press, NY, 1976.)
Essa foi a tradução e adaptação das páginas 2, 3 e início da 4.
Clique aqui para a versão em inglês.
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otima iniciativa, esse é um dos melhores livros que já li!!!
ResponderExcluirfico indignado que uma planta que movia a economia mundial e curava varios males que atingiam as pessoas seja desaceitada no mundo de hoje....
ResponderExcluirO mundo já foi um lugar mais civilizado e inteligente.Sinto vergonha do Brasil sil sil em 2010.
ResponderExcluirREGRESSÃOO!
ResponderExcluirÉ impressionante a capacidade que alguns seres tem de REGREDIR, uma planta que girava toda a economia e um país e era obrigada a ser plantada se tornou ilegal e de caráter preconceituoso!
Tenho nojo de alguns seres humanos.
po galera, é muito bom ler a opinião de vcs e ver que a revolta é de todos!!! foda!!! :)
ResponderExcluirRafael mandou bem!
ResponderExcluiropa, obrigado :D HAHAHAHAHA
ResponderExcluirNão peçam para acabar com a hipocrisia, quando vcs são os mais hipócritas.
ResponderExcluirEu tenho absoluta certeza que a menor das preocupações de vcs com relação a legalização é o fator medicinal ou economico que a canabis possui ou possuia, sei lá.
É verdade, para mim nao é realmente minha maior preocupação, mas pelo menos EU me preocupo, alem do mais aposto que me preocupo muito mais do pessoas como vc, que ligam apenas para si mesmo. Não venha criticar algo q nao sabe.
ResponderExcluirFaço das suas palavras as minhas "Não venha criticar algo q nao sabe", só pq fui aspero e sincero, não me critique e/ou me acuse de ligar apenas para mim.
ResponderExcluirVc se preocupa mais do que eu ? Que bom !
Agora sim, isso faz vc mil vezes melhor do que eu!
Já estava ficando preocupado !
Fabio Saramago
ResponderExcluirpor mais que o grito de legalização da massa não seja pelo fator medicinal, economico ou socio-cultural e sim por fatores recreativos.
Ainda acredito que muitos mesmo sem conciencia utilizão a maconha por tais fins como para ouvir alguma musica, para abrir o apetite, em combate a insonia e dores de cabeça.
E que acreditão que com a legalização da maconha abalaria essa econimia clandestina do trafico de drogas.
E assim não me vejo e nem os outros usuarios como hipocritas.
Eu falo hipocrisia, pq muitos muleques utilizam um discurso de que é um absurdo discriminalizar uma erva que tem poderes medicinais e tals, mas no fundo só gostariam de apertar e acender um.
ResponderExcluirNinguém é santo e tenho absoluta certeza de que se a legalização da maconha fosse restrita a uso medicinais, não iria agradar a nenhum usuairo.